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Mostrando postagens de dezembro, 2012

Cópia melhorada

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Sou meio metido a criativo, e não gosto de copiar ou de ser copiado. Entretanto, se é para copiar, que faça melhor. Isto é, basicamente, o que fez a Red Bull na F1. Em meados dos anos 80, a Benetton patrocinou primeiro a Tyrrel, depois a Toleman e a Alfa-Romeo. Sim, o último Alfa-Romeo a correr na F1 não tinha a típica cor vermelha da escuderia milanesa, e sim o verde da fábrica de confecções. Eventualmente, a Benetton acabou comprando a Toleman, e os carros e a equipe, rebatizados Benetton. O sucesso relativo veio quase imediatamente, com a vitória de Berger no GP do México de 1986. Porém, demorou um pouco para a equipe se tornar verdadeiramente de primeira, o que só aconteceu quando Nelson Piquet fez a sua última grande temporada, em 1990. Quatro anos depois, a Benetton ganhava seu primeiro, e depois, segundo título. Depois disso, sucessos foram infrequentes, até a equipe ser comprada pela Renault, já no novo milênio. Note-se que nos últimos anos da equipe, o logo da Benetton

A melhor performance de um piloto brasileiro em 2012

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Provavelmente, a maioria do públic brasileiro não tem a mínima ideia do que seja o Continental Tire Sports Car Challenge. Alguns provavelmente não sabem quem é Pierre Kleinubing. Certamente devem achar que é um piloto francês ou alemão. Não é nem um, nem outro. É brasileiro. Além de ser brasileiro, Kleinubing ganhou seu sexto título neste ano, desde que se radicou no automobilismo americano nos anos 90. Entre os brasileiros, só Ayrton Senna ganhou tantos títulos assim no automobilismo internacional. O gaúcho correu durante muitos anos com carros da Honda (Acura), porém, agora é piloto da Mazda. O video mostra as últimas voltas da final do campeonato em Lime Rock, uma pista em Connecticut. Nele, Kleinubing, no carro preto, é seguido de Andy Lally, um sólido piloto de carros de turismo, com um Kia vermelho. Os dois passaram as últimas voltas grudados, e apesar de toda pressão, Kleinubing perseverou, e ganhou a corrida - e o título - em uma forma espetacular. Vale a pena ver o vídeo

Feliz pelo Di Grassi, e outras coisas

Eu esperava grandes coisas de Lucas di Grassi. Infelizmente, sua carreira na F1 foi infeliz, pilotando uma das cadeiras elétricas do grid. Fez o seu trabalho bem feito na GP2, mas não colheu os benefícios do esquema Renault. Apesar de ser bem considerado como piloto de testes, trabalhando para a Pirelli e também para acertar os carros da nova Formula E, todo piloto quer correr. Que o diga o Luca Badoer, que passou anos como piloto de testes da Ferrari, e quando teve a sua oportunidade em 2009, passou vergonha. Parece que muitos anos fora do combate faz mal aos pilotos. Assim, quando foi anunciado que Di Grassi pilotaria um dos carros da Audi em Interlagos, logo detectei que esta seria a melhor oportunidade da carreira de Lucas. E assim foi. Lucas foi efetivado como piloto da Audi, a fará equipe com Tom Kristensen e Allan MacNish, os veteranos da equipe alemã. É verdade que nos últimos anos o trio Kristensen-McNish-Capello assumiu um papel secundário na Audi. O trio Lotterer-Trelu

Cada macaco no seu galho

Outro dia, o Christian Horner deu uma entrevista na qual disse que, se fosse por ele (ou se fosse na sua equipe), não teria renovado com Felipe Massa. Até entendo a posição de Christian. A primeira metade da temporada de Massa foi bem além de primorosa, porém, na segunda metade o brasileiro demonstrou ainda ter o seu lugar na Ferrari. Ajudou seu companheiro, marcou bons pontos, foi competitivo. Com um carro que não era lá essas coisas, que, na classificação final superou um carro melhor, a McLaren. Tudo isso com a ajuda de Felipe. Acho que Horner deveria, antes de comentar sobre a equipe dos outros, refletir um pouco sobre a confirmação de Mark Webber para mais uma temporada na Red Bull, diga-se de passagem, ainda o melhor carro da F1. Para mim é claro que Mark nunca vai ser campeão mundial. Mark faz muitos erros, larga pessimamente. Teve poucos podiums em 2012, apesar de vitórias. É batalhador quase no molde de Alan Jones, sem dúvida, porém está bem longe dos top 5 (Vettel, Alon

Burrices ou os donos da bola

Outro dia estava lendo sobre o Meatloaf. No Brasil acho que não é muito conhecido. Pois bem, era um cantor de rock, de proporções expansivas, que fez bastante sucesso em 1977,78, com um LP chamado "Bat out of Hell". O sujeito que escrevia todas as músicas do Meatloaf se chama Jim Steinmann. Jim e Meatloaf fizeram outros álbuns, porém, eventualmente brigaram. Acho que nem se falam hoje em dia. Meatloaf fez diversos filmes, Jim continua a fazer músicas. Para gravar o "Bat" foi um sufoco. Jim e Meat bateram em muitas portas. Um todo-poderoso executivo de uma gravadora disse a Jim que ele não sabia compor, e lhe deu, gratuitamente, uma extensa lição em composição, apontando os seus "erros" do pobre coitado. Oras, Jim é, provavelmente, um dos melhores compositores do rock até hoje, com músicas super elaboradas, letras inteligentes e muito drama. O ponto é o seguinte. Donos da bola no mundo inteiro parecem ter um intenso prazer em exercer seu poder e diz

