A linguagem do blog, opiniões, simpatias, amizades, celebridades, contratos, o "day after" e um monte de outras coisas

Vou até me afastar um pouco do Facebook e blogs hoje. Provavelmente muitos vão sentar a pua no Felipe Massa, por supostamente ter, mais uma vez, "covardemente" se "rendido" e "deixado" Fernando Alonso ultrapassá-lo.

Felipe fez uma boa corrida, e ficou claro que o desempenho do seu carro, devido aos pneus, piorou bastante na segunda metade da prova. Portanto, não acho que se "rendeu", se demonstrou "covarde" ou "n" outras coisas. Tanto é que logo após ser ultrapassado por Alonso, Perez, justo ele, o "papou" sem muito problema, e Kimi, que fez uma corrida discreta, chegou bem próximo no final.

Entendo que muita gente não simpatize com Felipe. Já conheci um sem número de pessoas famosas, desde esportistas, cantores, empresários, políticos, músicos, socialites, jornalistas etc. no auge da fama ou já decadentes. De modo geral, não são simpáticos, principalmente dependendo da forma que você os conhece. Geralmente, quando me procuram para fazer um serviço, são simpáticos. Quando são apresentados por amigos, são simpáticos. De outra forma, a grande maioria é nojenta, preferia não ter conhecido.

Como vivemos na era das celebridades, onde, tomamos café da manhã, almoçamos, jantamos, ceiamos doses cavalares de informações sobre celebridades, ao ponto de ninguém mais ter vida própria, as conversas são dominadas pelas celebridades da hora. Imagino, pois, que não seja fácil a fama. Todos querem te dar tapinhas nas costas, interromper seu almoço, pedir autógrafos quando você está doido para ir ao banheiro.  Não deve ser fácil, é o preço da fama. Porém, dizer que é uma vida difícil é um pouco demais. Difícil mesmo é ganhar salário mínimo,acordar 5 da matina para trabalhar, andar de ônibus, depender do SUS ter dois ou três empregos. Isso é vida difícil.

Assim, Massa provavelmente acumulou um sem número de desafetos, inclusive no meio automobilístico. Volto ao assunto depois.

A linguagem do blog não é uma linguagem jornalística. Para isso, existem jornais e revistas. Assim, o blogueiro é, ou deve ser por essência cheio de opiniões. Sei que gozo de fama de blogueiro cheio de opiniões pessoais. Em minha própria defesa, devo dizer que todos os blogs de automobilismo que li até hoje são permeados de opiniões. A diferença é que assumo posições que não são sempre populares, porém, procuro fundamentá-las. Defendo o Massa e o Barrichello em alguns casos, desfaço alguns mitos (com dados), contextualizo e desromantizo eras, e assim, piso em muitos calos. Não me limito a dizer esta é minha opinião, e pronto. É o meu jeito de ser, desculpem.

Muita gente fala do que desconhece. Nunca leram um único contrato de esportista profissional, de qualquer modalidade, e não têm ideia de quão específicos (e longos) são, em termos de remuneração, obrigações com patrocinadores e equipes, demissão, e uma série de outras coisas. Por questões de ética, não vou revelar nomes, porém já trabalhei com tais contratos, europeus e americanos.

Assim, é muito fácil chamar um piloto de covarde, sem brios, quando ele deixa um companheiro de equipe em melhor condição no campeonato, ultrapassá-lo. Os bastidores vão muito além das portas dos pits, e sua principal fundamentação é o direito contratual, onde rola a realidade dos dólares, euros, iênes e reais.

No "day after", provavelmente muitos vão se lembrar da Áustria, 2002, mais uma vez sentando o pau no Barrichello e também no Massa, porém, convenientemente, se esquecerão dos 1000 km de Nurburgring e do GP da Áustria de 1973.

Entretanto, para mim ficou claro uma coisa. O carro do Massa não lhe daria condições de segurar no braço nem Alonso, nem Pérez. Que se acalmem os ânimos.

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