Postagens

Mostrando postagens de 2015

Meu sonho foi sempre visitar o Azerbaijão, como o Bernie advinhou!

Outro dia estava assistindo a uma gravação da corrida de GP2 em Monaco, e me dei conta de uma coisa. Se fosse realizada uma corrida de rolimã em Monaco, ainda continuaria sendo um evento desejável, charmoso e chique. Provavelmente seria também uma corrida chata, mas os barcos na marina, os lindos prédios e belíssimas garotas (e garotos) logo fariam esquecer o tédio de uma procissão sem graça, como são a maioria dos GPs do Principado. Por isso mesmo o GP de Mônaco ainda continua a ser um must do jet set mundial. No ano passado, os jovens seguidores da F1 ficaram bastante bravos quando Bernie Ecclestone disse que não queria mais milhões e milhões de jovens seguindo o esporte, e sim, pessoas que pudessem consumir produtos e serviços dos patrocinadores da F1 - Rolex e UBS, entre outros. Ou seja, basicamente disse, vocês jovens (e pobres) não são meu público. Com certeza, Bernie gostaria que a F1 tivesse uma legião de fãs parecidos com os seguidores do golfe, ou pelo menos do tênis, e que

Antanhos estranhos

Confesso que às vezes dá saudades de escrever algum post. Material tenho, não tenho tempo e falta uma pitada de motivação. Estou um pouco enferrujado, porém, vamos lá. Como muitos, tenho fascínio com o automobilismo de outrora. E não estou falando do começo do século XX, da época do Lautenschlager, Nazzaro, Resta,e sim dos mais recentes anos 70, 80. Pois ocorriam algumas coisas num passado não muito remoto que não sonharíamos ser possíveis hoje. Por exemplo, em 1972, no primeiro GP oficial na Argentina desde 1960, todos os carros correram com patrocínio de quem pagava as contas não só daquela corrida, como da maior parte do automobilismo platino - a petrolífera argentina YPF. Até aí, nada. Exceto que a maioria - se não todos - carros de F1 da época continham logos dos seus fornecedores de gasolina. Alguns, como a Matra (Shell) e Tyrrel (Elf) praticamente não tinham outros patrocinadores. Sendo assim, os carros correram com logos da Shell, Esso, Agip, Fina, Elf, Texaco, Gulf, BP jun

Ninguém se entende mais

Ainda me lembro de uma época em que a retranca tomou conta do futebol brasileiro. O que tinha de 0 x 0 não estava no gibi. Cabe lembrar que a palavra gol vem do inglês GOAL, que quer dizer meta, objetivo. Ou seja, a meta do futebol, o objetivo, é o gol. Portanto, sem o gol, fica uma coisa meio sem sentido. Nas corridas de monopostos de alto nível, que cada vez mais sentem a perda de audiência e de público local, uns apontam os dedos uns para os outros, visando culpar alguém pelas mazelas do esporte. O público supostamente acha a F1 chata, porque ninguém ultrapassa ninguém, as corridas são procissões, etc. Quando inventam uma tecnologia para auxiliar a ultrapassagem, muitos gritam "é fajuta, falsa, artificial". E o Bernie grita de um lado, o Todt, do outro, a imprensa e o público do outro, os pilotos e donos de equipe também, enfim todo mundo aparentemente está insatisfeito. Como as coisas são fascinantes... Na corrida de Indycar em Fontana deste fim de semana, foi quebr

No fundo, o que incomoda é o profissionalismo

Quando comecei a seguir seriamente o automobilismo, nos anos 70, o patrocínio comercial no esporte ainda era nascente, e o produto estava longe de ser televisivo. Era a hoje chamada era romântica do automobilismo - naquela época, diziam que os anos 20 eram a época romântica, mas deixem pra lá, se não complica o meu raciocínio. Bom, já que é para complicar, pergunto, será que em 2050 vão dizer a mesma coisa de 2015, que esta era a época romântica do automobilismo? Romance ou não, a realidade é que as coisas, mesmo na Europa e nos EUA (que dizer do Brasil) eram meio feitas a toque de caixa, desde a organização, até o projeto de carros, autódromos e pistas de rua, administração de carreiras e equipes. Tudo tinha um toque de diletante. A Brabham, que em 1972 produzia não somente carros de F1, mas também de F2, F3 e Fórmula B, supostamente tinha uns 25 empregados, que fabricavam dezenas de monopostos por ano. Pelo menos a Brabham tinha um projetista com diploma de engenheiro, pois muitos

A gente bem que tenta escapar de coisas relacionadas a Brasil...

