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Mostrando postagens de outubro, 2013

O que podemos esperar de Felipe Massa na Williams

Agora que quase chegamos ao ocaso da temporada de 2013, resta a pergunta - Felipe Massa continua ou não na F1 em 2014? Depois de muito se falar em Massa na Lotus, parece que o segundo carro desta equipe será movido pelo talento de Hulkenberg ou pelos petrodólares de Maldonado. Nico já se recusou a assinar com a Sauber, portanto, é bem possível que vá para a Lotus, mesmo. Esta, entretanto, precisa de grana, diga-se de passagem, o fato que causou a saída de Raikkonen da equipe. Grana Maldonado ainda tem de monte. Quanto a talento... Uma coisa também é certa. Maldonado não quer mais ficar na Williams. O lugar ficaria vago, e Massa seria um dos candidatos a ocupar um dos carros da tradicional equipe. Se contarmos a partir de 69, quando usava carros Brabham, a Williams não só é uma das mais vitoriosas, como mais tradicionais equipes da F1. Os carros de Frank estiveram em todos os mundiais desde então, e no quesito antiguidade com continuidade, só é superado pela Ferrari e McLaren. O n

Um econobox surpreendente

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Hoje em dia dia estamos acostumados com os múltiplos sucessos do motor Renault na F-1, uma forte presença gálica na categoria. Na realidade, foram os franceses a criar o automobilismo de competição, ainda no século XIX, e o primeiro Grande Prêmio se realizou na França, em 1906. O vencedor foi um húngaro, Ferenc Szisz, e o carro um Renault. Além da Renault, havia também a De Dion-Bouton, Panhard, Clement-Bayard, Peugeot nessa primeira fase do automobilismo. Nos anos 20 e começo da década seguinte, a supremacia francesa continuou com a Bugatti, além de boas participações da Delage e Delahaye nos GPs. Depois da segunda guerra, as coisas não foram muito bem para os franceses. O Talbot-Lago compunha grande parte do grid, no primeiro campeonato em 1950, porém era um carro pesado, sem bastante potência para combater os carros italianos. A Gordini nunca conseguiu um nível bom, e o curto resurgimento da Bugatti no meio da década foi um fracasso. Nos anos 60 sobrou para a Matra, fabricante d

Ecos de Siracusa

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Pergunte-me qual marca antiga de F1 gostaria de ver ressuscitada, e lhe responderia sem hesitação, BRM. Não o buggy brasileiro BRM, esse não vale que, me perdoem Beta, Ricardo e Marcos. A British Racing Motors. Quando o nome Lotus renasceu, tive cá minhas reservas. Afinal de contas, os Lotus de rua continuaram a ser fabricados após a falência da equipe de F1 em 1994, e a volta da marca às pistas obviamente pareceu um exercício de marketing, haja visto que duas equipes acabaram usando-o sem nenhuma ligação com a Lotus original, a do Chapman. Alguns dirão que a Lotus de Chapman já tinha suas ligações com a Renault desde a época do Lotus Europa, e que duas décadas depois, os motores da Régie equiparam os carros da equipe de F1. Sendo assim, existiria pela menos algum vago vínculo. Mudando de assunto, nos anos 50, o Mundial de F1 tinha um calendário restrito, e pouco mais de meia dúzia de GPs, mais as 500 Milhas de Indianapolis compunham a pequena temporada. A esssas corridas somavam-s

Que tal dar uma de Stirling Moss nas ruas de Londres?

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Nos anos 50, Stirling Moss foi o único piloto a consistentemente importunar o mestre Juan Manuel Fangio. Depois da aposentadoria do argentino, Stirling continuou a correr muito,, até que um acidente acabou com sua carreira prematuramente em 1962. Nos anos em que correu, Moss conseguiu quatro vice-campeonatos, e três terceiros lugares em mundiais, que lhe valeu o título de campeão sem campeonato. Para muitos, pilotar um carro que foi um dia conduzido por Moss é um sonho. Muitos dos maiores sucessos de Moss se deram com um carro inglês chamado Vanwall, em 1957 e 1958. De fato, a Vanwall foi a primeira campeã do mundial de construtores de  F-1, instituído em 1958, embora tenha perdido o de pilotos para o ferrarista Hawthorn. De fato, antes de Cooper, Lotus, BRM, etc, a Vanwall foi a primeira marca de F1 inglesa realmente bem sucedida. Infelizmente, não durou muito a Vanwall. Porém, se você mora na Inglaterra, e tem umas 131 mil libras esterlinas sobrando na conta, pode mais ou menos

Os automóveis do mundo

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No sábado, resolvi tomar café da manhã na Ocean Drive, a famosa avenida à beira da praia situada em Miami Beach. Não se enganem com os filmes de Hollywood, que geralmente colocam na Ocean Drive as mulheres (e homens) mais bonitos do mundo. Havia uma grande concentração de gente feia naquele sábado, e assim tem sido há algum tempo. O lugar escolhido foi o News Cafe, assim chamado por que era mistura de restaurante e revistaria. Era ali que comprava minhas adoradas Autosport e Autosprint, até que um belo dia, a revistaria ficou com a metade do tamanho, e as revistas de automobilismo sumiram de Miami. É a vida, é bonita e é bonita, diria o Gonzaguinha. Só não eram bonitas as pessoas em Miami Beach naquele dia e a falta de revistas do meu esporte predileto. Como sou conhecido pela teimosia, fui visitar a meia-banca de qualquer forma. Não achei a Autosport, nem a Autosprint, porém, achei algo interessante. Uma edição especial da revista alemã Auto Motor und Sport, aquela mesma que pat

