Liderança de voltas na Indy 500
Às vezes nos concentramos em certas coisas que não são muito importantes, e deixamos de lado fatos notáveis, dignos de consideração. A performance de pilotos brasileiros nas estatísticas de liderança de voltas na Indy 500 é um desses fatos notáveis.
Primeiro, devemos considerar que a centenária corrida começou a ser realizada em 1911, e quando pilotos brasileiros começaram a participar dela, já era idosa, tinha 73 anos de idade. E um brasileiro a liderou pela primeira vez em 1985, quando fazia seu 74o. aniversário.
Neste ano nenhum brasileiro ganhou a corrida, porém, os dois brasileiros presentes, Tony Kanaan e Helio Castromeves, lideraram a corrida. Nada mal.
É fácil esquecer - ou não saber - que Emerson Fittipaldi é o sexto piloto que mais liderou voltas na Indy 500 - 505 voltas, mais precisamente, somente 50 voltas a menos do que A J Foyt, que participu da corrida dos anos 50 até os anos 90, e é o recordista em vitórias na categoria, com mais de 60 vitórias. Emerson só disputou a corrida entre 1984 e 1995.
De fato, além de ter ganho a corrida duas vezes, Emerson foi o piloto que mais liderou voltas nas edições de 1989, 1990 e 1994.
Ao todo, onze brasileiros lideraram voltas em Indy. Somente pilotos americanos batem os brasileiros em representação numérica.
Eis o ranking, até a edição deste ano -
1. Emerson Fittipaldi, 505 voltas
2. Tony Kanaan, 290 voltas
3. Helio Castroneves, 272 voltas
4. Gil de Ferran, 71 voltas
5. Mauricio Gugelmin, 59 voltas
6. Bruno Junqueira, 52 voltas
7. Raul Boesel, 21 voltas
8. Vitor Meira, 15 voltas
9. Felipe Giaffone, 12 voltas
10. Mario Moraes, 3 voltas
11. Rubens Barrichello, 2 voltas
Sim, até Rubens Barrichello liderou duas voltas na grande corrida, apesar de uma passagem não muito brilhante na categoria.
É verdade que ocasionalmente, pilotos brasileiros lideraram a corrida durante os ciclos de pitstops, o que alguns julgam liderança indigna de menção. Porém, muitas vezes os brasileiros lideraram por serem os mais rápidos na pista no momento.
De fato, frequentemente pilotos brasileiros foram os pilotos a liderar mais voltas em edições individuais da Indy 500. Além de Emerson, Gugelmin liderou mais voltas em 1995 (59), Castroneves em 2001 (52) e Tony Kanaan em 2007 (83).
Ao todo, pilotos brasileiros lideraram 1302 voltas na Indy 500, desde 1984. Ou seja, o suficiente para ganhar 6 edições completas da corrida.
Somente pilotos americanos lideraram mais voltas. Os brasileiros superaram até mesmo os britânicos, durante muitos anos os únicos estrangeiros a correr em Indy. Além destas duas nacionalidades, pilotos dos seguintes países lideraram voltas em Indy - Grâ Bretanha, Austrália, Holanda, Colômbia, México, Nova Zelândia, Suécia, Japão, França, Bélgica, Rússia, Venezuela, Itália, Canadá, Espanha, África do Sul
Infelizmente, só restam dois brasileiros na Indy, os já veteranos Kanaan e Castroneves, e não parece haver muito interesse de pilotoss brasileiros em fazer carreira nos EUA.
O primeiro campeão mundial a liderar uma volta em Indy foi o australiano Jack Brabham. Outros campeões mundiais de F1 a liderar voltas na Indy 500 foram Jim Clark, Graham Hill, Nigel Mansell, Jackie Stewart e Mario Andretti.
O campeão em voltas lideradas não é A.J. Foyt, mas sim, Al Unser, Pai, com 644 voltas. Curiosamente, Al Unser Jr, que ganhou duas edições, só liderou 110 voltas (55o. lugar). Mario Andretti é terceiro da lista, com 556 voltas, porém, só ganhou uma vez, em 1969. A família Andretti não tem muita sorte em Indy - o filho Michael liderou 431 voltas sem nenhuma vitória, o neto Marco 141 e o sobrinho John, 2 voltas, todos sem vitória. Michael conseguiu a façanha de liderar 80% das voltas em 1992 e perder a corrida! Billy Arnold quase conseguiu liderar todas as voltas da corrida de 1930 (liderou 198) e Jim Clark (só podia ser) liderou 190 voltas no ano da sua vitória, 1965.
Por outro lado, Graham Hill liderou somente seis voltas da corrida de 1966, que acabou ganhando.
