Baltimore, Indycar, Ricciardo e Montoya

O que teem em comum os tópicos acima? Nada, exceto que tratam de automobilismo. Como estou me curando de blogatite aguda, resolvi escrever um post só, em vez de diversos. Não que minha parca audiência esteja chorando a minha ausência da blogosfera, sei que não faço muita falta.

Quem viu a corrida de Baltimore se divertiu. Sem dúvida, aconteceu muita coisa na prova, em grande parte acidentes não graves causados por duas curvas, o hairpin e aquela curva com área de escape lateral cujo nome não sei, nem quero saber. No fim das contas, ganhou o excelente Simon Pagenaud, seguido do surpreendente Newgarden,  os dois pilotos de humildes equipes. E quem se deu bem foi o Castroneves, que acabou marcando pontos apesar de tudo conspirar contra ele em certas partes da corrida,  beneficiando-se com os abandonos de Hunter-Reay e Dixon, e a perda de velocidade de Marco Andretti no final.

Porém, é de se questionar se a tal pista de Baltimore merece ficar no calendário. Os verdadeiros fãs do automobilismo não vão à pista para ver batidas com múltiplos carros. No sábado, na corrida de ALMS houve outra batida envolvendo diversos bólidos. A meu ver, a pista tem que ser remodelada, não adianta nada falar na reunião de pilotos que tem que pegar leve. Ninguém vai pegar leve! Ou muda a pista, ou tira do calendário, que me desculpem os Andrettis.

Quanto à Indycar, a temporada está sendo bem curiosa. Diversas equipes não acostumadas a ganhar, como a Schmidt, Foyt, Coyne e KV, ganharam corridas, e pilotos em equipes de primeira linha, como o multi campeão Dario Franchitti e Marco Andretti, ainda não ganharam uma prova sequer. E o multi vencedor das últimas temporadas, Will Power, demorou para faturar uma. De fato, hoje não há mais equipe fraca na Indycar. Todo mundo parece ter chance, algo que certamente deve dar inveja na F1, onde o domínio de poucos ainda é a regra. No fim das contas, o campeonato certamente será ganho por um piloto da Big 3, ninguém é perfeito.

A confirmação de Ricciardo na Red Bull já era esperada. Diria que tem mais a ver com a política interna da equipe, do que com uma escolha racional baseada nos dotes do australiano. Ricciardo foi muito bem na F3, porém, em três anos de F1 nunca mostrou o talento genial que já era aparente em Vettel quando esteve na STR. Para mim, a escolha de Ricciardo tem mais a ver com uma decisão que deverá ser tomada no ano que vem - se a STR deve, ou não continuar. Sim, Mateschitz provavelmente não tem que dar satisfação a ninguém, porém, não conheci nenhum ricaço até hoje que gosta de jogar dinheiro fora. A razão de ser da STR é moldar e dar experiência para pilotos da equipe principal, Red Bull. Contratar um piloto de fora, nesta altura dos acontecimentos, seria a mesma coisa que dizer que a equipe não serve para nada.

O branding da Red Bull dá muito retorno ao seu dono. Mesmo se não estivesse ganhando campeonato atrás de campeonato, o nome do carro é o nome do energético austríaco. É a única equipe de F1 cujo nome do carro é o nome do patrocinador principal não automobilístico. Quanto à Toro Rosso, pouca gente no mundo sabe, ou se importa, que Toro Rosso quer dizer Red Bull em italiano, portanto, já se esvai grande parte do valor publicitário.

E meu ver, a Red Bull dará chance a Ricciardo mostrar se é ou não um excelente piloto. Se não marcar pontos consistentemente, ou seja, se não contribuir pontos para um quinto campeonato seguido (estou prevendo que a Red Bull já ganhou o deste ano), verá a porta da rua, e nada de STR em 2015. A futilidade do exercício terá sido demasiada até para o entusiasta austríaco. A meu ver, o melhor par de pilotos da F1 atual é o da Mercedes, e duvido um pouco que Ricciardo cumprirá o seu dever.

Uns ganham chances, outros são mandados embora. Quando JP Montoya foi contratado pela Ganassi, para pilotar na NASCAR, os organizadores do campeonato buscavam aumentar o público hispano, pois há algum tempo que o crescimento de audiência tinha estagnado. Além disso, esperavam que pessoas ligadas na F1 se interessassem pela entrada de um bom piloto da F1 no campenato. Nenhuma coisa nem outra aconteceu, nem tampouco houve grande expansão de audiência, que continua estagnada. Agora a NASCAR tenta atrair as mulheres, com a Srta. Danica. Vamos ver se dá em algo.

Ganassi não é trouxa, tem sob contrato um senhor jovem piloto chamado Kyle Larson, assim, o colombiano que nunca fez grande coisa na xenófoba NASCAR, é despedido. Provavelmente volte para a Indycar, onde ainda pode ganhar consistentemente. Ah, os ciclos da vida.

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