Feliz pelo Di Grassi, e outras coisas

Eu esperava grandes coisas de Lucas di Grassi. Infelizmente, sua carreira na F1 foi infeliz, pilotando uma das cadeiras elétricas do grid. Fez o seu trabalho bem feito na GP2, mas não colheu os benefícios do esquema Renault.

Apesar de ser bem considerado como piloto de testes, trabalhando para a Pirelli e também para acertar os carros da nova Formula E, todo piloto quer correr. Que o diga o Luca Badoer, que passou anos como piloto de testes da Ferrari, e quando teve a sua oportunidade em 2009, passou vergonha. Parece que muitos anos fora do combate faz mal aos pilotos.

Assim, quando foi anunciado que Di Grassi pilotaria um dos carros da Audi em Interlagos, logo detectei que esta seria a melhor oportunidade da carreira de Lucas. E assim foi. Lucas foi efetivado como piloto da Audi, a fará equipe com Tom Kristensen e Allan MacNish, os veteranos da equipe alemã.

É verdade que nos últimos anos o trio Kristensen-McNish-Capello assumiu um papel secundário na Audi. O trio Lotterer-Treluyer-Fassler é o trio de hotshoes da Audi, indisputavelmente. Quem sabe Di Grassi vai acrescentar um pouco mais de velocidade ao trio veterano, e pertubar um pouco os rápidos jovens.

A grande pergunta, a grande dúvida é a seguinte: a Audi vai continuar nas pistas com a volta da Porsche aos protótipos em 2014? Acho um pouco improvável que o grupo VW aprove duas marcas suas competindo na mesma categoria, pelo menos durante muito tempo. Uma ou duas temporadas vai lá, porém, mais do que isso, duvido.

A Toyota já demonstrou bastante velocidade, e sem dúvida, parece um concorrente mais duro de roer do que a Peugeot.

Já era hora da Porsche voltar às corridas com possibilidades de ganhar provas na geral. A maior parte dos últimos anos a Porsche passou sendo quase uma anti-Porsche. Saiu das pistas, fez um SUV, depois um carro de quatro portas, e quiz comprar a VW!!! Ao mesmo tempo, o principal produto da empresa continua a ser seu carro esportivo, que apesar do peso dos anos, continua bastante reminiscente do 911 de 1962! Por baixo da pele um outro bicho, porém, na carroceria o Porsche atual ainda lembra bastante o 911 de cinco décadas atrás.

Assim, vai ser legal ver a marca voltando às corridas, com possibilidade de ganhar  na geral. Sim, ainda há Porsches correndo mundo afora, porém, na melhor das hipóteses podem uma vitória de classe em Le Mans, nunca a vitória. Quero ver a Porsche lá na frente.

Mesmo que fique a Porsche, e a Audi se vá, se Lucas fizer um bom trabalho não tenho dúvidas de que a Porsche o contratará. E que também contratará Lotterer-Trelyuer e Fassler. Não dúvido também de que com a possível saída da Porsche, acabe o ciclo Kristensen-McNish.

Torçamos para o nosso conterrâneo.

Carlos de Paula é tradutor, historiador de automobilismo é escritor baseado em Miami  

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