O preço do sucesso

Uma das maiores discussões das eleições dos EUA é a adoção (ou não) de um imposto de renda cada vez mais progressivo. Em síntese, no imposto progressivo, aqueles que têm mais capacidade (os mais ricos), pagam uma alíquota maior. Em tese, o IR dos EUA já é assim, entretanto, devido aos diversos recursos que os mais abastados têm, como trusts, private foundations, e uma série de outras fábulas contábeis, acabam, como o candidato republicano Mitt Romney, pagando uma alíquota inferior à metade do que uma pessoa da classe média, tornando o IR americano efetivamente regressivo.

Nada mais progressivo do que as taxas de inscrição que a FIA estará cobrando das equipes de F1 a partir de 2013.  

Até agora, a taxa tem sido US$397,899.  Daqui por diante, a taxa mínima de uma equipe que marcou zero pontos, será US$500.000, e aquelas que marcaram pontos, pagam os mesmos 500 paus + US$6.000 por ponto. Ou seja, a Red Bull, com base no seu resultado de 2011, pagaria a bagatela de $4,4 milhões!

Dinheirinho na conta é bom, quem não gosta? Agora, aumentar em dez vezes a taxa de inscrição das equipes mais bem sucedidas me parece fora do normal. Todo este discurso de redução de custos, também propalado pela FIA, nada mais passa de pura hipocrisia, pois esta de cara já aumenta os custos de todas as equipes, antes mesmo de colocar um carro nas pistas.

Exatamente o que a FIA fará com este rio de dinheiro, ninguém tem a mínima ideia. É certo que a Place de La Concorde é um dos locais mais caros do mundo, o restaurante no prédio tem pratos de 100 Euros, porém, se os fundos não reverterem em algum benefício para o esporte, fica muito difícil apoiar a medida.

Carlos de Paula é tradutor e historiador de automobilismo baseado em Miami  

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