Vivo nos EUA há quase quarenta anos, entretanto o Brasil tem sido parte da minha realidade quase o tempo todo. É verdade que tenho muitos clientes brasileiros, muito do que faço se relaciona diretamente com o Brasil, sendo assim, acabo falando, tratando de coisas relacionadas ao país quase o tempo todo. Junte-se a isso a internet, e o fato de viver em Miami, e pronto, vivo mais no Brasil do que aqui. Minha antena está mais para lá do que para cá. Neste fim de semana resolvi me desligar disso, e fiz uma reserva num hotel em Palm Beach, a hora e pouco de Miami. Ali certamente só escutaria inglês, viveria uma realidade diferente. Fiz uma reserva no Brazilian Court Hotel. Você deve estar rindo ou me chamando de louco. Não, o Brazilian Court Hotel não tem absolutamente nada a ver com o Brasil. Muitas ruas na riquissima Palm Beach tem nomes de países (Australian Avenue, Chilean Avenue, BRAZILIAN Avenue), e vem daí o nome de um dos mais tradicionais hoteis da cidade, construído nos anos

Corrida de verdade era antigamente...

Não me canso de ouvir isso, para todo lado. Aliás, não é só corrida. Futebol, música...Eu mesmo digo que pararam de fazer música depois dos anos 80, e meu ipod é um verdadeiro museu. As coisas mudam, e na realidade, não há como se comparar uma época com a outra. Tudo tem o seu charme, seus prós e contras, e o automobilismo não é excessão. No caso de Le Mans há muita gente saudosa da época dos antanhos. Têm uma visão quiçás um tanto poética da coisa. Sempre me lembro da Avenida São João. Quando era pequeno, me parecia uma Avenida majestosa, cheia de cinemas, lojas de boa categoria, etc. Hoje me parece uma rua xinfrim, e não digo isso só por causa da decadência. Pelo tamanho, mesmo. Le Mans 2015 foi completamente dominada por três marcas, Porsche, Audi e Toyota, que alinharam oito carros. Seus carros largaram nas oito primeiras posições, e chegaram nas oito primeiras posições. Alguns veem nisso um sinal de colapso, o fim do mundo, tédio com T maiúsculo. Preferem a mítica  época ant

Neozelandices

Uma das principais novidades das 24 Horas de Le Mans deste ano foi o anúncio da volta da Ford no ano que vem, com um GT que deverá combater a Aston-Martin, Corvette e outros. Sem qualquer chance de ganhar na geral, obviamente. Os mais antenados vão se lembrar que o ano que vem marca o 50o. aniversário da primeira das quatro vitórias seguidas da Ford na grande corrida francesa, Ou seja, obviamente tudo foi programado cuidadosamente, para aumentar o impacto da volta da montadora americana a Le Sarthe. Desde o lançamento do carro de rua até a coincidência com o 50o. aniversário dessa vitória. Tudo tem que ser um evento hoje em dia. É importante notar que a Ford interrompeu uma longa sequência de vitórias da Ferrari naquela corrida de 1966, e que, de fato desde 1965 o Cavallino Rompante não emplaca uma em Le Mans - e não foi por falta de tentativas. isso só fez a vitória da Ford mais doce, para quem conhece a história, que não vou contar aqui. Divagar é preciso, mas não tanto. A primei

Até as coisas boas chegam ao final

Havia uma caixa que me incomadava no meu apartamento. Na maior parte do tempo, a ignorava. Recentemente, me dei conta de que andei acumulando muita coisa desnecessária desde que mudei para a Flórida. Não chego a ser um "hoarder", um voraz e patológico aumulador de pertences inúteis, porém, imagino que a patologia comece branda algum dia e evolua, assim, impliquei com a caixa. Nessa caixa, havia milhares de papéis impressos da Internet, contendo artigos e resultados de corridas, inclusive páginas mal digitalizadas de revistas dos anos 60 para frente, recortes de jornal, e até mesmo um rascunho de um livro que me foi enviado para revisão sobre qual o autor nunca mais falou (já se passam muitos anos e o livro nunca foi editado). Pouco usei o material acumulado, embora planejasse usá-lo para confecção de textos de automobilismo. As impressões foram feitas na época do desespero, como se aquelas fossem a única fonte da informação no mundo. Desde então, a internet expandiu bastant

