Coisas da modernidade
A temporada do RB na Indycar me fez pensar uma particularidade dessa era em que vivemos. Por que pilotos bem sucedidos em uma categoria top, não conseguem emular esse sucesso em outras categorias top?
Nos antanhos não era bem assim. Moss ficava à vontade em carros de Fórmula 1 como carros esporte e F2. Em corridas longas e curtíssimas. Sem contar Nuvolari antes dele, e Fangio. Jim Clark numa semana estava correndo um GP, na semana seguinte com um pequeno Lotus Cortina, no mesmo dia em que disputava provas com um imenso Ford Galaxie de 7 litros, e depois partia para os EUA para pilotar na Indy. Que dizer do Jacky Ickx!! Além de ser vice-campeão de F1 duas vezes e ganhar 8 GPs (e outras corridas de F1), Jacky foi campeão de F2, Can-Am, Europeu de Turismo (classe), Mundial de Carros Esporte. Ganhou corridas com carros pequenos, grandes, provas curtíssimas, corridas de longa duração às pencas, 6 edições de Le Mans além dos 1000 km de Bathrust na Austrália . Mario Andretti teve uma ilustre carreira, campeão na Fórmula 1 e Fórmula Indy, com vitórias no Mundial de Marcas, NASCAR, Sprint car, midgets, F-5000, em corridas no aslfato, terra, subida de montanha, ovais, etc etc etc. Os exemplos são muitos - quando uma fera da F1 corria numa outra categoria, quase sempre era competitivo.
Pois a temporada mais ou menos de Rubinho não foi característica sua. É a regra atualmente. O campeoníssimo da Indycar Dario Franchitti tentou uma curta passagem pela NASCAR que foi um grande fracasso. Sam Hornish nunca se achou na própria NASCAR, e era O CARA na IRL. Os pilotos de F-1 que foram para o DTM sempre foram coadjuvantes. Mais recentemente, David Coulthard e Ralf Schumacher pareciam estar ali para encher o grid, nunca demonstraram competitividade. E antes deles não foi muito melhor. Hakkinen, Frentzen, Alesi, todos tiveram passagens discretas no DTM.
O mesmo ocorre em outras categorias. Kristensen correu algumas temporadas no DTM e nunca pareceu o piloto que já ganhou Le Mans 8 vezes. Na NASCAR, pode-se argumentar que Montoya até conseguiu alguma coisa, pois já venceu corridas. Entretanto, nunca esteve entre os concorrentes fortes de campeonatos e ganhar uma corrida na NASCAR não é tão difícil assim. Os pilotos da NASCAR nem ousam se arriscar em outras categorias, exceto por participações nas 24 Horas de Daytona, onde as equipes são formadas por quatro ou mais pilotos, assim a possibilidade de fazer má figura é menor, contanto que os outros pilotos da equipe sejam especialistas.
Até mesmo Raikkonen, que voltou com tudo na F1, teve passagens discretas nos rallyes e trucks. Outros exemplos, Villeneuve, Herbert, etc., etc., etc.
Não me proponho a divagar sobre as razões disso, só identifiquei o bicho. Acho que esta é a razão de ex-pilotos de F1 não buscarem mais a Indycar como prolongamento das suas carreiras. Poucos são os ex-pilotos da F1 a disputar a categoria americana - Sato, Wilson (não vou mencionar Bourdais pois ele era campeoníssimo da categoria antes de ir para a F1). Sem dúvida, é uma tendência.
Carlos de Paula é tradutor, historiador e escritor baseado em Miami
Nos antanhos não era bem assim. Moss ficava à vontade em carros de Fórmula 1 como carros esporte e F2. Em corridas longas e curtíssimas. Sem contar Nuvolari antes dele, e Fangio. Jim Clark numa semana estava correndo um GP, na semana seguinte com um pequeno Lotus Cortina, no mesmo dia em que disputava provas com um imenso Ford Galaxie de 7 litros, e depois partia para os EUA para pilotar na Indy. Que dizer do Jacky Ickx!! Além de ser vice-campeão de F1 duas vezes e ganhar 8 GPs (e outras corridas de F1), Jacky foi campeão de F2, Can-Am, Europeu de Turismo (classe), Mundial de Carros Esporte. Ganhou corridas com carros pequenos, grandes, provas curtíssimas, corridas de longa duração às pencas, 6 edições de Le Mans além dos 1000 km de Bathrust na Austrália . Mario Andretti teve uma ilustre carreira, campeão na Fórmula 1 e Fórmula Indy, com vitórias no Mundial de Marcas, NASCAR, Sprint car, midgets, F-5000, em corridas no aslfato, terra, subida de montanha, ovais, etc etc etc. Os exemplos são muitos - quando uma fera da F1 corria numa outra categoria, quase sempre era competitivo.
Pois a temporada mais ou menos de Rubinho não foi característica sua. É a regra atualmente. O campeoníssimo da Indycar Dario Franchitti tentou uma curta passagem pela NASCAR que foi um grande fracasso. Sam Hornish nunca se achou na própria NASCAR, e era O CARA na IRL. Os pilotos de F-1 que foram para o DTM sempre foram coadjuvantes. Mais recentemente, David Coulthard e Ralf Schumacher pareciam estar ali para encher o grid, nunca demonstraram competitividade. E antes deles não foi muito melhor. Hakkinen, Frentzen, Alesi, todos tiveram passagens discretas no DTM.
O mesmo ocorre em outras categorias. Kristensen correu algumas temporadas no DTM e nunca pareceu o piloto que já ganhou Le Mans 8 vezes. Na NASCAR, pode-se argumentar que Montoya até conseguiu alguma coisa, pois já venceu corridas. Entretanto, nunca esteve entre os concorrentes fortes de campeonatos e ganhar uma corrida na NASCAR não é tão difícil assim. Os pilotos da NASCAR nem ousam se arriscar em outras categorias, exceto por participações nas 24 Horas de Daytona, onde as equipes são formadas por quatro ou mais pilotos, assim a possibilidade de fazer má figura é menor, contanto que os outros pilotos da equipe sejam especialistas.
Até mesmo Raikkonen, que voltou com tudo na F1, teve passagens discretas nos rallyes e trucks. Outros exemplos, Villeneuve, Herbert, etc., etc., etc.
Não me proponho a divagar sobre as razões disso, só identifiquei o bicho. Acho que esta é a razão de ex-pilotos de F1 não buscarem mais a Indycar como prolongamento das suas carreiras. Poucos são os ex-pilotos da F1 a disputar a categoria americana - Sato, Wilson (não vou mencionar Bourdais pois ele era campeoníssimo da categoria antes de ir para a F1). Sem dúvida, é uma tendência.
Carlos de Paula é tradutor, historiador e escritor baseado em Miami
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