Um ângulo inusitado
Uma coisa que mais me fascina sobre a história do automobilismo é a grande variedade de personagens encontrada no esporte. Sem contar donos de equipe e patrocinadores, e levando em conta somente nos pilotos, vemos que nosso esporte foi praticado por uma vasta gama de indivíduos, desde mecânicos a ricaços, nobres, atores, músicos, políticos, reis, herois de guerra, traidores, fazendeiros, contrabandistas de bebidas alcoólicas durante a lei seca, traficantes, médicos, militares, etc. De modo geral, exclui somente as camadas mais pobres da população, até porque é necessário ter pelo menos uma base razoável para começar o esporte - ao menos dinheiro suficiente para comprar um carro de rua, diria. Náo é um esporte que se pratica somente com uma bola de meias, afinal de contas.
Sendo assim, encontram-se histórias incríveis, principalmente fora da Fórmula 1. Algumas surpreendentes como esta.
Alta foi um pequeno fabricante inglês de carros esporte e de corrida do pós guerra. De fato, foi o primeiro construtor britânico a produzir um carro de GP no pós guerra, e seus motores foram usados não somente nos seus chassis próprios, como em chassis HWM, Cooper e Connaught. O chassis Alta em si participou de cinco GPs oficiais, entre 1950 e 1952, sem muito sucesso.
Um dos seus pilotos se chamava Robert Cowell, piloto nascido em 1918 na Inglaterra. Robert, também conhecido como Bob, já dera seus primeiros passos no automobilismo antes da segunda-guerra. Filho de um Major-General, Bob acabou servindo nas Forças Aéreas durante a Grande Guerra, inclusive como piloto de aviões, e chegou a estudar engenharia na faculdade com ênfase em automobilismo de competição.
Apesar do seu vínculo com a marca pioneira, Robert deu um sumiço das pistas em 1951, por uma razão sui generis. Robert virou Roberta. Sim, Robert Cowell se tornou o primeiro homem britânico a passar por uma operação de mudança de sexo, em 1951, que na época era uma operação ilegal. O médico que operou Robert(a) se chamava Michael Dillon, que na realidade, nasceu Laura Dillon e foi a primeira mulher britânica a mudar de sexo!
Depois de mudar de sexo, Roberta continuou a frequentar os meios automobilísticos da Inglaterra. De fato teve uma empresa de engenharia especializada, e frequentou o meio até a década de 70. Continuou a disputar eventos como subidas de montanha. Cabe lembrar que o livro Women in Motorports não lista Robert(a) Cowell.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami.
Sendo assim, encontram-se histórias incríveis, principalmente fora da Fórmula 1. Algumas surpreendentes como esta.
Alta foi um pequeno fabricante inglês de carros esporte e de corrida do pós guerra. De fato, foi o primeiro construtor britânico a produzir um carro de GP no pós guerra, e seus motores foram usados não somente nos seus chassis próprios, como em chassis HWM, Cooper e Connaught. O chassis Alta em si participou de cinco GPs oficiais, entre 1950 e 1952, sem muito sucesso.
Um dos seus pilotos se chamava Robert Cowell, piloto nascido em 1918 na Inglaterra. Robert, também conhecido como Bob, já dera seus primeiros passos no automobilismo antes da segunda-guerra. Filho de um Major-General, Bob acabou servindo nas Forças Aéreas durante a Grande Guerra, inclusive como piloto de aviões, e chegou a estudar engenharia na faculdade com ênfase em automobilismo de competição.
Apesar do seu vínculo com a marca pioneira, Robert deu um sumiço das pistas em 1951, por uma razão sui generis. Robert virou Roberta. Sim, Robert Cowell se tornou o primeiro homem britânico a passar por uma operação de mudança de sexo, em 1951, que na época era uma operação ilegal. O médico que operou Robert(a) se chamava Michael Dillon, que na realidade, nasceu Laura Dillon e foi a primeira mulher britânica a mudar de sexo!
Depois de mudar de sexo, Roberta continuou a frequentar os meios automobilísticos da Inglaterra. De fato teve uma empresa de engenharia especializada, e frequentou o meio até a década de 70. Continuou a disputar eventos como subidas de montanha. Cabe lembrar que o livro Women in Motorports não lista Robert(a) Cowell.
Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami.
Comentários
Postar um comentário