Como melhorar a Formula 1

Desde pequeno que ouço duas coisas. Primeiro, que o Brasil é o país do futuro. Segundo, que a F-1 precisa melhorar o show, se não, vai para a cucuia. Acho que vou continuar ouvindo essas coisas indefinidamente. Sigo a F-1 há mais de quarenta anos. Lembro que sempre teve quem dissesse que o domínio de fulano ou sicrano ou equipe não é bom para o esporte, que pouco se ultrapassa na F-1, que se as coisas não melhorarem a categoria vai para o chinelo, etc. Lembro-me que em 1975, muitos reclamaram que Niki Lauda e Ferrari simplesmente dominaram o campeonato. Sem dúvida, foram os melhores, porém dizer que houve domínio me pareceu um pouco exagerado, especialmente num campeonato de 14 corridas em que dez outros pilotos - e cinco outras marcas - ganharam corridas. Por outro lado, teve gente que demonstrou desconforto com o campeonato de 1982, ganho por Keke Rosberg, justamente por que o campeão só ganhou uma corrida, e pelo menos três outras equipes - Ferrari, Mclaren e Renault, teriam m

Aparências enganam, micos e etc.

Imagem
Os menos avisados seguidores do automobilismo brasileiro do início dos anos 70 podem se enganar redondamente com a qualidade de alguns carros que correram - ou iam correr no Brasil. É verdade que para um país com poucos bólidos, qualquer carro meia-boca, vindo do exterior, pareceria grande coisa, comparado com carros de rua com a capota retirada, chamados curiosamente de protótipos, ou feiosíssimos patos-feios. Um desses carros foi o protótipo Royale. A meu ver, era um protótipo bonito o Royale, que podia ser equipado com motores de até dois litros. Porém,  o Royale passou muito longe de corridas de primeiro escalão. A Europa teve um campeonato para protótipos de 2 litros entre 1970 e 1975, e curiosamente, nenhum Royale participou do campeonato, apesar de um número razoável de marcas representadas. No Mundial de Marcas a representação foi nula, os carrinhos sequer foram inscritos em corridas. Os Royale corriam somente em provas de segunda categoria na Inglaterra, mas chegaram no Bras

As divisões do Facebook

Como no futebol, que tem primeira, segunda, terceira, etc divisões, assim divido (mentalmente) meus contatos no Facebook. Tenho quatro divisões, a quinta na realidade é a exclusão. Como no futebol, meus contatos podem subir ou descer de categoria. Não tenho um número fixo em cada categoria, entretanto, não cheguei a esse ponto de loucura ou de não ter nada mais o que fazer da vida. Facebook e diplomacia têm algo em comum - a reciprocidade. É mais ou menos esse princípio que norteia meu regulamento facebuquiano. Na primeira divisão estão os verdadeiros amigos que podem ser tanto amigos pessoais como somente virtuais. Sim, muita gente conheci no Facebook ou na internet, nunca vi na vida (e muitos provavelmente nunca verei), mas temos um nível legal e saudável de interação. Comento e curto o que dizem, discordando ou concordando, e fazem o mesmo comigo. Brinco com eles, e eles comigo. E sei que são pessoas que se importam comigo, e eu, com eles. Têm acesso a todo meu conteúdo. Na se

O sonho das fábricas

O sonho da FIA e de Bernie era uma Fórmula 1 povoada de montadoras. Muita água rolou, até quase conseguirem o feito, em meados da primeira década do novo milênio, quando Ferrari, BMW, Renault, Mercedes, Honda e Toyota disputavam tête a tête o Mundial de F1. No caso da Mercedes, somente como fornecedora da McLaren, lógico. Toyota, BMW a Honda eventualmente cairam fora, a Honda voltou, e eventualemente a Mercedes criou seu próprio works team - e hoje domina o pedaço. Isso todos sabemos. O mundo do automobilismo é e sempre foi feito de rumores, factóides, e meias verdades. Outro dia conversava com Emerson Fittipaldi, e perguntei se a sua inscrição numa corrida sueca de F2 de 1974, na equipe dos equatorianos Ortega e Merello, com um Surtees, tinha algo de verdade, Sua resposta disse tudo "quem corria de Surtees era o Moco..." Exatamente quem criou tal fato, não sei. Como apareceu numa revista ou lista de inscrição, e hoje em dia num site respeitado, também não sei. A única ex

Liderança de voltas na Indy 500

Às vezes nos concentramos em certas coisas que não são muito importantes, e deixamos de lado fatos notáveis, dignos de consideração. A performance de pilotos brasileiros nas estatísticas de liderança de voltas na Indy 500 é um desses fatos notáveis. Primeiro, devemos considerar que a centenária corrida começou a ser realizada em 1911, e quando pilotos brasileiros começaram a participar dela, já era idosa, tinha 73 anos de idade. E um brasileiro a liderou pela primeira vez em 1985, quando fazia seu 74o. aniversário. Neste ano nenhum brasileiro ganhou a corrida, porém, os dois brasileiros presentes, Tony Kanaan e Helio Castromeves, lideraram a corrida. Nada mal. É fácil esquecer - ou não saber - que Emerson Fittipaldi é o sexto piloto que mais liderou voltas na Indy 500 - 505 voltas, mais precisamente, somente 50 voltas a menos do que A J Foyt, que participu da corrida dos anos 50 até os anos 90, e é o recordista em vitórias na categoria, com mais de 60 vitórias. Emerson só disputo

