Metamorfose


Hoje sofremos com a falta de diversidade nas pistas, tanto de chassis como de motores. Muitas das categorias não passam de monomarcas, e a grande exceção é a Formula 1.

Entretanto, nos enganamos ao considerar a diversidade do passado. A grande profileração de chassis era, em grande parte, evolutiva e não revolucionária. Os exemplos são tantos, e alguns já desfilei por aqui. O Casari começou a vida como Carcará, o Tempestade, como um Maserati 250 F (sabe-se lá quem o pilotou na Europa), o protótipo Newcar era um Amato, o Newcar de Super Ve, um Bino. Isso no Brasil. No exterior também havia a mania de reformar um pouquinho um chassis, mudar a carroceria e chamar de algo novo. O McGuire e Appolon de F1 nada mais eram do que Williams, um dos quais nasceu como Politoys, e outro, Iso-Marlboro. O Eifelland de Rolf Stommelen era um March com uma carroceria esquisita, o Eris Tondelli teve a pachorra de chamar um Chevron mal e porcamente modificado de Tondelli. Um dos chassis do Tecno de 1973 virou o Amon de 1974, e o protótipo De Cadenet veio ao mundo como um Brabham BT33. A lista vai longe, paro por aqui.

Na Formula 2, onde havia diversidade, porém não tão grande como na F1, vez por outra aparecia algum carro com pedigrê supreendente.

Um desses carros foi o Kaimann-Opel, pilotado aqui e ali por Helmut Koinigg. Só vi uma foto do carro até hoje, e pouquíssimas informações. Ocorre que o Kaimann-Opel nada mais era do que um March 722 levemante modificado, com um motor Opel Apfelbeck de 2 litros. Na realidade, o motor é mais surpreendente do que o chassis, que eu saiba foi o único F2 com motor Opel. Com este carro, Koinigg ganhou o Campeonato Austríaco de Subida de Montanha, porém, no Europeu de F2 e em provas internacionais o carro deixou o austríaco na mão. O chefe da equipe era Kurt Bergmann, um garagista austríaco dono da equipe de Super Vê de Koinigg. Ou seja, se alguém mencionar o Kaimann de F2, lembre-se, nada mais era do que um March.

Em termos de motores, supostamente existiu um esquisitíssimo March com cinco motores Husqvarna acoplados, de dois tempos, que seria usado por Anders Oloffson em 1981. Sobre esse carro, só vi uma nota numa revista contemporânea, e não há indícios de que tenha passado de um ato de entusiasmo ou loucura dos seus criadores, Lars Nilsson e Bosse Strandell.

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