Briga de família ou vale a pena lembrar


É muito fácil dizer que a carreira de Emerson Fittipaldi na Formula Indy deslanchou a partir do seu título de 1989, quando o brasileiro não somente ganhou cinco corridas e o título, mas também a Indy 500, como se antes disso seu impacto na categoria fosse mínimo.

É fácil lembrar que no fim das contas, o título de 1985 na CART foi uma briga de família no melhor sentido possível. Na penúltima corrida do ano, os líderes do campeonato eram Al Unser Junior, com 120 pontos, seguido de seu pai Al Unser, com 117. O pai ganhou esta penúltima corrida, embora seu filho tenha chegado em segundo, e assim se inverteram as posições na tabela, Unser pai com 139 pontos, Unser filho com 136. Foi assim que terminou o campeonato após Miami, a corrida derradeira, Unser Pai em primeiro e o Unser Filho em segundo. Não me lembro de cenário parecido no automobilismo mundial.

Ocorre que durante grande parte do campeonato, um certo piloto esteve frequentemente na frente dos dois Unser. O piloto, Emerson Fittipaldi.

Já na equipe Patrick, com patrocínio da Seven Eleven, Emerson começou o ano com um excelente segundo lugar em Long Beach. Ou seja, já iniciou a temporada no segundo posto da tabela.
Speedgear Racing Products
Indy não sorriu para Emerson naquele ano, assim que Emerson caiu para quarto na classificação geral, e quinto depois de Wisconsin.

Porém, Emerson teve um excelente verão, algo que muitos esquecem. O terceiro lugar em Portland colocou Emerson em terceiro na tabela, e na corrida seguinte, no estacionamento de Meadowlands, Emerson chegava em segundo, na corrida e na pontuação do campeonato.
O oitavo lugar em Cleveland não ajudou, porém, a vitória obtida na segunda corrida de 500 Milhas do ano, em Michigan, serviu para consolidar a posição de piloto de ponta na categoria, voltando ao terceiro lugar na classificação.

Daí, veio a surpresa, o tal algo que muitos esquecem. Logo no seu segundo ano na Formula Indy, Emerson chegou à ponta no campeonato em Road America, com o quinto lugar obtido. Compartilhou a ponta com Mario Andretti, que liderava o campeonato desde o começo. Emerson passava a ser considerado um forte candidato para o título daquele ano.

Com sete corridas para terminar o campeonato, dois ex-campeões de F-1 lideravam. O torneio, entretanto, estava bastante embolado entre Mario, Emerson, os dois Unser e Danny Sullivan, também ex-piloto de F1.

O sexto lugar obtido em Pocono, a terceira corrida de 500 Milhas do campeonato, fez com que Emerson caísse para segundo lugar na tabela. Porém, os pontinhos do humilde oitavo lugar obtido em Mid-Ohio fizeram com que Emerson mais uma vez liderasse o campeonato, desta feita compartilhando a ponta da tabela com o eventual campeão Al Unser pai.

Daqui para a frente, entretanto, as coisas não foram bem para Emerson, Marcou somente cinco pontos nas últimas cinco provas. Ainda por cima, Bobby Rahal simplesmente esteve impossível no final do campeonato. O piloto com cara de contador que só entrou no top 6 na décima corrida, ganhou três das últimas seis provas, além de obter um segundo lugar na final de Miami, e ultrapassou diversos concorrentes fortes, inclusive Mario Andretti, ficando em terceiro posto no campeonato.

O pai ganhou do filho por um ponto, e Emerson terminou o excelente ano em sexto lugar. Se o finalzinho do campeonato não fora bom para Emerson, diria que foi pior para Mario Andretti, que esteve na ponta até a oitava corrida, e daí para frente, marcou somente 18 pontos e ficou em quarto, bem longe de Bobby Rahal!

Ou seja, Emerson mostrou bastante serviço já em 1985, com nível comparável ao do grande Mario Andretti.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O taxista de São Paulo, e muito disse não disse

RESULTADOS DE CORRIDAS BRASILEIRAS REMOVIDOS DO BLOG

DO CÉU AO INFERNO EM DUAS SEMANAS - A STOCK-CAR EM 1979