Um recorde brazuca

De repente, os brasileiros descobriram as 24 Horas de Daytona.

Afinal de contas, atualmente até temos classes GT no Brasil, algo que não havia 20 anos atrás. De fato, na época os pilotos brasileiros só queriam correr mesmo em monopostos.

O mundo mudou, e também o automobilismo. Hoje, chegar na F1 se tornou muito mais difíícil do que no início dos anos 90, pois as carreiras são longas, sedimentadas em longas parcerias. E meninos EUROPEUS são abraçados no kart europeu, desde uma tenra idade. Para os brasileiros, sobrou muito pouco.

Até mesmo na Indycar a coisa ficou mais apertada, para entrar, nem que pagar. Incrivelmente, hoje o Brasil é um país muito mais rico do que nos anos 90, entretanto, era mais fácil convencer uma empresa e investir no automobilismo na época do que hoje. O patrocínio no futebol ainda engatinhava e hoje, só falta colocar anúncio no suporte atlético dos futebolistas!!!

Assim, atualmente pilotos brasileiros correm numa variedade de categorias menores mundo afora, desde o DTM até a Formula Nippon, nas quais são geralmente contratados, sem ter que pagar para correr.

Quanto a Daytona, por que Daytona em vez de Le Mans?

Le Mans tem muito mais prestígio, e por isso mesmo, é mais caro correr lá. Além do que, o número de inscrições na corrida francesa é muito menor do que Daytona, e a corrida atrai equipes e pilotos do mundo inteiro, ao passo que as 24 Horas de Daytona, de modo geral atrai pilotos e equipes das Américas.

O piloto brasileiro em melhores condições de vencer é Oswaldo Negri, que inclusive, ganhou no ano passado. Negri correrá num Riley Ford de 5 litros, com A.J. Allmendinger, Marcos Ambrose, John Pew e Justin Wilson.

Três brasileiros correrão num Corvette DP - Christian Fittipaldi, Felipe Nasr e Nelson Piquet Jr. Os outros pilotos da equipe são o português João Barbosa e Brian Friselle.  Christian, o segundo brasileiro a ganhar a corrida em 2004 (o primeiro foi Raul Boesel, em 1988), também está inscrito no carro 9, com Barbosa, Friselle e Mike Rockenfeller.



Bruno Junqueira correrá no Team Sahlen, com Simon Pagenaud, Wayne Nonnamaker e Dane Cameron.

Os outros brasileiros correm na GT, sem qualquer chance de vitória na geral.

A equipe Dener Motrosport, inscreveu dois Porsche 911 GT3 Cup (números 20 e 21), com equipes exclusivamente brasileiras. Num dos carros, Nonô Figueiredo, Constantino Júnior, Clemente Lunardi, Ricardo Maurício e Marcel Visconde. No outro, Nonô, Rubens Barrichello, Felipe Giaffone, Tony Kanaan e Maurício.

Além destes o carro 64 da Scuederia Corsa, uma Ferrari 458, terá outro grupo de pilotos brasileiros - Chico Longo, Raphael Matos, Xandinho Negrão e Daniel Serra.

Notável a ausência de  Jaime Melo, que sempre correu bem em Daytona.

Ao todo, dezesste brasileiros, um recorde. O maior número de brasileiros presente numa corrida no exterior até hoje. De fato, o contingente brasileiro só é inferior ao americano nesta edição das 24 Horas.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo brasileiro baseado em Miami

     

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O taxista de São Paulo, e muito disse não disse

RESULTADOS DE CORRIDAS BRASILEIRAS REMOVIDOS DO BLOG

DO CÉU AO INFERNO EM DUAS SEMANAS - A STOCK-CAR EM 1979