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Mostrando postagens de outubro, 2012

Crise na Indycar

Tudo indica que há uma crise interna na Indycar. De novo. Na semana passada, Tony George foi o epicentro de mais uma crise. Haviam rumores de que TG, que criou toda a palhaçada da IRL nos anos 90, e é em grande parte culpado pela falta de prestígio do principal campeonato de monopostos dos EUA, estaria liderando um grupo para comprar a Indycar. Acabou renunciando ao seu posto no conselho, alegando conflito de interesse. Hoje foi a vez do Diretor-Presidente (CEO) da Indycar, Randy Bernard, pedir demissão. Há quem diga que durante sua gestão as coisas melhoraram, outros dizem que pioraram. A Indycar ainda está bastante longe do prestígio da CART nos anos 90, e não consegue repetir um calendário inteiro, adicionando e retirando corridas, entre outras coisas. Já houve gente pior. Teve um cara, cujo nome me escapa à memória, que quase afundou a CART lá por volta de 2002, com ideias faraônicas, inclusive, a abertura do capital da empresa. Quanto à organização em si, insiste que não est

Baile do municipal

Quem não lembra? Houve época no Brasil em que, para ser alguém no país, você tinha que ir ao Baile do Municipal. Mesmo que não gostasse de carnaval, aparecer no Municipal era um must para se manter vivo no universo socialóide da terra brasilis. Depois, se tivesse sorte, saia sua foto na Manchete, Cruzeiro ou Fatos e Fotos, ou nas colunetas sociais que se espalhavam pelo país. Hoje em dia nem sei se esse baile ainda existe, acho que foi substituído pelos camarotes do Sambódromo. Não sei muito sobre o assunto porque não sigo o carnaval, só sei que não se fala muito no mesmo, e se o outrora importante baile existe, certamente perdeu a importância. O grande chamativo do Baile do Municipal era estar ao lado de gente famosa, bonita, cheia da grana e influente, uma vez no ano. A teoria, suponho, é que se você aparecesse do lado dessa gente, sobrava algo para você, e mais cedo, mais tarde, seria aceito na tchurma. Se aparecesse nas revistas e colunas sociais então, seu futuro estava garant

A importância do DTM hoje em dia

À primeira vista, o DTM é só mais um campeonato para carros turismo. Seria importante pelo fato de ser um campeonato alemão, um dos países mais ricos do mundo, e certamente o mais rico da Europa. Entretanto, sob o ponto de vista de marketing, é possível que o DTM seja o campeonato de automobilismo mais importante do mundo. Vejam a NASCAR. O campeonato é disputado por quatro marcas (logo, três). Três marcas de carros populares. Com a volta da BMW,  o DTM passou a ser disputado pelas três principais marcas de carros de luxo do mundo, três marcas premium (BMW, Mercedes e Audi). Diga-se de passagem, o único palco no qual essas três marcas se enfrentam nas pistas. Há muito que as marcas populares alemãs se afsataram do DTM. A Ford, que em certa época foi quase hegemônica na Alemanha com seus Capris, Escorts e Sierras, há muito que não é vista nos campeonatos teutônicos, e agora saiu oficialmente até dos rallyes. A Opel saiu do campeonato há alguns anos, e é muito difícil que volte, po

A volta por cima da BMW

Na sua primeira participação prolongada na F1, nos anos 80, a BMW conheceu sucesso quase imediatamente. Os motores da marca bávara estrearam na Brabham em 1982, e já em 1983, levaram Nelson Piquet ao título mundial. O brasileiro ainda obteve algumas vitórias em 1984, 85, porém, salvo por uma vitória da Benneton com um motor alemão, o sucesso não foi repetido, e a marca decidiu se mandar da F-1, com a proibição dos motores turbo. O acordo com a Williams tinha tudo para dar certo. Afinal, a marca inglesa tinha ganho diversos títulos nos anos 80 e 90, e com uma excelente infraestrutura, a parceria seria, com certeza, bem sucedida. Não foi. Sim, os Williams-BMW ganharam algumas provas, e com Juan Pablo Montoya, parecia que o futuro seria róseo. Entretanto, a BMW queria um pouco mais da Williams, que queria manter sua independência. Era a época das montadoras na F1, e ser mera fornecedora de motores era quase queimação de filme. A BMW queria comprar a Williams. Assim, ocorreu o divórcio

