Postagens

Mostrando postagens de março, 2013

A nova fase dos GT e o futuro do Endurance

O campeonato FIA GT Series começou hoje indicando uma nova boa fase para a categoria GT. Com um grid razoável, a corrida de Nogaro tinha bastante variedade, carros da McLaren, BMW, Ford, Ferrari, Lamborghini, Mercedes, Audi e Nissan. Sem contar que duas ou três outras marcas ainda se enquadrariam no regulamento, como Maserati e Aston Martin. Para quem acompanhou como eu o Campeonato Europeu de GT dos anos 70, o fato mais inusitado do grid foi a completa ausência de carros Porsche. No Euro GT de quarenta anos atrás, ocorria exatamente o contrário. Mais de 90% dos carros que disputaram as corridas deste campeonato, realizado de 1972 a 1976 eram Porsches - 911, 914, Carrera, 934. A ausência da grande marca, impensável na época, indica que dentro dos próximos anos provavelmente também haja uma mudança na categoria Endurance. Foi anunciada a volta da Porsche às grandes corridas de carros esporte, sem dúvida bem vinda pelos fãs. Entretanto, não podemos nos esquecer que a Audi também faz

DTM em decadência?

Imagem
Era de se esperar que com a chegada da BMW, o DTM adquirisse uma nova vitalidade, afinal quem não gosta de uma novidade... Entretanto, o que ocorreu foi o contrário. Apesar de a BMW ter demonstrado competitividade desde o princípio, de fato, ganhando o título do ano passado com Bruno Spengler, na mesma proporção a Mercedes e Audi parecem tirar o time do campo. A Mercedes diminuiu o número de carros no campeonato e equipes servidas, e seus dois ex-pilotos de F1 (Ralf e Coulthard), que se por um lado não abrilhantavam muito o campeonato com  performances eletrizantes, pelo menos elevavam o interesse, se aposentaram de vez. A sózia de Meg Ryan Suzie Wolff também se foi, e agora não há mais nenhuma pilota do sexo feminino na série pela primeira vez em muitos anos. De novidade mesmo só a chegada do ex piloto de F1 Timo Glock na BMW. É bem verdade que alguns veteranos da série, como Gary Paffett, Martin Tomczyk, Timo Scheider, Bruno Spengler a Mattias Ekstrom dão à série uma certa cons

Essa coisa de dois pilotos número 1 funciona?

Vou ser curto e grosso. Não funciona. Nós brasileiros sentimos isso de perto há quarenta anos atrás, em 1973. Emerson, campeão em 1972, iniciou 1973 com toda força, ganhando 3 dos primeiros 4 GPs. Só que ao passo em que era o número 1 absoluto em 1972, em 1973 teve a incômoda presença de Ronnie Peterson, também considerado piloto número 1. Logo o sueco se tornou o piloto mais rápido do campeonato, e quando começou a obter resultados foi justamente quando Emerson teve uma fase ruim no meio do campeonato. Coincidência? Não acredito em coincidências. A divisão de atenções simplesmente fez com que Emerson perdesse o campeonato de 1973, até porque o Tyrrel não era um carro muito superior ao Lotus. Quando a Lotus tentou reagir, fazendo jogo de equipe na Áustria, já era muito tarde. Terminou com o vice e o terceiro lugar no campeonato. Já no ano seguinte, Emerson também teve um meio de campeonato complicado. Entretanto, por ser o óbvio número 1 na McLaren acabou ganhando o campeonato, até

Vettel x Webber

Pronto, outra polêmica referente a ordens de equipe. Se as ordens são seguidas, há polêmica, se as ordens não são seguidas, também há polêmica. Eis aqui a minha opinião. Sebastian Vettel é tricampeão mundial. Já ganhou dezenas de GPs, fez a pole em outras dezenas, e ganhou um GP logo na sua primeira temporada completa. Já demonstrou aguentar todo tipo de pressão. Mark Webber nunca foi campeão, ganhou algumas poucas corridas, fez pole am algumas outras. Demorou um tempão para ganhar sua primeira prova, e já provou que não tem consistência para brigar por um campeonato numa temporada inteira. É uma versão piorada de Carlos Reutemann, porém um sólido número 2. A meu ver, a grande questão é porque a Red Bull deu a ordem para Vettel não ultrapassar Webber, e não porque Vettel não seguiu a ordem efetivamente dada. Certamente, não querem promover o australiano a piloto número 1, pois Newey, Horne, Marko e companhia já sacaram que Webber é, na melhor das hipóteses, um bom número dois,

Alguns comentários sobre o GP da Austrália

Quanto à Fórmula 1, aconteça o que acontecer, sempre haverá os descontentes. Muitos dizem que a competividade atual é artificial, que o uso de artifícios para ultrapassagem é um horror, e que a F-1 de antigamente era automobilismo verdadeiro. Curtas memórias. De repente, só se lembram do GP da Itália de 1971, que teve muitos líderes e mudanças de liderança, e se esquecem que um grande número de corridas da época da F-1 de 1,5 litros até a adoção de pitstops nos anos 80 foi liderada do começo ao fim por um único piloto, e quando muito dois ou três. Corridas sem pitstops, com mais de três líderes nos anos 70 e 60 foram uma raridade, e quando ocorriam geralmente se deviam ao quebra-quebra dos carros, e não por disputas ou ultrapassagens na pista. Certa feita, enviei um comentário à revista On Track, cujo comentarista na época era Forrest Bond. Forrest pôs a minha memória a funcionar. Eu reclamava justo da falta de compeitividade nas corridas de F1 nos anos 90, e sonhava com uma categori