Dois pilotos franceses, algumas coisas em comum, outras nem tanto

Já perdi a conta de quantos pilotos já correram na Fórmula 1, mas imagino que o número se situe entre 600 e 700. Dentre estes poucos, conseguiram a façanha de marcar pontos no seu primeiro e último GP. No caso do protagonista deste post, sua façanha foi mais rara ainda por que ele participou da categoria nos anos 50, quando só marcavam pontos os 5 primeiros, não era a festa dos dias de hoje. Além disso, teve uma carreira longa nos GPs para o padrão da época, disputando 38 GPs, a grande maioria com carros preparados por ele mesmo. Outra curiosidade - foi um dos pilotos presentes no primeiro GP do Mundial de Pilotos. O francês Louis Rosier não é lembrado por muitos, mas na realidade, fez bastante coisa. Foi um dos diversos pilotos cuja carreira foi interrompida pela Segunda-Guerra Mundial, porém, findo o conflito, Rosier, garagista em Clermont-Ferrand, estava de volta nas pistas. Rosier foi o mais bem sucedido piloto dos Talbot-Lago T26C que participaram em números razoáveis nos dois

A globalização

Imagem
Quando descobri que a Planeta de Agostini estava publicando uma coleção de velhos carros brasileiros, fiquei muito entusiasmado. Há alguns anos atrás havia comprado alguns carros, como JK, Veraneio, Belcar, numa loja de brinquedos de São Paulo. Eram carros que tinham sido distribuídos por um jornal, se não me engano do Rio de Janeiro, e o excedente acabou em São Paulo. As miniaturas, em escala 1-43 eram de qualidade razoável. Porém logo vi que as miniaturas de Planeta de Agostini eram de uma melhor qualidade. O grande problema é que não moro no Brasil. Comprar a coleção em bancas e mandar entregar num endereço no Brasil seria uma opção. Assinar não era uma opção, pois nem todos carros me interessavam. Pedir para alguém checar o que estava disponível na banca, seria bastante mala. Uma pena. Logo descobri que a editora fazia parte de um grupo que vendia essas coleções na França, e aqui começa a saga de globalização. Na França os produtos eram vendidos pela espanhola Altaya, e consegu

Algo a se pensar

Sei que muita gente se irrita com a Blancpain Series no Brasil, principalmente com a tendência que alguns têm de se referir à mesma como Campeonato Mundial de GT. Certamente não é um Campeonato Mundial de GT, porém, não seria a primeira vez que brasileiros exageram algo. Exagero ou não sigo a série, pois, incrivelmente, as corridas são transmitidas aqui nos EUA - um milagre! Sim, seguir o automobilismo europeu nos EUA requer muito malabarismo, embora com a Internet as coisas tenham melhorado. Eu seguia com muito interesse o Campeonato Europeu de GT, iniciado pela FIA em 1972. Muito se esperava dele. Sim, muitos esperavam diversos Porsches na pista, porém, também se pensava em Ferraris mil, Jaguar, Aston Martin, Maserati, Lancia, FIAT, Alfa-Romeo, MG, Triumph, Datsun, Lotus, Alpine, e outras marcas. No fim das contas, só a De Tomaso se interessou em peitar a Porsche nos primeiros dois anos, e nas duas últimas edições, só dava Porsche. Vez por outra aparecia algum carro de outra marc

O poder da retrospectiva

Digamos que está sendo uma temporada esquisita. Para começo de conversa, no primeiro GP, dominaram as manchetes dois pilotos holandeses. Que me desculpem os holandeses, gosto muito do país, porém, pilotos holandeses quase sempre foram notas de rodapé na F1. Não na Austrália. Um estava em vias de se tornar o primeiro piloto de GP de 17 anos, e o outro o primeiro a forçar uma equipe a colocá-lo num carro, sim, na marra. Marra judicial, porém marra. No fim, o mais fraco dos dois, Giedo Van der Garde, acabou dando uma banana para a F1 e o mundo cavernoso de seus contratos, conseguindo, porém, um saco de Euros. Sabe-se lá se não teve que restituir seus patrocinadores... Depois, foi esquisito sim ver dois ex campeões do mundo começando a corrida lá atrás. Ninguém esperava que a Honda produzisse um foguete logo de cara, até porque, na retrospectiva, a Honda sempre teve começos difíceis na F1. Em 1964, com Bucknum, os carros brancos da equipe que mal fabricava carros de rua na época eram q