Meu "parente" peter DePaolo liderou 152 voltas. Jules Goux, que gostava de tomar champanhe durante as corridas, liderou 139 voltas.
Alguns pilotos menos cotados que lideraram voltas na Indy 500 são Tora Takagi (ex piloto da Tyrrel na F1) , Gordon Smiley (pilotava um Tyrrel na série Aurora, morreu em Indy durante qualifying), Mikhail Aleshin (o primeiro russo a correr em Indy), George Snider (que frequentemente corria com carros reserva de A.J. Foyt), E..J Viso, Stephan Gregorie, Jacques Lazier (irmão de um vencedor, Buddy, que continua a tentar a classificação sem sucesso), Robby McGeheee, Billy Boat e Bertrand Baguette! Jim Hurtubise, o último piloto a tentar usar um carro com motor dianteiro em Indy, liderou 36 voltas. Danica Patrick continua a ser a única mulher a liderar voltas na Indy 500, notáveis 29 voltas.
Outros pilotos interessantes a liderar voltas na Indy 500 são o grande piloto de stockcar Bobby Allison, o fundador da Chevrolet Louis Chevrolet, o magnífico piloto americano Dan Gurney construtor do Eagle que chegou a ser hegemônico nos grids (mais de 20 carros em algumas edições), e Tim Richmond, um dos primeiros pilotos a morrer de AIDS no mundo. Scott Brayton liderou uma volta. No ano em que marcou a pole, morreu em treinos antes da corrida e nunca chegou a participar.
Roger McCluskey conseguiu ganhar dois campeonatos da USAC nos anos 70, mas só liderou 7 voltas em Indy. É importante notar que muitos pilotos que participavam da série CART, durante os anos de cisão com a IRL, têm participações pífias na Indy 500, caso de Jimmy Vasser, por exemplo, que só liderou 26 voltas na grande corrida. Por isso Sebastien Bourdais, que ganhou diversos campeonatos do que sobrou da CART (Champcar), nunca liderou uma volta sequer em Indy, apesar de dezenas de vitórias.
Dois pilotos que foram eventualmente presos por envolvimento com tráfico de drogas, John Paul Jr. e Don Whittington, também lideraram voltas na Indy500 antes de entrar no xilindró.
Liderar em Indy não é café pequeno. A corrida sempre contou com muitos participantes (geralmente trinta e três pilotos), a pista parece fácil mas não é, e alguns milhares de pilotos tentaram a façanha em mais de cem edições. A maioria dos pilotos que tentaram, não conseguriam. Esta é uma pequena homenagem a eles (e elas).
Primeiro, devemos considerar que a centenária corrida começou a ser realizada em 1911, e quando pilotos brasileiros começaram a participar dela, já era idosa, tinha 73 anos de idade. E um brasileiro a liderou pela primeira vez em 1985, quando fazia seu 74o. aniversário.
Neste ano nenhum brasileiro ganhou a corrida, porém, os dois brasileiros presentes, Tony Kanaan e Helio Castromeves, lideraram a corrida. Nada mal.
É fácil esquecer - ou não saber - que Emerson Fittipaldi é o sexto piloto que mais liderou voltas na Indy 500 - 505 voltas, mais precisamente, somente 50 voltas a menos do que A J Foyt, que participu da corrida dos anos 50 até os anos 90, e é o recordista em vitórias na categoria, com mais de 60 vitórias. Emerson só disputou a corrida entre 1984 e 1995.
De fato, além de ter ganho a corrida duas vezes, Emerson foi o piloto que mais liderou voltas nas edições de 1989, 1990 e 1994.
Ao todo, onze brasileiros lideraram voltas em Indy. Somente pilotos americanos batem os brasileiros em representação numérica.
Eis o ranking, até a edição deste ano -
1. Emerson Fittipaldi, 505 voltas
2. Tony Kanaan, 290 voltas
3. Helio Castroneves, 272 voltas
4. Gil de Ferran, 71 voltas
5. Mauricio Gugelmin, 59 voltas
6. Bruno Junqueira, 52 voltas
7. Raul Boesel, 21 voltas
8. Vitor Meira, 15 voltas
9. Felipe Giaffone, 12 voltas
10. Mario Moraes, 3 voltas
11. Rubens Barrichello, 2 voltas
Sim, até Rubens Barrichello liderou duas voltas na grande corrida, apesar de uma passagem não muito brilhante na categoria.
É verdade que ocasionalmente, pilotos brasileiros lideraram a corrida durante os ciclos de pitstops, o que alguns julgam liderança indigna de menção. Porém, muitas vezes os brasileiros lideraram por serem os mais rápidos na pista no momento.
De fato, frequentemente pilotos brasileiros foram os pilotos a liderar mais voltas em edições individuais da Indy 500. Além de Emerson, Gugelmin liderou mais voltas em 1995 (59), Castroneves em 2001 (52) e Tony Kanaan em 2007 (83).
