GPS que não eram GPs, participações de brasileiros nos antanhos

Quando lemos a designação GP numa corrida antiga chegamos á conclusão, frequentemente errada, de que a corrida era uma corrida de F-1, ou mesmo para carros de Grande Prêmio.
Não vou encarnar no De Teffé, mas muitas das suas biografias atribuem duas participações em GPs em 1938, na Suiça e Tripoli. Na Suiça, supostamente o diplomata brasileiro havia chegado em quinto. Pois bem, Manoel não correu na corrida principal, mas sim na corrida de voiturette, em ambas as ocasiões. Ou seja, não disputou corridas contra as maravilhosas Mercedes, mas sim contra mais humildes ERAs e Maseratis de 1,5 litros.

Muitos GPs também não passavam de corridas de carros esporte, carros GT, Fórmula 2 ou mesmo Fórmula 3.

Em outros casos, por exemplo, o GP General Juan Peron de 1952, a corrida era de Formula Libre, e não de Fórmula 1. Nessa corrida participaram diversos brasileiros. Landi foi terceiro, ao passo que Pinheiro Pires abandonou a corrida com sua Talbot T26C, Ruben Abrunhosa chegou em nono (e último) lugar com uma Ferrari 125, e Francisco Marques também abandonou, com uma Maserati 4CLT.

Por último, o grande recordista de participações no exterior entre os pilotos brasileiros até surgir Emerson Fittipaldi, não foi Chico Landi, como muitos presumiriam, mas sim Hermano da Silva Ramos, com 60 participações nos anos 50. Hermano (ou Nano), que tinha nacionalidade dupla franco-brasileira, é um desses caras que fizeram muito, mas levaram pouco crédito. Indicando desdém, até seu nome aparece grafado erroneamente em diversos lugares, mesmo no Brasil, ora Fernando, ora Hernando, mas era Hermano mesmo. Correu na equipe oficial da Ferrari em Le Mans, pilotou Maserati, Jaguar, Gordini, Cooper, Alfa, Aston Martin e ganhou pelo menos seis das suas 60 provas. Chegou a correr até na África, em Agadir (Marrocos) e Senegal, além de correr na França, Inglaterra, Bélgica, Itália, Alemanha, Venezuela, Monaco e Holanda. Até Emerson chegar em quarto no GP da Alemanha de 1970, era o brasileiro com mais pontos na F1, dois. Comparativamente, fez muito mais do que Teffé...

Da Silva Ramos foi um dos principais pilotos da Gordini

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