Opiniões furadas

Hoje em dia sou quase um ex-blogueiro de automobilismo. Diríamos que estou em sabático. Realmente me sobra muito pouco tempo para escrever sobre o esporte. Esporte que ainda amo, podem ficar tranquilos. Tenho seguido com bastante interesse os acontecimentos recentes. E querendo ou não acabo lendo as quilométricas discussões em grupos de Facebook e fico abismado com o que leio, sem participar por que não sou bobo! Vou me concentrar em dois assuntos. Sebastian Vettel e os chorões - montadoras que só pensam em ganhar. Nos grupos do FB, frequentemente aparecem pessoas cujo conhecimento da história do automobilismo é um tanto curto. Diria que dura um GP. Logo esquecem de do ano passado, de dois, três, dez anos atrás. Que dizer de quarenta? Culpo isso à forma como seguimos o automobilismo hoje em dia. Antigamente, assistíamos os GPs (sou suficientemente antigo para lembrar da época em que poucos GPs ainda eram transmitidos), e depois líamos nas revistas, que muitos de nós guardávamos. E

Ah, se fosse no Brasil...

Não é notícia fresca - simplesmente não vai haver o GP da Alemanha neste ano. Sim, a grande e poderosa Alemanha, o motor da Europa, etc e tal, não vai ter GP. Já pensou se o Brasil se encaixasse no mesmo cenário...com nove campeonatos mundiais ganhos desde 2000, inúmeros GPs vencidos, o vice-campeão do ano passado, e não só isso, já pensou se a equipe Fittipaldi ainda existesse e estivesse dominando a F1? Seria praticamente impossível não encher Interlagos, mesmo com a crise financeira. Afinal de contas, o GP do Brasil sobreviveu a sombria década de 80, quando a economia do Brasil ia de mal a pior, e nenhuma edição deixou de ser realizada por falta de público. E é exatamente isso que assustou os organizadores alemães, falta de público. Primeiro teve a falência de Nurburgring, que alternava a realização da corrida com Hockenheim. A segunda pista parecia que ia realizar o GP neste ano, só que as vendas de ingressos no ano passado foram um fracasso e esse ano caminhava na mesma direçã

Rito de passagem

Se não disse aqui, já disse em algum outro lugar que quase todos meus ritos de passagem foram atípicos. Não se trata de um julgamento qualitativo. Não quero dizer que foram horríveis, nem tampouco maravilhosos, nem dramáticos ou completamente chatos. Diria que atípicos. Na sua atipicidade, não diria que foram muito interessantes, portanto, não vou entediar ninguém com longas e emboloradas histórias de décadas atrás, nem sequer algumas mais novas, afinal de contas, os ritos de passagem continuam a acontecer. Cabe também dizer que minha definição de rito de passagem pode ser um pouco mais ampla do que a sua. Ou quem sabe, o contrário. Nesta altura dos acontecimentos, parece que meu legado não será lá grande coisa. Como o Brás Cubas de Machado de Assis, não tive filhos. O bendito livro de minha autoria parece que não vai sair. Quem sabe, quando estiver pronto, não se façam mais livros no planeta. A única árvore que plantei, na frente do Colégio Maria José quando tinha uma unidade em H

A obsessão SUDAM

Até os anos 30, o automobilismo na Argentina e Brasil de desenvolveram separadamente. Quer dizer, se desenvolveu na Argentina, onde a categoria Mecânica Nacional era uma verdadeira categoria GP local, e no Brasil, empacou. Com a criação do GP da Gávea, disputado (e ganho) por argentinos, os pilotos brasileiros se desenvolveram, e de fato, volantes como Chico e Quirino Landi e Nascimento Junior participaram de algumas corridas de MN no país vizinho. Com a inauguração de Interlagos, no período pós guerra foram realizadas diversas corridas internacionais em São Paulo, além do GP da Gávea que continuava a ser realizado no Rio, porém, com a ascensão de Fangio, a Argentina tomou a dianteira mais uma vez, inclusive com a realização de corridas dos campeonatos mundiais de F1 e de marcas no vizinho sulino. Apesar da sempre presente rivalidade entre platinos e tupiniquins, surgia o desejo de formar uma categoria, ou pelo menos, um campeonato Sul-Americano. A primeira tentativa ocorreu no final