Coisas do automobilismo

Há diversas razões pelas quais gosto do automobilismo. Entre outras, algumas histórias e situações insólitas, quase incríveis, que aparentemente, não ocorrem em nenhum outro esporte.

Não há dúvidas que a Fórmula 1 é um esporte europeu. Sim, pilotos de outros continentes, exceto Ásia e Antártida, a última por razões quase óbvias, já ganharam títulos. Porém, uma grande parte dos pilotos, astros, equipes, personalidades, fabricantes e pistas se situam (ou situavam) no Velho Continente.

Na F1 atual há pilotos de três países escandinavos. Entretanto, é notável que entre os grandes países da Europa Ocidental, somente a Noruega nunca tenha sido representada na categoria máxima do automobilismo mundial. E foi pouco representada em outras categorias. De cabeça só me vem o Martin Schanche, que fez algumas boas corridas no Mundial de Carros Esporte nos anos 80, embora recentemente alguns pilotos do país tenham se infiltrado em importantes categorias de monopostos (Pal Varhaug chegou na GP2), sem, entretanto, chegar a sonhar com a F1. Somente nos rallyes a representação norueguesa tem sido mais impactante.

Ou seja, indiscutivelmente, o esporte não tem grande tradição no país. E de fato, apesar de a Noruega ser grande exportadora de petróleo, os noruegueses não são lá muito chegados a carros, ponto final.

Eis a surpresa. O filme norueguês que supostamente teve a maior bilheteria até hoje foi o "Flaklypa Grand Prix", conhecido em inglês pelo nome Pinchicliffe Grand Prix. Na realidade, é um daqueles filmes com bonequinhos que precederam a computação gráfica, ou seja, não é um desenho animado, mas também não é filme com atores etc. Tem até um pato (ou coisa parecida) na jogada.

Pois não é que o filme se engendra pelo mundo das corridas? Um ex-assistente de um inventor, Rudolf Blodstrupmoen, rouba o projeto de um motor e com ele se torna campeão de Fórmula 1! O inventor acaba obtendo financiamento de um príncipe árabe e constrói um imenso carro de corridas e se inscreve no GP de Flaklypa!!!!

Você há de dizer, "o autor de baseou na equipe Williams e seus patrocinadores árabes". Que nada! O filme foi lançado em 1975, e de fato, deve ter sido o o Williams que se inspirou no filme para correr atrás de petrodólares.

É bem verdade que os carros que participam do GP de Flaklypa não passam de protótipos, na realidade, se parecem mais com carros da já extinta Can Am do que qualuqer outra coisa. E o carro do inventor Reodor Felgen está mais para Chitty-Chitty Bang Bang (um carro de corridas real) do que Can-Am. De F-1 nada tem no filme, exceto a menção. (vejam o trailer a seguir)

Mais curioso ainda, o filme inspirou Christian Von Koenigsegg a construir seus próprios super-carros! Não é armação, li isto numa entrevista com o dito cujo. Atualmente, o Koenigsegg é um dos carros de rua mais rápidos do mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=gOOUqlvqS6g

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