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Mostrando postagens de janeiro, 2018

A primeira vitoria do Dodge 1800

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Antes de mais nada, que fique claro. O Dodge 1800, ou Polara, está longe de ser um clássico das pistas, mas entre 1973 e 1976 foi usado nas corridas de Divisão 1 e até mesmo na Divisão 3. E a primeira vitória de um Dodge 1800 nas pistas se deu logo no primeiro ano da Divisão 1, em 1973. Na nascente categoria, viviam mudando os limites de cilindrada da categoria A pois os 1800 do Dodge o colocavam numa posição intermediária. As 25 Horas de Interlagos tiveram 5 categorias, e na maioria das outras corridas, o limite da A era 1600 cc. Numa corrida não foi, e o Dodge ganhou. Foi na SPI-200 Milhas de Interlagos, corrida promovida pelo Avallone Motor Club e realizada em 28 de outubro de 1973 na pista completa de Interlagos. Nessa ocasião a Classe A aceitava carros de até 2 litros. O Dodge em questão foi pilotado pelo grande Ingo Hoffmann, assessorado pelo capaz  Mario  Ferraris Neto. A dupla chegou em décimo primeiro na geral, completando 36 voltas, foram seguidos por uma tropa de Ch

Pilotos de Fórmula 1 Desconhecidos II

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Mais alguns pilotos de Fórmula 1 desconhecidos Pois bem, este é o segundo post da série de pilotos de F-1 desconhecidos, agora englobando as décadas de 60 e 70. Primeiro, é preciso notar que alguns desses pilotos eram, de fato, bastante conhecidos nos seus respectivos países. Repito o exemplo do saudoso Luis Pereira Bueno. Para um não brasileiro, Luisinho seria um mero desconhecido, pois na Europa só participou de corridas de Fórmula Ford e uma prova do Mundial de Marcas. Receber a alcunha de “desconhecido” até nos ofenderia. Portanto, meço a obscuridade sob o ponto de vista dos brasileiros. E considero que muitos pilotos que só disputaram um GP são conhecid issimos – por exemplo, Gerard Larrousse – e não são incluídos nesta humilde resenha. Hoje estamos acostumados com bem sucedidos pilotos finlandeses na F-1. Só que o segundo piloto do país a tentar a sorte na F-1 foi um desastre. Seu nome, Mikko Kozarovistky. O finlandês foi mais um dos pilotos que sofreu com os March 7

Pilotos de Fórmula 1 desconhecidos

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Outro dia alguém lançou essa resenha num grupo do Facebook, e obviamente, muita gente não entendeu o intuito. Imagino que tenham confundido “desconhecido” com “indevidamente reconhecido” ou pilotos que caíram no ostracismo com o passar dos anos, apesar de conhecidos na época. Para mim, piloto desconhecido seria um piloto que chegou à categoria apesar de pouco pedigrê quantitativo e qualitativo em categorias inferiores, e que fez umas poucas tentativas, frequentemente, uma única tentativa de correr na F-1. Cada qual tem sua opinião, e respeito isso. Porém, no Brasil muitos consideram que Lance Stroll não tem nenhum mérito, e que não deveria estar na F-1. Oras, o rapaz foi campeão europeu de F-3 em 2016, e ganhou nada menos do que 14 corridas! Ainda lembro que as “realizações” da galera brasileira que invadiu a F-3 inglesa em 1974 eram celebradas como conquistas!!! Um número grande de pilotos brazucas se aventurou naquele campeonato, naquele ano, e apesar de pouquíssimos concorren

Falando em obscuridade, que tal um F1 africano?

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Hoje em dia corre-se relativamente pouco no continente africano. Não estou falando de rallyes e raids, mas sim de corridas em circuitos fechados. Entretanto, nos anos 30, o GP de Tripoli, na Líbia, era uma das principais provas do calendário internacional. Na mesma década,  a equipe da Auto Union fez uma excursão à África do Sul, que lhe rendeu bons resultados econômicos, se não esportivos. Na década seguinte, aquela que pode ter sido a primeira corrida monomarca ocorreu no Egito, com Cisitalias. Nos anos 50, o Marrocos tinha um automobilismo bastante animado, com corridas em Casablanca, Agadir e Marrakesh atraindo pilotos de gabarito como Maurice Trintgnant e nosso Da Silva Ramos, e o país  acabou inclusive incluído no Mundial de Pilotos. Até o Congo Belga foi palco de uma corrida internacional de certo porte, na qual o piloto de GP André Pilette quase perde a vida. Nos anos 60, houve grande expansão das atividades automobilísticas internacionais na África do Sul. Além do GP ofic