Coisas da modernidade

A temporada do RB na Indycar me fez pensar uma particularidade dessa era em que vivemos. Por que pilotos bem sucedidos em uma categoria top, não conseguem emular esse sucesso em outras categorias top? Nos antanhos não era bem assim. Moss ficava à vontade em carros de Fórmula 1 como carros esporte e F2. Em corridas longas e curtíssimas. Sem contar Nuvolari antes dele, e Fangio. Jim Clark numa semana estava correndo um GP, na semana seguinte com um pequeno Lotus Cortina, no mesmo dia em que disputava provas com um imenso Ford Galaxie de 7 litros, e depois partia para os EUA para pilotar na Indy. Que dizer do Jacky Ickx!! Além de ser vice-campeão de F1 duas vezes e ganhar 8 GPs (e outras corridas de F1), Jacky foi campeão de F2, Can-Am, Europeu de Turismo (classe), Mundial de Carros Esporte. Ganhou corridas com carros pequenos, grandes, provas curtíssimas, corridas de longa duração às pencas, 6 edições de Le Mans além dos 1000 km de Bathrust na Austrália . Mario Andretti teve uma ilustr

O sonho acabou

No seu twitter, Rubens Barrichello se ofereceu para a equipe Lotus quando Romain Grosjean foi suspenso. Pode ter sido uma brincadeira - quem sabe não foi. Rubinho jogou pesado, pois tinha contrato na Indy, e o GP da Itália ficava entre as duas últimas etapas do calendário. A meu ver, jogou verde para colher maduro. Depois, no fim do ano, aceitou o "desafio" de correr na Stockcar brasileira. Já tinha dito que não correria na KV em 2013, e seu lugar foi prontamente tomado por Simona de Silvestro, que cumpriu seu purgatório com o fraco motor Lotus em 2012. Rubinho disse que diversas outras equipes estavam negociando com ele, sem revelar quais eram. Escrevi num artigo na revista Sobre Rodas, no início do ano, sobre o que poderíamos esperar de RB na Indy, 2012. Em síntese, disse, não muita coisa. Não por que Rubinho seja mal piloto, mas sim por que a equipe KV está longe de ser uma equipe ponteira, e com três carros, estava com as mãos cheias. A lógica seria, se equipes como

A morte da Formula 2 - de novo

Outro dia estava lendo uma edição antiga da Autocourse, dos anos 70. Previa uma certa crise no automobilismo na época, devido à proliferação exacerbada de categorias e campeonatos. Batata. Estavam certos os especialistas! Alguns poucos anos depois, diversos dos campeonatos evaporaram, como o Europeu de GT, Formula 5000 e Esporte 2 Litros. Na economia e na história, acreditam muito em ciclos. Curiosamente, estes se repetem, apesar das evidências do passado do porque do fracasso de certas coisas. Se na história e na economia é assim, que pensar do automobilismo? A situação relatada nos anos 70 se repete atualmente - e tenho dito isso com certa insistência. No Brasil temos quase nenhuma categoria que poderíamos chamar de base, porém, na Europa estas proliferam às pencas. Principalmente, diversas categorias intermediárias - que não são nem de base, nem top. Imagino que parte da razão da existência de tantas categorias é criar uma ilusão - dezenas de "campeões" no curso do

O efeito Senna

Não é preciso ser Pascal para chegar à conclusão de que o número de pilotos brasileiros em atividade no exterior caiu bastante desde o final dos anos 90, início do milênio. Lembro-me que naquela época, ler uma revista Autosport era um deleite para o aficcionado de automobilismo brasileiro. Além de pilotos na F1 e CART, havia pilotos brasileiros na maioria das principais categorias de automobilismo da Europa, EUA, e Japão (exceto as categorias turismo), muitos deles com carreiras vitoriosas. Hoje, ainda há um número razoável, porém, aquela volúpia de ganhar o mundo parece que desapareceu dos automobilistas brasileiros. O que mudou? Sem simplificar a análise, pois há desdobramentos, a geração que chegou a ver Ayrton Senna correndo nas manhãs de domingo envelheceu. Já fazem 18 longos anos, e aquela molecada que queria ser o próximo Ayrton (e os pais que financiavam suas carreiras) já tem seus trinta e poucos anos. A gurizada do kart atual já encara o Ayrton como uma figura histórica,

Uma piada que quase gera outra piada

Finalmente é oficial. A HRT se foi, não estará no grid em 2013. Não posso dizer que fará falta. Sempre nutri simpatia pelos underdogs, entretanto, a HRT sempre me pareceu no nível das Lifes e Andrea-Moda da vida, equipes que nunca deviam ter "acontecido" e nada adicionaram ao esporte. Underdogs dos underdogs, queimação de filme. A HRT certamente será uma nota de rodapé, e sinônimo de incapacidade na F1 atual. Serviu para dar a primeira chance ao Bruno Senna na F1, dar um lugarzinho a pilotos indianos que nem chegam perto da Force-India e trazer o Pedro de la Rosa de volta à F1. Além de ser a primeira equipe ibera. Pelo menos foi consistente a HRT. Nunca chegou a apresentar um átimo de competitividade. De fato, a experiência de expandir o grid, oferecendo quatro lugares a equipes novas foi um fracasso. Nenhuma das três equipes que chegaram à pista (a USF1 fez forfait logo de cara) parecem ter muito futuro, e duas delas trocaram de dono em um espaço muito curto de tempo,