A primeira temporada de Ingo Hoffmann na F-2

No automobilismo, só há 3 opções para a temporada de um piloto. Começar mal e melhorar, começar bem e piorar e ficar na mesma (seja bem ou mal).
No caso da primeira temporada de Ingo Hoffmann na F2, em 1976, começou bem e terminou mal. A meu ver, Ingo Hoffmann poderia ter tido uma carreira de sucesso na Europa, se a sua carreira tivesse sido bem administrada. Não foi. Tudo foi feito muito rapidamente. Por exemplo, Ingo deveria ter feito uma segunda temporada de F3 em 1976, em vez de ir direto para a F1 e F2. Correu na F1 antes de correr na F2. Assinou um contrato com a Copersucar que na realidade inviabilizou a sua carreira na F1 durante dois anos, quando a equipe obviamente não tinha condições técnicas de alinhar dois carros competitivos. E depois tem a tal temporada de F2.
A equipe de Willy Kauhsen havia ganho o Mundial de Marcas de 1975 para a Alfa Romeo. Além disso, Willy também obtivera em temporadas anteriores bastante sucesso na Intersérie. Obviamente, queria estar na F1 um dia, tanto é que tentou entrar na categoria em 1979. Para ganhar experiência com monopostos, resolveu entrar na F2 em 1976.
Equipes estreantes junto com pilotos estreantes não fazem uma receita de sucesso, em categorias de alto nível. E foi exatamente isso que ocorreu.
Junte-se a isso o fraco motor Hart, bastante inferior ao Renault e BMW das melhores equipes, e a temporada de Ingo foi de um bom início para o trágico.
Não poderia começar melhor. Na primeira corrida, em Hockenheim, Ingo largou em sexto e terminou a primeira bateria em segundo ficando somente atrás de Hans Stuck. Na segunda, Ingo ia bem, tanto que marcou a melhor volta, mas teve problemas e terminou sem classificação na geral. Fez uma excelente estreia. Só que foi a sua última excelente prova do ano.
Em Thruxton, Ingo largou em 12o., mas progrediu e chegou em 5o., numa prova em que Alex Dias Ribeiro chegou em segundo. No GP de Roma, Ingo largou mais uma vez em 12o., e colidiu com Jose Dolhem na segunda volta, abandonando. Em Salzburgring, Ingo largou em 13o., e abandonou com problemas na bomba de gasolina sem completar uma única volta.
Em Pau, Ingo teve um acidente e não largou. Na segunda corrida de Hockenheim, Jochen Mass correu no carro de Ingo, que voltou em Rouen. Nessa corrida, Ingo chegou em sexto, seu último ponto do ano.
Em Mugello Ingo largou em 15o. e chegou em oitavo. Em Misano, Ingo não obteve classificação para largar. Estava em boa companhia, pois nem Vittorio Brambilla nem Keke Rosberg se classificaram também. Ingo não correu no Estoril.
Em Nogaro, Ingo não obteve classificação de novo, mas conseguiu chegar em oitavo na terceira corrida do ano em Hockenheim, após largar em décimo segundo.
Na tabela final, somente três pontos.
Seu consolo foi que o número um da equipe, o alemão Klaus Ludwig, só conseguiu 4 pontos. Por outro lado, o conterrâneo Alex Ribeiro obteve 31 pontos, e diversos podiums.
Nas duas temporadas seguintes Ingo foi para uma equipe boa, a de Ron Dennis, mas sempre teve desempenho inferior ao de Eddie Cheever, um dos "darlings" da BMW na época.
Quem sabe, se tivesse corrido de novo na F3 em 1976, e entrado na F2 em uma equipe boa em 1977, deixando a Copersucar de lado, nosso Ingo não teria prosperado na Europa. O sonho da F1 acabou em 1977, e sua última corrida de F2, em Buenos Aires, em 1978, lhe rendeu sua única vitória na categoria.
Antes tarde do que nunca.

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