Maus perdedores

Sou brasileiro, portanto, posso dizer. Nós brasileiros temos a tendência de ser maus perdedores. Agora surgiu um tal de dizer que o mundo inteiro está contra Sebastian Vettel no nosso Brasil, que dá um certo nojo. É verdade que ele chegou a ser vaiado, que em alguns rankings de melhores pilotos até hoje Vettel  ainda é preterido, e supostamente até Lewis Hamilton teria dito que Sebastian vencer tudo não seria bom para o esporte. Mas no Brasil, isto virou mania nacional. Remontemo-nos a 41, 40 anos atrás. Entre o GP da Espanha de 1972 e o GP da Espanha de 1973, nosso Emerson Fittipaldi havia ganho nada menos do que oito dos quatorze GPs realizados nesse periodo, sem contar diversas corridas extra-campeonato. Até numa das revistas Disney da época, se não me engano numa historinha do Zé Carioca, alguém disse "O Emerson ganha todas". Alguns anos mais tarde, entre 1988 e 1993, outro piloto nosso, Ayrton Senna, ganhou nada menos do que 35 GPs, além de 3 campeonatos. Não me lemb

A disfunção da Fórmula 3 brasileira

Estava preparando um texto muito rebuscado, uma pequena tese, com muitos dados etc. A falta do bendito tempo me impede de expor meu pensamento na forma como queria. Espero que não ofenda ninguém com o que direi aqui, embora saiba que, invariavelmente alguém não vai gostar. Causou muita consternação a recente etapa de Brasília da F3 Sulamericana (chamemo-la de brasileira daqui por diante), por que só haviam seis carros na pista. Isto já é um grande sinal da disfunção da categoria. Muito se fala da falta de um piloto brasileiro que consiga nos elevar, mais uma vez, ao posto máximo do automobilismo mundial, como um dia fizeram Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Além de brasileiros, e o fato de os três terem pilotado Lotus e McLaren na F1, nossos três campeões tiveram algo em comum - os três foram campeões ingleses de F-3. Embora  Daniel Ricciardo tenha conseguido o mais ambicionado lugar na F1 no ano que vem, na Red Bull, e é um ex campeão da categoria, na realidade,

O mito do acertador de carros brasileiro

Ao ler relatos sobre corridas dos anos 60, várias vezes me deparei com uma afirmação, feita por diversos pilotos. Em corridas noturnas realizadas em Interlagos, diversos pilotos se vangloriavam de desligar seu farol, ao se aproximar de concorrentes no miolo da pista, às altas horas da noite, e assim pegá-los de surpresa. Até aí nada. O problema é que mais do que um piloto dizia isso como se fosse o único a aplicar a esperta tática. Chega-se à conclusão de que a torcida do Flamengo fazia a mesma coisa... No Facebook, em blogs (inclusive de jornalistas especializados), revistas, livros, etc., propagou-se o mito de que os pilotos brasileiros de Fórmula 1 são OS acertadores de carro, sem dúvida os melhores na existência do esporte!!! Diversos outros pilotos, como Nigel Mansell, Alain Prost, Fernando Alonso e Michael Schumacher teriam se aproveitado dos acertos feitos pelos experts brasileiros, e ganho muitas corridas, e até campeonatos nas costas dos brazucas. A vida está cheia de mito

Filme Rush, algumas liberdades poéticas e carambolas históricas.

Gostei muito do filme Rush. Retratou bem os acontecimentos da temporada de 1976, apesar de não me lembrar da invasão de mulatas no GP do Brasil. Os grandes problemas históricos se deram no período anterior a 1976. Para começo de conversa, a namoradinha de James é apresentada a Bubbles Horsley, Lord Hesketh e Harvey Postlethwaite, no que seria a temporada de 1970. O carro é obviamente um Lotus (o carro correto). Ocorre que em 1970, Postlethwaite era engenheiro de corrida da March, e mesmo que já fosse amigo de Hunt, não estaria dando uma mão com um carro do concorrente. A equipe Hesketh de F2, que me consta, foi formada em 1972, e de fato, naquela época, 1970, não existia uma equipe Hesketh. Hunt teve um acidente famoso em uma corrida de F3 em Crystal Palace,em 1970,  porém, o acidente não foi com Niki Lauda, e sim, com Dave Morgan. Lauda correu com o F3 Macnamara em 1970, porém, não brilhou em nenhuma corrida, que me lembre. Certamente, não tenho notícia de nenhum incidente em

Como eram as coisas e como são hoje - o automobilismo brasileiro sob a ótica da mídia

Às vezes me perco escrevendo sobre míríades de coisas que mal me interessam, e sobre as quais sei pouco. Melhor seria escrever sobre experiências pessoais, memórias, pois é a única coisa que posso falar com autoridade, e agregar verdadeiramente ao mundo cibernético. Portanto, gostem ou não, este post tem visões muito pessoais, porém, se pensarem um pouco, tenho quilos de razão. Já mencionei algumas vezes que outro dia, ao ler uma revista Quatro Rodas de 1962, me deparei com uma insólita afirmação - de que na época o automobilismo era o segundo esporte mais popular do Brasil, em termos de público. Isto antes de Emerson, Piquet e Senna, antes mesmo que a Rede Globo existisse!!! Nem a QR tinha uma forte seção de competição, que só começou em 1963. De fato, só existia o autódromo de Interlagos, porém, corridas eram esporadicamente realizadas em dezenas de cidades Brasil afora, sempre com bastante público. Em 1962 mal tinha dois anos, portanto, não posso dar grandes experiências vivenci