Cúmulo de sorte e de azar


Carreras son carreras, já dizia Fangio, e só se ganha quando aparece a quadriculada.
Muita gente ganha corridas com sorte, outros as perdem com muito azar.

No caso da CART, duas circunstäncias merecem menção.

O colombiano Roberto Guerrero, conhecido por suas excelentes atuações em Indianapolis, liderou todas as voltas da corrida de Miami em 1986, depois de largar na pole. Daí perdeu a prova na última volta, sendo ultrapassado por Al Unser Jr. Diga-se de passagem, Little Al não precisava de mais esta vitória no seu longo currículo, que ficou fazendo falta para Roberto.

Já com Hector Rebaque ocorreu o oposto. Depois de passagens sem destaque na Fórmula 2, Fórmula Atlantic e mesmo na F-1, onde chegou a disputar provas com um Rebaque-Ford (na realidade, um Lotus ligeiramente reformado, mas isto é outra história), Hector foi parar na Fórmula Indy.

Sua carreira ali não estava sendo grande coisa, quando ocorreu o inesperado. Em Elkhart Lake, Hector liderou uma única volta na sua carreira automobilística de alto nível, mas foi a volta certa, a última da corrida. Ganhou a prova, e conseguiu salvar algo de uma fraca temporada, pois foi também a única corrida que terminou no ano. Curiosamente, quem perdeu a prova foi o pai de Little Al, Al Unser. Não ficou fazendo falta para o piloto mais esta vitória.

Falando em Al Unser, ganhou seus dois últimos títulos na Fórmula Indy na base da malandragem. Já não era o piloto mais rápido, mas corria na Penske. Ganhou os títulos de 1983 e 1985 batendo pilotos mais jovens, ambas as vezes com 151 pontos. Em 83, quem saiu perdendo foi Teo Fabi, que apesar de ganhar quatro corridas (Al ganhou uma) não teve a regularidade do piloto mais velho. Teo ganhou as duas últimas corridas, mas o quarto lugar obtido em Phoenix garantiu a vitória pára Unser.

Já em 1985, Unser foi algoz do próprio filho, Al Unser Junior. Ganhou por um ponto de diferença, e novamente ganhou só uma corrida. Diversos pilotos, inclusive Little Al, ganharam mais provas do que ele, mas o que importa são os pontos.

Falando em Penske, a equipe foi protagonista de uma espetacular performance em Indianapolis num ano, seguida de terrível vexame no ano seguinte. Em 94 os Penske-Mercedes arrasaram com a concorrência de modo geral, e em Indianapolis Al Unser Junior garantiu outra vitória para a equipe de Roger. Emerson havia largado na primeira fila, mas abandonou. No ano seguinte, nem Al Unser Junior, nem Emerson conseguiram se classificar para a largada. Roger apelou e comprou carros de outras equipes, mas não teve jeito. Ficaram chupando o dedo. Ou seja, Emerson não pôde se despedir de Indy direito, pois no ano seguinte a prova não estava incluída no calendário da CART, e sim da IRL.

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