Tive dificuldades para dar nome a este post, ou wishful thinking

A tal programação neurolinguística ensina que aquilo que falamos afeta diretamente os resultados da nossa vida. Tem muito gente que acredita nisso, certamente é um conceito sexy. Assim, muita gente anda repetindo mantras, aquilo que desejam acontecer, por exemplo, dizendo que tudo anda maravilhoso quando não está, na esperança de que as coisas realmente fiquem maravilhosas. Mistura-se a isso pensamento positivo, otimismo, metafísica platônica e até um mesmo espiritualoide "poder das palavras", e temos um smogasbord de "wishful thinking". Que me perdoem aqueles que não falam inglês. Não é afetação minha não, realmente não existe no português uma expressão que traduza a essência desta expressão. Absorvam a definição, nas próximas linhas. Daí existe o marketing, a manipulação, que existe em todas as áreas da humanidade. Se uma mentira for dita mais vezes do que a verdade, acaba virando verdade. O mundo virtual exacerba ainda mais este fato, pois os motores de busca

O fator Galo

Depois de passar a maior parte da manhã matutando sobre a óbvia manipulação dos candidatos presidenciais americanos no debate de ontem, decidi escrever este humilde post, que aliás, já estava na minha mente ontem. Chegou ao fim a longa novela Felipe Massa - Ferrari, e pela décima quarta temporada seguida, teremos um brasileiro na mais tradicional equipe de F-1. Porém, não no poleiro! Segundo Luca di Montezemolo, o chefão da Ferrari, a equipe não comporta dois galos, somente um. Ou seja, um galo, quem sabe uma galinha e um pinto, um frango, para ser mais polido. Com isso, Luca disse, de modo claro, que não considera Felipe um piloto do mesmo nível que Fernando. Não é um galo. Um monte de gente já escreveu o óbvio, "mais uma vez um brasileiro subserviente na Ferrari, blá blá bla", mencionando os tempos de Rubinho também. Seletivamente esquecem-se dos 1000 Km de Nurburging de 1973, ou mais longe ainda, do início dos anos 50, quando "Seo" Chico ficou relegado a um

Morte e vida severina

O automobilismo, como tudo na vida, é composto de vais e vens. Uns chegam, e outros se vão, uns nascem, outros morrem Não estou, obviamente, falando da morte de pessoas, antes que eu alguém interprete mal o que estou dizendo. Estou falando de equipes, fabricantes. Não comentei o fechamento da Lola Cars como fabricante de carros de corrida. Manufaturar carros de competição pode parecer uma atividade lucrativa para os menos avisados, porém não é. Até mesmo os fabricantes de sucesso em termos de resultados e volume, como a Lola, mais cedo, mais tarde morrem uma morte inglória. Que o digam March, Ralt, Reynard, Swift, Eagle, Chevron e uma série de outras. A Lola até que durou bastante. Iniciou suas atividades no final da década de 50, e chegou a 2012. Em 1997 quase se vai para o escambau, porém, foi salva pelo ex-piloto Martin Birrane, que segurou a coisa até este ano. A Lola correu em um número imenso de categorias, vencendo em todas - Fórmula 1 (antes que me critiquem, a Honda de 1

Por que o GP de Austin provavelmente não dará certo

Muitos têm acompanhado a saga do GP de Austin no Brasil, porém, poucos têm o privilégio qualificado de segui-la do ponto de vista americano como eu. Vejam bem, quando cheguei nos EUA, o país tinha dois GPs de F1, um em Watkins Glen e outro em Long Beach. Desde então, foram realizados GPs em Detroit, Dallas, Las Vegas, Phoenix e Indianapolis, além dos dois outros locais citados. Apesar da importância da economia americana, o GP deste país não firma. Havia muita expectativa em volta do GP em Austin, porém, me parece que as coisas estão começando de modo errado. Há alguns meses atrás, quando havia grandes dúvidas quanto à realização da corrida, foram postos alguns ingressos à venda, a US$150.00. Um preço alto para um evento de realização questionável, porém, trata-se de um GP da F1, afinal de contas. No site oficial do GP, os ingressos baratos já se esgotaram! Grande sucesso (será?). O mais barato agora é um ingresso de US$500.00. Ingressos mais baratos ainda podem ser achados em mi

O sonho terminou

Comecei a me apaixonar pelo automobilismo com uns oito anos de idade, um pouco antes de Emerson entrar na F1. Logo, já estava pintando meus carrinhos de plástico, pondo números e fazendo corridas imaginárias com Fords GT40 e Porsches. Eventualmente, fiz uns micro carrinhos de cartolina, e pistas também, e criei diversos pilotos, categorias e países imaginários. Dentro deste meu universo automobilístico, imaginei uma emissora de televisão que transmitia somente corridas. Chamava-se, obviamente, "TV dos Carros". Pensar em TV segmentada nos anos 70, quando existiam meros seis canais no país era algo visionário para um guri tupiniquim. Muitos anos depois, já nos Estados Unidos, tive o prazer de ver o meu sonho realizado, o Speed Channel. Nele assisti corridas de F1, Indy, NASCAR, IMSA, DTM, Campeonato Australiano, Le Mans, diversas categorias de carros esporte, Moto GP, GP2, Modified, sprint cars. Enfim, um grande número de categorias cujas corridas nunca sonhei ver na TV.