DNA Automobilítisco e Possível Fim de uma Era

Nunca comprei muito essa ideia de que a habilidade automobilística é essencialmente genética. Certamente, existem algumas habilidades físicas que são necessárias no automobilismo e poderiam ser genéticas, como visão, reflexos, resistência física e inteligência, principalmente a compreensão de abstrações mecânicas e físicas. Certamente, a existência de diversas famílias automobilísticas acenariam uma tendência quase natural para seguir carreira no esporte. A meu ver, a questão ambiental fala muito mais alto. Se você cresce num ambiente em que há uma cultura automobilística e mecânica, onde rola grana, conhecimento de outros pilotos, chefes de equipe, preparadores e mecânicos, onde desde pequeno ouve histórias sobre corridas, sobre como preparar um carro, como abordar uma patrocinador, obviamente, já tem metade do caminho andado, pois muitas portas se abrem. Isso, a meu ver, explica as diversas gerações de automobilistas, em diversos países. Um grande exemplo de que a coisa não é gen

Segurança no automobilismo

Se você me disesse, nos anos 70, que haveria um período de 18 anos sem uma única morte na Fórmula 1, diria que você era doido varrido. Afinal de contas, na época, a morte no automobilismo, inclusive na F-1, era uma ocorrência triste, porém, esperada. Já seguia o esporte de longe desde 1969, e lembro de ouvir as notícias das mortes de Jochen Rindt, Pedro Rodriguez e Jo Siffert, e também do mineiro Marcelo Campos. O primeiro ano em que segui o automobilismo com zelo quase didático, 1973, tive uma desagradável surpresa, um batismo de fogo. Depois de um ano calmo, 1972, a morte rondou as pistas em 1973. Na F1, morreram o iniciante Roger Williamson, queimado dentro do seu March capotado em Zandvoort, e o experiente François Cevert, que todos esperavam substituiria o campeão Jackie Stewart na Tyrrell. O francês morreu decapitado em Watkins Glen. Não foi só na F1 que o bicho rolou. O escocês Gerry Birrel morreu em Rouen, numa corrida de F2. Nas 24 Horas de Spa, morreram Hans Peter Joist

Algumas surpresas, escondendo o ouro, gansarias

Imagem
É bem verdade que não passou de um primeiro treino, da primeira corrida do ano. Porém, este treino na Austrália trouxe algumas surpresas, e algo que todos temiam. A Red Bull estava escondendo o ouro na Espanha. O vulgo "sandbagging". Pelo jeito o carro está mais energetico do que um tanque inteiro da bebida austríaca, e Sebastian Vettel deixou os outros a ver navios. A maior supresa, do lado positivo, não foi tanto o fato de Jules Bianchi ter sido o mais rápido das duas equipes retardatárias, porém, o fato de estar tão perto das Williams. Nico Rosberg também me surpreendeu um pouco, achei que a presença de Lewis o intimidaria um pouco, e pelo jeito, não é o caso. Do lado negativo, pelo menos a McLaren desapontou bastante neste primeiro treino, e agora entendo por que a equipe disse que ficaria feliz com alguns pontos na Austrália. Nada me surpreendeu a velocidade de Adrian Sutil, que terminou o dia no Top 10. Quanto à gansaria. Jogadores de futebol, quando começam

Não tenho muita sorte com grupos no Facebook...

Quando comecei a criar uma série de blogs segmentados, para organizar artigos que escrevi sobre diversos tópicos automobilísticos desde 2003, logo surgiu a ideia de usar o Facebook como uma plataforma de distribuição - até por que faço parte de diversos grupos sobre uma série de assuntos. Não tenho muita oportunidade de participar ativamentedestes grupos por questões profissionais. Meu trabalho toma muito tempo, e assim pareço ser o "Zé Ausente", como sou ausente dos blogs de valorosos colegas. Não deixo de comentar por me achar superior, ou por não gostar ou para desmerecer dos blogs dos outros. Muito pelo contrário. Deixo de comentar por que até segunda ordem, o dia tem 24 horas e eu precisaria de umas 36 para fazer tudo que quero. Geralmente, começo o dia lendo dois jornais, a Autosport, e o Facebook. Leio entre 200 a 300 emails por dia, respondo algumas dezenas, e frequentemente, trabalho em dez projetos diferentes, com bastante concentração. Sem contar minhas complicad

