Covardia ou coragem?
Quer saber se um cara entende ou não de automobilismo, e veja o que ele diz sobre correr em ovais. Se o cara disser "qualquer macaco faz isso, não precisa ter habilidade nenhuma", deixe-o falando sozinho, pois obviamente não entende nada do assunto.
Certamente, correr em ovais e em circuitos mistos requer habilidades diferentes. A maior variedade de curvas, retas, elevações certamente exige um tipo de concentração. Entretanto, em certas partes da pista, os pilotos correm a meros 50 kmph, em Monaco, por exemplo. Por outro lado, pilotar com o pé embaixo o tempo todo, próximo de 300 kmph, às vezes com três caras na mesma velocidade ao seu lado, também exige muito do piloto, fisicamente, e em termos de concentração.
Eu diria que Mike Conway era um dos melhores pilotos jovens a entrar na Indycar nos últimos anos, e de fato, chegou a ganhar uma corrida no ano passado, enquanto corria pela Andretti. Esse ano fez um "downgrade" passando para a equipe de A.J.Foyt, há muito tempo uma equipe mediana no campeonato.
Foi com certa surpresa que li que Conway se aposentou dos ovais! Praticamente admitiu ter medo deste tipo de pista, e que assim, não poderia ter um desempenho excelente, podendo também prejudicar seus colegas.
Se por um lado muitos podem chamar o inglês de covarde, a sua admissão pública da sua limitação requer uma boa dose de coragem. Diga-se de passagem, um grande número de pilotos que passou na Indycar demonstrou muito "cuidado" ao pilotar em ovais, nos últimos anos. Porém, só Conway teve a coragem de admitir.
Resta saber se Conway preservará seu emprego. Duvido um pouco. Primeiro, por que seu chefe é Foyt, piloto especializado em ovais, com fama de machão texano. Conway deve ter caído muito no conceito do chefe. Por outro lado, é um pouco difícil para uma equipe ficar trocando de pilotos, usando um em circuitos mistos, e outro nos ovais.
A meu ver, a carreira de Conway na Indycar chegou a seu fim. Uma pena, pois o rapaz é bom.
Carlos de Paula é tradutor e historiador de automobilismo baseado em Miami
Certamente, correr em ovais e em circuitos mistos requer habilidades diferentes. A maior variedade de curvas, retas, elevações certamente exige um tipo de concentração. Entretanto, em certas partes da pista, os pilotos correm a meros 50 kmph, em Monaco, por exemplo. Por outro lado, pilotar com o pé embaixo o tempo todo, próximo de 300 kmph, às vezes com três caras na mesma velocidade ao seu lado, também exige muito do piloto, fisicamente, e em termos de concentração.
Eu diria que Mike Conway era um dos melhores pilotos jovens a entrar na Indycar nos últimos anos, e de fato, chegou a ganhar uma corrida no ano passado, enquanto corria pela Andretti. Esse ano fez um "downgrade" passando para a equipe de A.J.Foyt, há muito tempo uma equipe mediana no campeonato.
Foi com certa surpresa que li que Conway se aposentou dos ovais! Praticamente admitiu ter medo deste tipo de pista, e que assim, não poderia ter um desempenho excelente, podendo também prejudicar seus colegas.
Se por um lado muitos podem chamar o inglês de covarde, a sua admissão pública da sua limitação requer uma boa dose de coragem. Diga-se de passagem, um grande número de pilotos que passou na Indycar demonstrou muito "cuidado" ao pilotar em ovais, nos últimos anos. Porém, só Conway teve a coragem de admitir.
Resta saber se Conway preservará seu emprego. Duvido um pouco. Primeiro, por que seu chefe é Foyt, piloto especializado em ovais, com fama de machão texano. Conway deve ter caído muito no conceito do chefe. Por outro lado, é um pouco difícil para uma equipe ficar trocando de pilotos, usando um em circuitos mistos, e outro nos ovais.
A meu ver, a carreira de Conway na Indycar chegou a seu fim. Uma pena, pois o rapaz é bom.
Carlos de Paula é tradutor e historiador de automobilismo baseado em Miami
Comentários
Postar um comentário