Coitado do Alf Francis

Uma das carreiras mais interessantes do automobilismo foi a de Striling Moss. Dizem que o piloto, que na sua primeira carreira correu até 1962, ganhou quase 200 corridas. Depois teve um acidente terrível, voltou a correr no BTCC, e participou até recentemente de corridas com carros históricos. Mas ficou longe da F1, que naquela época, anos 60, era implacável, matava mesmo.

Stirling ainda fazia parte da época romântica do automobilismo. Nada de grandes caminhões, hospitality trailers, patrocínio para todo lado. Muito pouca frescura. A única coisa similar é que andava muita mulher bonita no paddock, e Stirling tinha fama de Don Juan.

Mas voltando ao esporte, naquela época alguns carros não eram nem projetados por engenheiros. 
Eram literalmente criados no vamos-ver, e a figura do mecânico era muito importante.

Stirling tinha um mecânico de primeira Alf Francis, que ganhava uma porcentagem desconhecida dos prêmios de resultados de Moss. Os de largada ficavam no bolso do Stirling, suponho. Uma forma de incentivar desempenho. Não era nenhum bobo, Sir Stirling.

Pois bem, daí veio o acidente, e o Alf perdeu o patrão.

Como havia acumulado uma boa grana, resolveu investir na fábrica de câmbios Colotti, que chegou a equipar diversos carros de F1 no início dos anos 60.

Coitado do Alf não teve muita sorte com seu investimento. Veio a Hewland, com investidores mais abastados, e logo as caixas Colotti viraram peças de museu. Resultado, Alf perdeu tudo.

Engraçado que hoje em dia equipes de F1 que nunca marcaram sequer um ponto (e provavelmente nunca marcarão) são vendidas por dezenas de milhões de dólares.

Difícil nascer na época errada.

Texto de Carlos de Paula

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