Hipocrisia na proibição de patrocínios

Um dos esquemas visuais que mais gostei em carros de corrida, até hoje, foi de carros patrocinados pela Jagermeister. Gosto desde a época que era um adolescente, e adoro comprar miniaturas de carros com esse patrocínio. Apesar disso, nunca tomei uma única dose de Jagermeister na vida, e nem tenho curiosidade de tomar.

O mesmo diria sobre a Marlboro. Justo quando comecei a seguir o automobilismo seriamente foi a época em que a Marlboro começou a patrocinar a BRM, e depois McLaren, Iso-Marlboro, sem contar algumas dezenas de alguns dos meus pilotos prediletos. Apesar disso, nunca fumei, e nem pretendo começar, com 50 e poucos anos nas costas .

Será que sou tão cabeça feita assim, que consigo ser bombardeado por marketing de coisas maléficas como cigarros e bebidas alcoólicas fortes, há dezenas de anos, e sair ileso do esquema? Ou será que isso ocorre comigo e com a torcida do Flamengo?

Acho simplesmente uma grande hipcocrisia a proibição do patrocínio de cigarros e bebidas alcoólicas em carros de corrida, e não por que eu consuma os dois produtos avidamente. Bebo muito moderada e esporadicamente, e diria que se nunca mais fosse produzida uma bebida alcoólica na Terra, não me faria falta. Cigarros então...

O cúmulo é a proibição de veiculação dos patrocínios de cigarros até em miniaturas históricas. Eu, como grande colecionador, tenho que aguentar meus Marlboro-BRM e JPS e Silk Cut Jaguar sem os dizeres, por que isso induziria menores a consumir tais produtos! Sendo que tais miniaturas são vendidas para adultos...

Ora, se tais produtos fazem tão mal, por que os governos simplesmente não os proíbe de vez? Por que, se são produtos livremente vendidos na maioria dos países em que a F1 está presente, segue a lógica que seu patrocínio deveria ser permitido. Não é na telinha de F1 que os menores aprendem a se esbaldar com os cigarros e com as bebidas fortes.

Não conheço nenhuma pessoa que se tornou viciada em martinis, por que gostava de ver os patrocínios da empresa em carros de corrida.

No caso aqui dos EUA, a hipocrisia vai muito além. Redes de farmácia, como a Walgreens, vendem não só cigarros, como bebidas alcoólicas. E não só isso - também vendem produtos com alto teor de açúcar, gordura e sódio. Ou seja, vendem os remédios a preços altíssimos, mas garantem que os produtos que geram as doenças sejam oferecidos em profusão nas suas prateleiras, a preços módicos! É preciso expandir  o mercado de amanhã! Pelo menos a CVS parou de vender cigarros. Mas continua com o resto.

Aqui, o mesmo departamento que cuida de transgressões de tráfico com armas, trata de cigarros e bebidas alcoólicas, o ATF! No fulcro da história não está a garantia de manter os cigarros e a canjibrina longe das indefesas criancinhas, mas sim garantir que os altos impostos que incidem sobre estes produtos sejam pagos!

Sendo assim, se a tal proibição de veiculação de patrocínio de bebidas alcoólicas vingar na Comunidade Europeia, melhor me acostumar com outra parcela da minha futura coleção de miniaturas pelada! Haja paciência com o mundo politicamente correto.

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