Ao todo, pilotos brasileiros lideraram 1302 voltas na Indy 500, desde 1984. Ou seja, o suficiente para ganhar 6 edições completas da corrida.
Somente pilotos americanos lideraram mais voltas. Os brasileiros superaram até mesmo os britânicos, durante muitos anos os únicos estrangeiros a correr em Indy. Além destas duas nacionalidades, pilotos dos seguintes países lideraram voltas em Indy - Grâ Bretanha, Austrália, Holanda, Colômbia, México, Nova Zelândia, Suécia, Japão, França, Bélgica, Rússia, Venezuela, Itália, Canadá, Espanha, África do Sul
Infelizmente, só restam dois brasileiros na Indy, os já veteranos Kanaan e Castroneves, e não parece haver muito interesse de pilotoss brasileiros em fazer carreira nos EUA.
O primeiro campeão mundial a liderar uma volta em Indy foi o australiano Jack Brabham. Outros campeões mundiais de F1 a liderar voltas na Indy 500 foram Jim Clark, Graham Hill, Nigel Mansell, Jackie Stewart e Mario Andretti.
O campeão em voltas lideradas não é A.J. Foyt, mas sim, Al Unser, Pai, com 644 voltas. Curiosamente, Al Unser Jr, que ganhou duas edições, só liderou 110 voltas (55o. lugar). Mario Andretti é terceiro da lista, com 556 voltas, porém, só ganhou uma vez, em 1969. A família Andretti não tem muita sorte em Indy - o filho Michael liderou 431 voltas sem nenhuma vitória, o neto Marco 141 e o sobrinho John, 2 voltas, todos sem vitória. Michael conseguiu a façanha de liderar 80% das voltas em 1992 e perder a corrida! Billy Arnold quase conseguiu liderar todas as voltas da corrida de 1930 (liderou 198) e Jim Clark (só podia ser) liderou 190 voltas no ano da sua vitória, 1965.
Por outro lado, Graham Hill liderou somente seis voltas da corrida de 1966, que acabou ganhando.
Meu "parente" peter DePaolo liderou 152 voltas. Jules Goux, que gostava de tomar champanhe durante as corridas, liderou 139 voltas.
Alguns pilotos menos cotados que lideraram voltas na Indy 500 são Tora Takagi (ex piloto da Tyrrel na F1) , Gordon Smiley (pilotava um Tyrrel na série Aurora, morreu em Indy durante qualifying), Mikhail Aleshin (o primeiro russo a correr em Indy), George Snider (que frequentemente corria com carros reserva de A.J. Foyt), E..J Viso, Stephan Gregorie, Jacques Lazier (irmão de um vencedor, Buddy, que continua a tentar a classificação sem sucesso), Robby McGeheee, Billy Boat e Bertrand Baguette! Jim Hurtubise, o último piloto a tentar usar um carro com motor dianteiro em Indy, liderou 36 voltas. Danica Patrick continua a ser a única mulher a liderar voltas na Indy 500, notáveis 29 voltas.
Outros pilotos interessantes a liderar voltas na Indy 500 são o grande piloto de stockcar Bobby Allison, o fundador da Chevrolet Louis Chevrolet, o magnífico piloto americano Dan Gurney construtor do Eagle que chegou a ser hegemônico nos grids (mais de 20 carros em algumas edições), e Tim Richmond, um dos primeiros pilotos a morrer de AIDS no mundo. Scott Brayton liderou uma volta. No ano em que marcou a pole, morreu em treinos antes da corrida e nunca chegou a participar.
Roger McCluskey conseguiu ganhar dois campeonatos da USAC nos anos 70, mas só liderou 7 voltas em Indy. É importante notar que muitos pilotos que participavam da série CART, durante os anos de cisão com a IRL, têm participações pífias na Indy 500, caso de Jimmy Vasser, por exemplo, que só liderou 26 voltas na grande corrida. Por isso Sebastien Bourdais, que ganhou diversos campeonatos do que sobrou da CART (Champcar), nunca liderou uma volta sequer em Indy, apesar de dezenas de vitórias.
Dois pilotos que foram eventualmente presos por envolvimento com tráfico de drogas, John Paul Jr. e Don Whittington, também lideraram voltas na Indy500 antes de entrar no xilindró.
Liderar em Indy não é café pequeno. A corrida sempre contou com muitos participantes (geralmente trinta e três pilotos), a pista parece fácil mas não é, e alguns milhares de pilotos tentaram a façanha em mais de cem edições. A maioria dos pilotos que tentaram, não conseguriam. Esta é uma pequena homenagem a eles (e elas).
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