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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Uma temporada interessante pela frente

Não é só a mudança de regulamento da F1 aque promete uma temporada diferente. Há novidades em diversas áreas do esporte, que certamente, serão interessantes. No WTCC, estreará a equipe da Citroen. Esta montadora dominou o campeonato mundial de rallye até recentemente, com Sebastien Loeb. Cabe lembrar que a Citroen nunca foi conhecida pelos seus feitos nas pistas, apesar de sempre ser uma montadora inovadora. De fato, no esporte, a Citroen ganhou alguns rallyes  relevantes  nos anos 50 e 60, e eventualmente quase desapereceu até desta modalidade. Voltou com tudo depois do início do milênio, à medida que a Peugeot gravitava de volta a Le Mans, e agora tenha a sorte nas pistas. A equipe conta não só com o melhor piloto de rallyes até hoje, Loeb, mas também com aquele que muitos consideram o melhor piloto de carros turismo da história, o também francês Yvan Muller. Com certeza vai ganhar corridas já nesta temporada, resta saber se terá poderio suficiente para levar o campeonato. Até a La

Um festival de babaquice e baixaria

Quando cheguei nos Estados Unidos, em 1976, me apaixonei pela NASCAR. Foi um pouco paixão verdadeira, parte falta de opção. Já acostumado a ver frequentemente corridas de F1 na TV e ao vivo em Interlagos, logo descobri que na TV americana Fórmula 1 deveria ser remédio para hemorróida. Naqueles idos, nem mesmo as corridas da NASCAR eram transmitidas ao vivo, e sim, passavam uma semana depois no Wide World of Sports, na ABC.  Uma vez por outra, passava uma corrida de Fórmula Indy, uns 3 GPs por ano. Corridas de carros esporte, nem pensar. Era uma época em que a TV a cabo estava nascendo, e embora aqui houvesse mais canais, não eram tantos assim. Naquela época, apesar de já haver revistas especializadas em Stock-cars, o esporte não era tão popular, e ainda tinha um cunho bastante regional. Algumas corridas tinham 20 participantes, outras 50. Os patrocinadores não eram as multibilionárias empresas de alcance nacional, mas sim, em grande parte fabricantes regionais de frango, seguradoras

Quem sabe a sorte sorria...

Nem todos querem admitir, principalmente os bem sucedidos, porém uma forte dose de sorte é necessária para avançar na vida. Muitas vezes, o sucesso de um requer o fracasso de outro. Eis um exemplo - se Jochen Rindt não tivesse se acidentado em Monza, 1970, seria bem improvável a vitória de Emerson no seu quarto GP. E se Rindt se animasse para continuar sua carreira, é bem possível que Emerson não teria ganho o campeonato de 1972. Meras conjecturas, porém, caso de se pensar. Porém, ficou claro nos primeiros treinos desta temporada, que o motor Mercedes é o mais forte da pequena turma. O motor Ferrari não é mal, o Renault até agora, tem sido uma desgraça. Portanto, as equipes que tiverem o motor Mercedes terão uma certa vantagem. São estas a própria Mercedes, a McLaren, a Force-India e agora, a Williams. Ficou claro também que a McLaren tem um bom carro. Tanto Button como o novato Magnussen marcaram bons tempos, e o chassis é obviamente bom. Entretanto, a Mercedes tem uma posição

A ilusão de novos campeonatos

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Parece que todo ano agora surge um novo campeonato de automobilismo na Europa, supostamente de alto nível. Por outro lado, anualmente um ou outro campeonato do Velho Continente vai para a cucuia. Curiosamente, muitas vezes organizadores insistem em conceitos falidos - como a resuscitação de um campeonato a la A1GP, a Copa do Mundo do automobilismo. Houve época em que campeonatos na Europa eram poucos. Os eventos automobilísticos eram provas isoladas, algumas com certa importância como Vila Real e Chimay. Embora já existisse um campeonato Europeu de F2 desde 1967, ocorriam diversas corridas extra-campeonato desta categoria, em diversos lugares do continente. Lá por volta de 1969, entretanto, começaram a surgir diversos campeonatos e categorias novos no continente - F5000, Intersérie, Europeu de GT, Formula Super Vê, Fórmula Atlantic, DRM e o Europeu de 2 Litros. Este último parecia ter tudo para dar certo, porém, não passou de 1975. O campeonato nasceu devido ao grande número de pro

Carreiras medianas

Admito que prefiro ler sobre carreiras de pilotos que não obtiveram extremo sucesso nas pistas. Primeiro, muitos dos fatos descritos em livros sobre pilotos bem sucedidos são de amplo conhecimento do público, pois os holofotes da imprensa especializada tendem a focalizar os astros. Segundo, muita coisa nos livros sobre os famosos têm filtros de advogados, contadores, especialistas em relações públicas e imprensa, conselheiros mil, etc, principalmente nos tomos mais modernos, visando aumentar o valor de marketing-merchandising do dito piloto e não lhes causar problemas de ordem jurídica ou de imagem. Acabam se tornando muito artificiais. Terceiro, em virtude dos dois aspectos acima, há mais livros sobre pilotos ultra bem sucedidos do que pilotos que obtiveram pouco sucesso nas suas carreiras, ou só chegaram a um determinado nível mediano. As biografias (ou autobiografias) de pilotos medianos acabam mostrando mais a realidade do mundo automobilístico do que um livro básico sobre Ayrton S

Duas vezes morta

Não acredito que os mortos ficam lá em cima observando o que ocorre na Terra. Sendo assim, é com certa liberdade poética que digo que Colin Chapman deve estar suando frio nos últimos meses. Comecei a amar o automobilismo nos anos 60, assim, logicamente o nome Lotus traz à memória muita coisa boa. Foi uma das primeiras equipes que aprendi a amar no meu álbum de figurinhas da Disney, e a seguir com entusiasmo. Admito que tinha muita inveja do Lotus Matchbox de um amiguinho de infância, com número 82 e tudo, em resplandecente British racing green. Em 1970, mais uma razão para amar a equipe - nosso Emerson Fittipaldi não só entrou no Gold Leaf Team Lotus, como ganhou seu quarto GP com um Lotus 72. Além disso, a Lotus foi a única equipe que abrigou nossos três campeões mundiais, Emerson, Senna e Piquet Pai, e alguns outros pilotos que curti muito, como Ronnie Peterson, Mario Andretti e Mika Hakkinen. Houve algumas tentativas de trazer o nome Lotus de volta à F1, e finalmente, acabou o

O automobilismo e a política

Além do dinheiro que sempre azeitou a atividade, desde o princípio of automobilismo tem sido uma atividade midiática, frequentemente atraindo muitos espectadores in loco, principalmente nos primórdios quando não existiam shows da Madonna. Junte os três fatores, e temos a política imiscuída no meio, pois onde tem dinheiro, mídia e gente, lá está a política, de uma forma ou outra. Há alguns anos atrás escrevi um longo post sobre a política no automobilismo brasileiro. Hoje vou escrever sobre algo diferente, o peculiar GP de Cuba. No final dos anos 50, o ditador Fulgencio Batista já andava pelas últimas. Mesmo o governo americano, que até então lhe dava suporte, parecia se afastar. Como a ilha vivia do turismo, especificamente para os americanos, Batista pensou numa quase obviedade - criar um Grande Prêmio na ilha-país, e levantar seu moral. Não um GP de F1, porém, uma corrida de carros esporte. Não era muito original a ideia, pois já ocorriam corridas nas Bahamas desde 1954. O pobr