Meu prognóstico

Outra noite tive o prazer de jantar com um ex-piloto, e estávamos conversando sobre a Fórmula 1. Algo meio lógico, se bem que o cara entende de tudo, e de fato, conversamos sobre tudo. Disse-lhe o que penso. A balança mudou em favor de Sebastian Vettel, e a meu ver, o alemão tem 75 % de chance de se tornar tri-campeão. Alonso vai ficar devendo mais uma vez. Embora não simpatize com o asturiano 100 %, Fernando é, sem dúvida, o piloto mais completo da F1 no momento, embora não seja o mais rápido. Tanto é que extraiu da Ferrari uma velocidade que não tinha. Se estivesse na McLaren, o espanhol já seria campeão. Não que eu ache a dupla da McL ruim, notem bem.   A Ferrari teve uma boa dose de sorte no começo, que agora lhe falta. Porém, convenhamos que a Red Bull teve lá seus azares nesta temporada, e no início não estava muito bem. Parece-me, entretanto, que os problemas do carro já foram resolvidos, e agora será muito difícil tirar o título de Seb. Parabéns ao Kimi, que apesar de

Algo próximo de impossível

Com a aposentadoria de Schumacher da F1, vai-se um mito. Um mito que parecia invencível, porém, na sua segunda carreira, demonstrou que grande parte do seu sucesso se deu por causa de equipamento de primeira qualidade no início do milênio, algo imprescindível na F1 atual. Seja como for, provavelmente ninguém consiga ultrapassar o plantel de vitórias do alemão na F1, 93, e sete campeonatos. Plantel impressionante, este do Schumacher. Porém, a carreira de Sebastien Loeb no Campeonato Mundial de Rally me impressiona muito mais. A última vez em que um outro piloto, que não seja o francês, ganhou o título mundial foi 2004. Nove vezes campeão, e com nada menos do que 75 vitórias, Loeb não dá indícios de arrefecer seu ritmo. Ainda assim, no ano que vem se tornará um piloto "part-time", e com certeza não ganhará o título. Digamos que a hegemonia de Loeb estava estragando o Mundial de Rallye. Agora dizemn que vai tentar o Mundial de Turismo, com a Citroen. Eis aqui o diferencial d

Já entrou para o clube

Depois da corrida do domingo, Romain Grosjean entrou para um clube seleto da F1, o grupo dos barbeiros contumazes. Que fazer com Grosjean? Chris Horner quer que a Lotus controle o francês. A FIA já o suspendeu. Daqui a pouco, só vão permitir que o ex-campeão de GP2 largue somente dos pits. Grosjean não é nem o primeiro, nem o último a interpretar a F1 erroneamente. Entretanto, sua especialidade é acabar com sua corrida (e de outros) logo na largada. No ano passado, Felipe Massa e Lewis Hamilton passaram metade da temporada se estranhando na pista. Em 1973 Jody Scheckter deu diversas batidas, inclusive em Silverstone, que alijou um quarto dos carros na prova. Depois em 1974, sob controle de Ken Tyrrell, Jody amadureceu rapidamente, e chegou a campeão mundial. Em 1972 Henri Pescarolo teve a satisfação de ganhar sua primeira Le Mans, mas na F1, foi uma bateção só. Frank Williams quase faliu por causa de Henri. Vittorio Brambilla conseguiu dar uma cacetada no seu carro depois d

Egos frágeis e as redes sociais

Em algum lugar ou outro tenho escrito sobre o vício de interatividade que assola o mundo, que, entre outras coisas, está remapeando o cérebro de gerações inteiras. Vez por outra denoto em mim mesmo certas patologias causadas por excesso de presença em blogs, redes sociais e email. Em última análise, trata-se de trocar a vida verdadeira pela vida virtual. O assunto é muito complexo, e certamente fora do escopo deste blog, portanto, poupa-los-ei. Para o narcisista, a rede social é, numa fase inicial, uma benesse, e eventualmente se torna uma arma mortal - de suicídio. Não há dúvidas de que poucas celebridades administram bem o tal do twitter, onde supostamente existe mais interatividade - afinal de contas, quem não pode se expressar em uns 100 e poucos toques de teclado? Não requer muito tempo, nem cérebro. No automobilismo, tendemos a achar que os praticantes do esporte têm um nível intelectual melhor do que, digamos, futebolistas. Estes, vira e mexe arranjam barracos no tal twi

