A melhor temporada da Can Am

Nos idos de 68 e 69, a Can Am ocupava muitas páginas das revistas brasileiras de automobilismo, carentes de pauta de automobilismo regional. Foi assim que me apaixonei pela série.
Em retrospectiva, a melhor temporada da Can Am foi a de 1970, também bastante noticiada na imprensa brasileira especializada. Terminou em mais uma vitória da McLaren (a quarta seguida) e o segundo título de Denny Hulme na categoria. A diferença estava no grande número de novas equipes e carros que fizeram grande pressão na equipe bicho papão da categoria durante a temporada inteira.

Em termos de vitórias, a McLaren continuava dona da bola. Ganhou a maioria das provas com Hulme, Gurney e Gethin. Houve a zebra de Road Atlanta, a vitória de Tony Dean com seu humilde Porsche 908. Os maiores adversários da McLaren, entretanto, não ganharam nenhuma prova.

O Ti22 do Jackie Oliver

Tinha o espetacular carro ventilador da Chaparral, o 2J, que acabou banido, e que disputou corridas com Jackie Stewart e Vic Elford. A rápida Lola de Peter Revson, que merecia ter ganho pelo menos uma corrida. O Ti22 Mk Ii de titânio, de Jackie Oliver, que deu muito trabalho a Hulme, especialmente em Laguna Seca. O March 707 de Chris Amon, que apareceu no finalzinho da temporada e teve bons resultados. O BRM P154, que disputou corridas com o grande Pedro Rodriguez e George Eaton. Os Porsches 917, que disputaram a corrida de Watkins Glen com Siffert, Rodriguez, Elford, Attwood, Van Lennep e Redman. As diversas Ferrari 512S que disputaram provas com Andretti, Ickx, Rodriguez, Adams, Loos. O Shadow com minúsculos pneus, usado por Follmer. O Ford G7A, que correu com Leroy Yarborough (piloto da NASCAR), David Hobbs, John Cannon. O quadrimotor Mac's it Special que nunca correu! Sem contar inúmeros McLaren e Lolas usados por Lothar Motschenbacher (o único piloto a participar de todas as provas da velha Can-Am, e que foi vice campeão em 1970), Dave Causey, Oscar Koveleski, Peter Gregg, Tony Adamowicz, Bob Bondurant, Jo Bonnier, Graeme Lawrence e Chuck Parsons.

Em toda corrida parecia haver uma novidade. Era a Can Am que poderia ter dado certo a longo prazo.

Enfim foi o Porsche 917 que chegou em segundo em Watkins Glen, que, bastante modificado, acabou matando a Can Am de vez, de tão bom que era. Os McLaren dominavam, mas pelo menos havia a chance hipotética de bate-los na pista. Era impossível bater o Porsche 917 com motor turbo.

Daí veio a crise de 1974, que matou a Can Am de vez. Uma pena.

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