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Mostrando postagens de setembro, 2013

Grids minguando

Causou muita consternação a recente corrida de Fórmula 3 em Brasília, que contou com somente seis carros no grid. Se por um lado é trágico que a F-3 brasileira (ou sul-americana) esteja obviamente morrendo, por outro lado, a categoria se tornou disfuncional (algum dia destes escrevo sobre o assunto), daí o insucesso quantitiativo, e grids pequenos não são uma ocorrência tão rara no automobilismo brasileiro - ou mundial. Corridas com seis a dez carros eram razoavelmente frequentes nos inícios do automobilismo em nosso país. Lembro-me de diversas ocorrências, algumas relatadas com requintes de GP nas páginas de nossas revistas especializadas da época, tão carentes de pauta, que literalmente, chegaram a fazer artigos sobre corridas de rolimã (não estou mentido, quem leu sabe que falo a verdade). Uma corrida em Fortaleza, na era pré-autódromo, contou com meros cinco carros, 3 dos quais terminaram a prova. Outra em Natal, em 1965, também teve pouquíssimos carros. De modo geral, o tornei

A Silly Season do Desespero

Este ano é a silly season do desespero, pelo menos para os brasileiros. Para o Raikkonen e Ricciardo tudo terminou bem, para o resto, a coisa pode ficar ruça. Principalmente para os brasileiros. Primeiro, quero desfazer um mito. A imprensa brasileira não é a única que só focaliza nos seus ídolos, ou candidatos a ídolos, mesmo quando estes estão longe de ter um excelente desempenho, e na realidade, estão fazendo feio. A imprensa italiana é a mesma coisa, e também a francesa, inglesa, alemã, etc. Portanto, assim como a corrupção não é um fenômeno meramente brasileiro, como muitos creem, este excesso de ufanismo automobilístico também não é monopólio brasileiro. Para o Brasil, estamos numa situação sui generis desde que Emerson Fittipaldi se tornou piloto da Lotus no GP da Inglaterra de 1970 - a possibilidade de não haver sequer um piloto brasileiro no grid em 2014. Muito já se escreveu sobre os fatores que levaram a tal situação, etc. Eu mesmo já escrevi diversas vezes sobre este

O automobilismo está morrendo?

Perdoem o drama. Não posso evitar, sou descendente de italianos, afinal de contas. Mas apesar do exagero e drama, uma coisa é certa - nosso esporte passa por um momento frágil. Converse com qualquer pessoa estreitamente ligada com o automobilismo brasileiro, e este lhe dirá que, salvo uma ou duas exceções (Stockcar e Trucks), nosso automobilismo vai mal, muito mal. Mal tipo UTI. De modo geral, atribui-se a culpa a dirigentes, organizadores, em suma, aos donos do circo. Porém, sem eximir ninguém de culpa, vejo a coisa como um fenômeno mundial, e por isso mesmo está acontecendo no Brasil. Na Europa, onde eventos automobilísticos sempre geraram grandes públicos, or organizadores estão em apuros. Fora a F1 e MotoGp, o público em corridas de todas outras categorias tem caído vertiginosamente ano após ano, ao ponto de inviabilizar a realização de certas disputas. Com isso, organizadores tentam criar eventos  "diferentes", misturando corridas com música. Notem bem, isso num co

Baltimore, Indycar, Ricciardo e Montoya

O que teem em comum os tópicos acima? Nada, exceto que tratam de automobilismo. Como estou me curando de blogatite aguda, resolvi escrever um post só, em vez de diversos. Não que minha parca audiência esteja chorando a minha ausência da blogosfera, sei que não faço muita falta. Quem viu a corrida de Baltimore se divertiu. Sem dúvida, aconteceu muita coisa na prova, em grande parte acidentes não graves causados por duas curvas, o hairpin e aquela curva com área de escape lateral cujo nome não sei, nem quero saber. No fim das contas, ganhou o excelente Simon Pagenaud, seguido do surpreendente Newgarden,  os dois pilotos de humildes equipes. E quem se deu bem foi o Castroneves, que acabou marcando pontos apesar de tudo conspirar contra ele em certas partes da corrida,  beneficiando-se com os abandonos de Hunter-Reay e Dixon, e a perda de velocidade de Marco Andretti no final. Porém, é de se questionar se a tal pista de Baltimore merece ficar no calendário. Os verdadeiros fãs do automo