1972 foi um ano bom...

...não somente para o nosso Emerson Fittipaldi, que ganhou 13 corridas internacionais, além do título mundial de pilotos e 5 Grandes Prêmios.

Diversos outros pilotos (e equipes e marcas) tiveram boas temporadas, que marcaram as suas carreiras para sempre.

Arturo Merzario, por exemplo, ganhou suas primeiras duas provas do Mundial de Marcas na Ferrari. A primeira prova foi os 1000 km de SPA, em parceria com o grande Brian Redman. Depois veio a consagração na prova seguinte, a Targa Florio, na qual Arturo fez parceria com o piloto de rally Sandro Munari. Nessa corrida, a Ferrari, que dominava o campeonato, inscreveu somente um carro, com junior drivers, contra uma equipe de 4 carros da Alfa-Romeo. O inexperiente (em corridas de velocidade) Munari não fez feio, e a equipe italiana ganhou de novo envergonhando a equipe de Milão. Além disso, Merzario ganhou três provas e o título do Europeu de Protótipos 2 litros, com um Abarth, as Nove Horas de Kyalami, com Clay Reggazoni e os 500 km de Imola, as últimas duas corridas com a Ferrari. Além disso, fez sua estreia na F1 no GP da Inglaterra, pontuando já na primeira corrida.

Howden Ganley teve alguns momentos gloriosos em 1972, chegando em segundo nas 24 Horas de Le Mans com a Matra-Simca (dupla com Francois Cevert) e ganhando duas corridas da Interserie com a BRM. Também foi o único piloto da imensa equipe Marlboro-BRM a marcar pontos em duas corridas do Mundial de Pilotos, um feito e tanto.

Um outro piloto da Matra-Simca em Le Mans, Graham Hill, obteve suas últimas vitórias nesta temporada. Além de ganhar Le Mans em dupla com Henri Pescarolo, o bi-campeão de F1 Hill também ganhou uma corrida de F-2, o GP da Loteria de Monza. Também foi o último ano em que Hill marcou pontos em mais de duas provas do Mundial de Pilotos. Com a vitória em Le Mans, Hill se tornou o único piloto da história a ganhar Le Mans, a Indy 500 e o Mundial de Pilotos.

A Indy 500 trouxe alegria para a equipe Penske, que ganhou aprova pela primeira vez, com o piloto Mark Donohoue, num McLaren. Outro McLaren da equipe, com Gary Bettenhausen, liderou muitas voltas.

Apesar da alegria em Indy, na Can-Am Donohue não foi tão feliz. Acidentou-se no começo da temporada e deixou o lugar livre para o seu companheiro de equipe, George Follmer, obter o título com o Porsche 917. Follmer já era veterano da série, sem nunca ter ganho uma corrida. Com a projeção ganha com o título, Follmer foi chamado para defender a equipe Shadow na F1 no ano seguinte. De qualquer forma, dobradinha para a Penske, Indy 500 - Can Am.

Jacky Ickx não foi tão bem na F1, ganhando somente um GP, mas foi nessa temporada em que Jacky se firmou como o melhor piloto de carros esporte da geração. Geralmente fazendo dupla com Mario Andretti, Ickx ganhou diversas corridas do Mundial de Pilotos, também ganhando corridas com Redman e Reggazoni. Desse ponto em diante, claramente mudava o foco da carreira de Ickx, de Formula 1 para carros esporte.

O jovem alemão Jochen Mass dava muitas esperanças para a sua nação, ganhando o Campeonato Europeu de Turismo daquele ano, com Ford oficial de fábrica, além de mostrar-se rápido nos monopostos, ganhando o Eifellrennen com um March. Prometia muito.

Foi um excelente ano para a Surtees. Além de ganhar os campeonatos Europeus de F2 (Mike Hailwood) e Formula 5000 (Gijs Van Lennep), a Surtees obteve a sua melhor colocação numa corrida do Mundial de Pilotos, segundo no GP da Itália. Também obteve segundos lugares em provas extra campeonato (Prova da Vitória, com Pace, e GP de Vallelunga, com De Adamich).
Um pequeno construtor despontava na F3, a Ensign, que no ano seguinte se aventurava na F1 com o ricaço Rikki Von Opel.

Para outros, 1972 foi um desastre. David Walker, companheiro de Emerson na Lotus, sequer marcou um ponto, e enterrou de vez sua carreira. Seu conterrâneo Tim Schenken fez a última temporada completa na Surtees, e não se deu muito bem com Big John. Nunca mais teve boas ofertas na F1. Foi o começo do fim para o também oceânico Chris Amon. O neozelandês fez sua última temporada competitiva com a Matra-Simca, liderando o GP da França e largando na primeira fila em Monza, porém a equipe desistiu da F1. Amon foi contratado pela March para 1973, mas houve um atrito entre o piloto e os donos da equipe, e acabou na fraquíssima Tecno. Daí por diante Amon pilotou um carro competitivo somente uma vez mais, como terceiro piloto da Tyrrel no GP do Canadá de 1973.

Foi também o começo do fim para a BRM. Com fausto patrocínio da Marlboro, Louis Stanley criou um faraônico esquema, propondo-se a certa altura inscrever oito carros. Não chegou a tanto, mas em certas corridas havia cinco BRMs na pista, às vezes, três modelos diferentes (P153, P180 e P160). Como a equipe fabricasse seus próprios motores e câmbios, teve problemas técnicos, além de usar um plantel imenso de pilotos, sem entretanto, ter nenhum piloto de primeira linha.

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