A política no automobilismo

 Já tive a oportunidade de escrever sobre os efeitos da política no automobilismo, e não vou repetir o texto inteiro, pelo menos neste blog, que só tem textos inéditos. Entretanto, quero tecer comentários sobre um acontecimento político desta semana que provavelmente terá um efeito periférico no automobilismo. Para o seguidor atento do esporte, é notável a relativamente grande presença de pilotos venezuelanos no automobilismo mundial. Entre os anos 50 até o início do milênio, pilotos venezuelanos eram, de modo geral, uma nota de rodapé até o aparecimento de Johnny Cecotto, que quase foi campeão de F2 em 1983, marcou ponto na F1 e teve uma longa e distinta carreira em carros de turismo com a BMW. Neste milênio, diversos pilotos venezuelanos chegaram às principais categorias do automobilismo mundial sendo que um, Pastor Maldonado, ganhou o prestigioso título da GP2 e um Grande Prêmio de F1 até agora. EJ. Viso, Milka Duno, Enzo Potolicchio, Diego Ferreira e alguns outros menos notávei

Fábricas de volta no automobilismo

Nos últimos meses, diversos anúncios foram feitos por fábricas que estariam voltando a certas categorias de alto nível do automobilismo de competição. Ontem surgiu o boato de que a Honda estaria fornecendo motores à McLaren a partir de 2015, veiculado pela geralmente bem informada BBC. O boato até que faz sentido, e por isso mesmo, não devemos soltar muitos rojões. Explico adiante. A história se repete, não há nada novo embaixo do Sol. Quando os motores turbo foram implementados na Fórmula 1,  um número razoável de fabricantes se prontificou a continuar a montar motores e outros tantos, entraram na briga. Durante algum tempo, motores da Honda, BMW, Alfa-Romeo, Ferrari, Ford, Porsche (TAG) e Renault brigaram por posições com motores de fabricantes não aliados a montadoras de carros, como Hart, Yamaha e Zakspeed. Aos poucos, uma ou outra fábrica foi caindo fora, BMW, Renault, Alfa-Romeo, algumas repassando seus projetos para empresas como Mecatron. No fim das contas, sobraram poucas

Falando em dólares e euros

Li em algum lugar, há um tempo atrás, que o valor necessário para levar um piloto à Fórmula 1, seria algo em torno de 20 milhões de dólares. Achei um valor um pouco alto, porém, não de todo irreal. Os cálculos teriam sido feitos desde o início da carreira do(a) guri(a) no kart, até ser contratado por uma equipe de Formula 1, ganhando grana. Isto inclui custo de passagens, hospedagem, alimentação, além de comprar espaço ou montar equipes. É verdade que grande parte desse dinheiro vem de patrocinadores, que financiam a carreira do piloto durante 15 anos, pois hoje os kartistas começam cedo. Ou seja, hoje em dia, a carreira auto-financiada é quase uma coisa do passado. Haja grana. Sim, existe muita gente com dinheiro na atualidade. No Brasil mesmo, há centenas de milhares de milionários, e até um ou outro bilionário. Não vou dizer que sou membro do jet set, e estou acostumado a bater taças com biliardários. Entretanto, já conheci alguns, e todos têm um traço comum. Não gostam de j

Ontem mesmo estava falando no Razia

Chegou ao fim a novela Razia-Marussia, com um resultado nada bom para o piloto - e para o automobilismo brasileiro. No segundo carro da fraca equipe estará o bem respaldado francês Jules Bianchi neste ano. Quando ouvi pela primeira vez que estavam havendo problemas de "funding" com  o acerto do piloto brasileiro, logo conclui que o final da novela seria exatamente esse. Há duas formas de encarar a situação. Uma pessimista, e outra otimista. Pessimista. Não me lembro da última vez em que se inicia uma temporada de F-1 com somente um piloto brasileiro no grid. É certo que minha memória não anda lá essas coisas, porém, de modo geral sempre havia dois ou mais brazucas desde 1973, salvo uma ou outra exceção. Para muitos - inclusive eu - é o prenúncio da possibilidade de não haver sequer um brasileiro no grid em 2014. Esperemos que o Massa faça uma boa temporada e continue a interessar a Ferrari, ou outra equipe (que não seja a Marussia...). Quem pode salvar a situação é o

Antes que me chamem de chauvinista...

Imagem
Sempre apoiei e respeitei pilotos do sexo feminino no automobilismo, e de fato, escrevo com certa frequência sobre seus feitos. Entretanto, acho que a bonitinha Susie Wolff , outrora Susie Stoddart está indo um pouco demais nas suas ambições. Agora, aparentemente, deseja ser piloto reserva da equipe Williams, uma das mais tradicionais equipes da F1. Ou seja, se Bottas ou Maldonado ficarem impossibilitados de correr, a sózia da Meg Ryan entraria no seu lugar. Na realidade, em todos seus anos de DTM, a Sra. Wolff, casada com Totto Wolff, agora chefão da Mercedes na F1, porém ainda acionista da Williams, não demonstrou muita velocidade. Correu sempre no pelotão traseiro, e não evoluiu absolutamente nada nos seus múltiplos anos na categoria. Quando a novidade esfriou, foi mandada embora, apesar da grande influência (e bolso) do maridim. A perspectiva de ter a Sra. Wolff pilotando um carro razoavelmente rápido num Grande Prêmio me traz calafrios. Longe de dizer que o acidente de