Os problemas inversos do Roger Penske

Chamar Roger Penske de tadinho é quase impossível. Afinal de contas, o cara é bilionário, dono da maior empresa de aluguel de caminhões dos EUA, além de outras empresas. Quase comprou a Saturn da GM! Além disso, sua equipe foi a maior vencedora da Indy 500 e de campeonatos de Formula Indy da história (da fato, a única a ganhar campeonatos na USAC, CART e IRL). Some-se a isso vitórias em corridas (e em alguns casos, campeonatos) de NASCAR, American Le Mans, Can Am, Formula 5000, USRRC, Trans Am, além de triunfos no Mundial de Marcas e na própria Formula 1. Nenhuma outra equipe americana se equipara à Penske, e não existe outra no mundo com tamanha diversidade no sucesso. Que eu me lembre, só não ganhou na IMSA.

Pois Penske tem um pequeno probleminha agora. Há três anos seguidos que seu piloto, Will Power, perde o campeonato de Indycar na hora "H", duas vezes para Dario Franchitti, e neste ano para Ryan Hunter-Reay, pior ainda, para os rivais mais difíceis de roer, Ganassi e Andretti.

Power é sem dúvida rápido, o maior vencedor de corridas, e com maior número de poles dos últimos anos. Entretanto, como Helio Castroneves antes dele, não consegue converter seus sucessos em corridas individuais em títulos. Dizem as más línguas que ainda é fraco nos ovais, embora tenha melhorado bastante.

O curioso é que em 1977,78, Penske tinha o inverso deste problema. Tinha um piloto, Tom Sneva, com grande habilidade para ganhar campeonatos, mas que não era muito prolífico em ganhar provas. De fato, o título de 1978 foi ganho por Sneva sem vencer uma única corrida, e o de 77 com duas vitórias..

Eventualmente, Sneva acabou perdendo seu lugar de primeiro piloto na Penske para Rick Mears, e a carreira nunca mais foi a mesma, apesar de algum brilho com o March Texaco Star.

Quanto a Reay, sempre o achei um grande piloto, e merecedor do título. Com certeza é muito melhor que Marco Andretti, filho do dono da equipe, que amargou um terrível 16o. lugar. Quem deve estar rindo disso é Tony Kanaan, que terminou mais uma vez na frente de Marco com equipamento bem mais fraco.

Curiosamente, tanto Reay como Power vieram da Champcar, a série que se fundiu com a IRL formando a atual Indycar, supostamente mais fraca do que a IRL.

Reay também é um dos poucos americanos a ganhar um título de Formula Indy nos últimos quinze anos, o mais notável sendo Sam Hornish, que também foi o último piloto a ganhar o título para Penske, e hoje amarga uma carreira secundária na NASCAR.

Alguns fatos notáveis foram as vitórias de Justin Wilson, com Dale Coyne, e Ed Carpenter, com sua própria equipe, ambas equipes fracas, demonstrando que existe um maior nivelamento na categoria. Simon Pagenaud, com carro da Schmidt (outra equipe secundária), foi a grande figura do campeonato, em quinto lugar.

Quanto a Barrichello, a sua primeira temporada foi exatamente o que previ nas páginas da revista Sobre Rodas. Aprendeu bastante, fez algumas corridas boas, entretanto, esteve longe de ser piloto ponteiro. Infelizmente a equipe KV não é de ponta, e não teve a sorte grande da Carpenter e Dale Coyne.

Helio Castroneves voltou a vencer, entretanto, não parece haver uma nova geração de brasileiros aparecendo na Indy Lights. Victor Carbone fez uma temporada razoável, mas não creio que suficientemente boa para passar à categoria principal. Precisa de mais um ano, e resultados mais consistentes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O taxista de São Paulo, e muito disse não disse

RESULTADOS DE CORRIDAS BRASILEIRAS REMOVIDOS DO BLOG

DO CÉU AO INFERNO EM DUAS SEMANAS - A STOCK-CAR EM 1979