Salvo pelo gong

BAAAAAAAAAAAAAAAAAAMMMM! Muitas vezes associamos o Japão ao gongo. E Felipe Massa, me parece, foi salvo pelo dito cujo, o gongo. Felipe fez uma excelente corrida ontem, e voltou ao pódium depois de muito tempo. E num segundo lugar, não no terceiro. Com isso, fica muito mais fácil para a Ferrari renovar seu contrato por pelo menos mais um ano. Até porque ontem Massa cumpriu aquilo que a Ferrari espera dele, marcar o máximo possível de pontos, com ou sem Alonso na pista. Ajudou bastante o fato de Alonso ter sido eliminado na primeira volta, e Webber ter tido lá seus problemas. Entretanto, não foi só a sorte que ajudou Massa. Foi mais rápido que as duas McLaren, e conseguiu se manter à frente de um altamente motivado Kamui Kobayashi. De fato, somente Vettel foi mais rápido do que Massa na corrida do Japão. Cabe a Massa continuar com esse mesmo nível de desempenho, e sonhar com uma temporada melhor em 2014. Quanto ao campeonato, a meu ver será difícil para o Alonso segurar o

Zum zum zum

Aparentemente, está saindo um zum-zum-zum de que Jaime Alguersuari seria contratado pela Force-India. Até onde existe alguma verdade no rumor, não sei. Só sei que se foi a Marca que disse, deve ser furado. Entretanto, quem sabe o rumor seja verdadeiro, e a história cause alguma surpresa, considerando o recente anúncio da confirmação da aposentadoria do Michael Schumacher. Ou seja, aquele papo de que o alemão iria para a Sauber, murchou. A pergunta é, se o Alguersuari vai para a Force India, quem sairia da equipe e porque. O cenário mais plausível, a meu ver, seria a ida de Nico Hulkenberg para a Ferrari. E a ida de Felipe Massa para sua ex alma-mater Sauber. Ok, sei que a Telmex reconfirmou seu contrato com a Sauber, que nos leva a crer que o segundo piloto a ser confirmado seria o mexicano Gutierrez. Sabe lembrar que a Fórmula 1 há um bom tempo deixou de ser tão bairrista quanto outrora. A própria Force India é um bom exemplo. Apesar do dono indiano, a equipe nunca teve um

Mais GPs, será que há tanto interesse assim

Nos últimos meses, tenho lido artigos e comentários sobre autódromos e GPs aparecendo mundo afora. Além do suposto GP de Nova York (New Jersey), que parece estar cambaleando, e que na realidade seria uma corrida de rua, já li sobre propostas de GPs para Argentina, Venezuela, Grécia, Tailândia, México e se não me falha a memória, até mesmo a volta do GP da África do Sul. Daqui a pouco vão propor um GP da Antártida, afinal de contas, pinguim também é gente. Como o calendário da F1 já está bastante congestionado, resta saber se estes novos GPs (se é que não passam de viagem da cabeça de Bernie ou de outras pessoas) serão acrescentados ao calendário, ou se substituirão outros GPs. O GP da Turquia já dançou neste ano. Já dizem que a Espanha não comporta dois GPs, mesmo se Alonso for campeão neste ano, e o GP da China parece uma idiossincrasia. Sem contar os GPs do Oriente Médio, que da hora para outra podem evaporar. A F1 corre o risco de parecer a Indycar, que nos últimos anos, com

Mudança de paradigma

Alguns podem dizer que estou exagerando, identificando uma tendência onde não existe nenhuma. Porém, este fim de semana pode ter sido o começo de uma mudança de paradigma da atividade automobilística brasileira no exterior. Nos últimos quarenta e três anos, ficamos acostumados com muitas vitórias de pilotos brasileiros em uma vasta  gama de categorias de monopostos - Fórmula 1, 2, 3, Fórmula 3000, GP2, Fórmula Ford, Super-Ford, Fórmula Indy, Indy Lights, Saab-Barber, Dodge-Barber, Fórmula BMW, Fórmula Renault, Atlantic, A1GP, Fórmula GP Masters, World Series, Fórmula Nippon, Infiniti Pro, Fórmula Opel, AutoGP etc, etc. A lista é imensa. Via de regra, os pilotos brasileiros procuravam fazer carreira nos monopostos. Neste fim de semana, vimos três importantes vitórias de brasileiros nas classes turismo. Muito importante foi a vitória de Augusto Farfus no DTM, na re-estreante BMW, ao passo que Pietro Fittipaldi e Nelson Angelo Piquet obtiveram vitórias em categorias inferior