Adaptações culturais

Morar em Nova York significa, entre outras coisas, comer quantidades industriais de comida chinesa. É mais gostosa lá do que em Hong Kong, não sei no resto da China, por que nunca fui.

Em Roosevelt Island, onde morava, havia um restaurante chinês. A comida era gostosa, embora as condições sanitárias fossem potencialmente preocupantes.

Por isso mesmo, pedíamos ao telefone, para não ficar com sentimento de culpa.

Pedíamos tanto (e quase sempre a mesma coisa) que a moça que atendia já sabia de cor nosso pedido.

Frequentemente mudavam os rapazes que entregavam a comida.

Um belo dia, me veio um cara fazer a entrega obviamente recém chegado da China. Ele me entregou o pacote com uma mão, e estendeu a outra mão para que eu o cumprimentasse. Achei engraçadinho.

Alguém deve ter falado que no ocidente as pessoas dão as mãos para se cumprimentar, e ele adaptou esse dado à entrega de comida chinesa, para entrar na onda e se "aculturar".

Que me leva à memória americanos que descobrem que os brasileiros são beijoqueiros.

Em certas reuniões de negócios entre brasileiros e americanos em Nova York, alguns americanos interpretavam a beijação com uma liberalidade excessiva. Era uma beijação de dar gosto.

Podem notar que estrangeiros que vivem no Brasil também adotam a beijação com paixão fervorosa.

Só falta beijar o cara que entrega comida chinesa....ou a pizza. Pior ainda, o assaltante!

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