GP do Brasil, Vettel, zero ponto caro

Tinha estabelecido uma meta, no ano passado. Como o GP do Brasil de 2012 cairia no meu aniversário, pretendia vir ao Brasil e ver a corrida em loco, e comemorar no lugar certo, Interlagos. Frustrei-me. Por questões profissionais, acabei ficando por Miami mesmo, e me limitando a ver mais uma final de campeonato na TV.

Teve de tudo um pouco. Massa fazendo uma excelente largada. Hulkenberg liderando, um safety car lhe tirando a vantagem, vitória do Button que outra vez mostrou ser o cara na chuva, outra batida do Grosjean, título para Vettel.

Jacques Villeneuve, aparentemente a única personalidade do automobilismo que consegue ter mais opiniões do que eu, disse que Vettel só tem boa performance quando larga na frente. Pois o alemão provou que Jacques deveria aposentar sua ferina língua, está começando a parecer o Pelé. Nas duas últimas corridas, Seb provou que consegue sair de lá de trás, e obter resultados fora do comum, primeiro nos EUA e agora no Brasil. No último caso, com um carro avariado e diga-se de passagem, sem qualquer ajuda do seu companheiro de equipe. Sei que é costume de todos - inclusive meu - dizer que Alonso é um piloto mais completo, e coisa e tal, porém, nestes dois últimos GPs, Seb provou que se já não chegou no mesmo nível do espanhol, está muito próximo. Mereceu muito o campeonato. E não ganhou uma única corrida na Europa, todas na Ásia, sinal dos tempos.

Foi um campeonato curioso. Kimi Raikkonen voltou com tudo, e não abandonou uma única corrida. Por pouco não completa todas as voltas, e não marca ponto em todos os GPs!!! Pastor Maldonado e a Williams ganharam um GP, depois, meio que sumiram no resto do campeonato, e acabaram em penúltimo entre as equipes que marcaram pontos. Felipe Massa voltou a ser competitivo. Sergio Perez mostrou que mereceu estar numa equipe top. E a meu ver, tanto Lewis Hamilton e Nico Hulkemberg vão se arrepender de ter trocado de equipe. E MS deve ter se arrependido da sua volta inglória à F1. Em quase 60 GPs, o homem das 68 poles e 91 vitórias conseguiu um mero terceiro lugar, passando a maior parte do tempo batalhando com Force-Indias e Toro Rossos, em vez de McLarens e Red Bulls.

A mais estranha competição foi a do zero ponto dos dez milhões. Pelo terceiro ano seguido, as três "novas" equipes da F1 não conseguiram marcar um único ponto, assim, concorriam por dez milhões referentes ao décimo lugar no campeonato, sem pontos. Nessa corrida, pelo menos a Caterham e a Marussia chegaram próximas de marcar um pontico. No final das contas, o fator que decidiu este estranho (porém rico) "campeonato", foi o 11o. lugar obtido por Petrov.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami  

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