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Mostrando postagens de dezembro, 2017

O apocalipse de Caserta

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Estudiosos da história do automobilismo prontamente lembrarão de alguns momentos lúgubres do esporte, quando numa mesma corrida morreram diversos pilotos ou espectadores. Le Mans 1955, Monza 1933, Rouen 1970, Indy 1973, Imola 1994, Tarumã 1973, são alguns daqueles momentos tristes que nos fazem lembrar que centenas, quem sabe milhares de pessoas perderam as vidas nas pistas ou locais onde se realizaram provas desde o final do século XIX, apesar do falso senso de segurança da atualidade. As primeiras corridas ocorreram em estradas, geralmente de uma cidade a outra. Com o aumento das frotas e inconveniência de fechar estradas para a prática do esporte, pouco a pouco foram surgindo circuitos fechados, exceto na Itália, onde a “stradale” Targa Florio teimou em sobreviver até a década de 70. Hoje, restringem-se aos rallyes e provas de subida de montanha. Não é de se espantar que foi justamente a Itália, apesar da veterana Monza, a resistir à construção de autódromos, com algum simu

…E O PALANQUE RUIU

O ano era 1970, disso tenho certeza. O mês, nem tanto, mas provavelmente era julho, eu devia estar de férias. O local, sabe-se lá. Indubitavelmente era a periferia de São Paulo, só não posso dizer se era norte, sul, leste ou oeste. Só sei que não era no centro, bolas. Naquele ano, meu pai trabalhou durante um tempinho na prefeitura de São Paulo. Sua função era visitar a periferia da cidade, e promover as inaugurações de obras, desde humildes instalações de iluminação pública com lâmpadas de mercúrio, a grande onda da época, asfaltamento de ruas até obras viárias mais sofisticadas. O prefeito na época era Paulo Maluf. Foi assim que conheci uma boa parte da grande São Paulo, viajando em Kombis verde-claras com faixas laranja da prefeitura. Ah, os carros, sempre os carros. Gostava dos passeios, era um universo diferente para quem morava no centro. Espaço havia suficiente nas peruas, e tenho algumas lembranças marcantes das expedições. Se você acha a periferia precária hoje em dia

REVANCHE DOS LIVROS

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Não se trata de cuspir no prato onde comi. Na realidade, se não fosse a plataforma da Internet é bem possível que nenhum dos meus milhares de textos sobre automobilismo teriam sido lidos por qualquer pessoa. De fato, não teriam sequer sido escritos! Não sou nenhum Paulo Coelho, porém, em quase 15 anos, já foram milhões de leituras. Querendo ou não meus poucos desafetos, fui um dos pioneiros do ramo em se tratando de automobilismo brasileiro, pois quando comecei haviam uns três ou quatro blogs que tratavam de história do automobilismo brasileiro. Hoje são muitas dezenas, e se contarmos grupos do facebook, centenas. Porém, foi justamente a Internet que  mudou completamente a cobertura de automobilismo de competição no mundo, além do modo como se consome o produto automobilismo. Aliás, mudou a mídia de modo geral. Veículos que antes publicavam conteúdo noticioso passaram a ter que publicar reportagens para sobreviver, sempre chocando, divertindo e amedrontando. Isso aconteceu com a T