A ERA DA ADAPTAÇÃO

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Dieter Glemser, Hans Hahne, Clemens Schickentanz, Jochen Neerpasch, Gerhard Mitter, Helmut Kelleners, Jurgen Neuhaus, Jurgen Barth, Albrecht Krebs, Armin Hahne, Manfred Winkelhock, Klaus Ludwig, Klaus Niedzwiedz, Willy Kauhsen, Hans Hermann, John Winter, Volkert Merl, Hans Peter Joinstein,  Hartwig Bertrams, Georg Loos, Reinhold Jost, Jorg Obermoser, Hans Georg Burger, Christian Danner, Stefan Bellof… Os pilotos acima compartilham diversos atributos. Primeiro, são todos alemães. Todos correram entre os anos 60 e 80. Todos tiveram sucesso nas pistas, nas 24 Horas de Le Mans, Mundial de Marcas, corridas de Turismo, campeonato alemão, europeu de Montanha, Intersérie, campeonato de 2 litros, campeonatos de GTs, mesmo em monostos, na F-3000, F-2, F-3, categorias menores. Um ou outro até correu na F1, porém, nenhum teve sucesso na categoria. Entre a morte do Conde Wolfgang Von Trips, em 1961 e a primeira vitória de Michael Schumacher, em 1992, passaram-se 31 anos. Nesse ínterim, pi

Uma grande decepção

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Estou plenamente ciente de que a inveja não é um sentimento nobre. Porém, às vezes sou dado a rompantes confessionários, e confesso aqui que estou com inveja. Estou com inveja de vocês, leitores brasileiros. Explico. Não estou com inveja das balas perdidas, da classe política gatuna, da economia recaltitrante,  das estradas caindo aos pedaços,  burocracia e tributação triturantes, do funk, do Teló, do sertanejo universitário. Trata-se de uma inveja mais simplória. Sempre que vou ao Brasil me deleito com as diversas coleções de carrinhos que são vendidas nas bancas de jornais. Nos últimos anos, comprei caminhões antigos, carros brasileiros antigos e modernos, carros de serviço e até mesmo dois carros de Fórmula 1, de uma coleção de carros de F-1 usados por pilotos brasileiros. Sei que o brasileiro tem a mania de dizer que tudo é caro aí, porém digo-vos, o preço das miniaturas anda o olho da cara aqui fora – as miniaturas da Spark, na escala 1/43, custam geralmente uns 70 dólares, e

Patrocínios e patrocinadores – nem tudo que reluz é ouro

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O Conde Volpi de Misurata, o filho de um ex-ministro de Mussolini, herdou uma bela grana com 24 anos de idade. Certamente gostava de carros rápidos, do burburinho das corridas, da mulherada bonita sempre presente, mas não lhe agradava a ideia de morrer cedo ou quebrar pernas em busca da glória esportiva. Sendo assim, em vez de correr iniciou uma equipe, fundou a Scuderia Serenissima, participante de inúmeras corridas dos anos 50 e 60. Foi um grande cliente da Ferrari, mas um dia se rebelou contra o fornecedor, primeiro apoiando a ATS do Carlo Chiti, e depois construindo seus próprios carros e motores que chamou, obviamente, de Serenissima. O Chico Landi chegou a anunciar à imprensa especializada que traria um desses carros para correr no Brasil – nunca trouxe – e eventualmente, um motor Sereníssima equipou durante pouco tempo o nascente McLaren de F-1. Foi o auge. A grana minguando, aliando-se aos fracassos, levaram Misurata a abandonar os circuitos e a Serenissima. Esporte semp

A CORRIDA SEM VENCEDOR

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Outro dia mesmo escrevi sobre uma corrida de F-3 realizada em Caserta, Itália, que começou com muitos carros e terminou com somente quatro na pista. Já houve corridas com menos carros na pista no final. A 3 horas de velocidade de 1972 terminou com 3 carros na pista. Os GPs da Itália de 1926, da Bélgica de 1925 e Targa Flório de 1910 terminaram com dois carros! Se não me falha a memória, já li sobre corridas que terminaram com um carro só, principalmente aquelas longas provas entre cidades do inicio do esporte. Não é disso que estou falando – estou falando de uma corrida sem vencedor, embora tenha tido 2o, 3o, 4o.... Coisa estranha. Coisa estranha como essa só poderia acontecer na NASCAR antiga. Não se trata de desclassificação do vencedor. Há quem diga que ele foi desclassificado, porém há que diga que não houve desclassificação. De fato, a vitória foi oficial durante algum tempo. O anuário Motor Sport Annual de Eddie Guba, sobre a temporada de 1971, claramente indica que hou

QUASES

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Outro dia, publicaram uma curiosa enquete num dos grupos de automobilismo do Facebook – quem teria sido o pior piloto da F-1 até hoje. Não é necessário dizer que foram dadas muitas opiniões. Curiosamente, poucos mencionaram pilotos verdadeiramente obscuros, entre os garagistas e pay-drivers dos anos 50 a 70, entre eles, marroquinos, alemães, sul africanos e sul-americanos que disputaram uma única prova e cujos nomes ninguém lembra hoje em dia. Muitos deles tinham currículos bastante questionáveis antes de iniciar uma prova do Mundial de Pilotos. E entre outros, foram mencionados Michael Andretti, Vittorio Brambilla e Satoru Nakajima. Não tem como comparar Michael com Roelof Wunderink, ou mesmo Satoru com Hiroshi Fushida. Basta de controvérsia, o foco é outro. Quase todo piloto com quem conversei até hoje, independente de nacionalidade, jura que poderia ter sido campeão mundial de F-1 com o carro certo. Até quem foi campeão mundial jura que poderia ter feito mais bonito na carreira