Quem diria

Há jogadores de futebol que nunca chutam a gol, porém, quando chutam, marcam. Já há atacantes que chutam dez vezes por jogo, e marcam uma vez a cada dois, três jogos. Na realidade, para marcar muitos gols é necessário chutar muito, e a maioria dos chutes não atinge o alvo, pelo menos no futebol.

Nos últimos dias fiz alguns comentários sobre a Indycar. Num deles, disse que achei o Dario Franchitti murcho, e que não me surpreenderia se o escocês se aposentasse no final deste ano. Pois em Long Beach, o velho Dario renasceu. Num outro comentário, dei como exemplo de equipe "furada" a Foyt, e não é que a Foyt ganhou a segunda corrida mais prestigiosa da série? Qual será meu próximo comentário furado?

A grande diferença entre a F1 e a Indycar, atualmente é o fato de pequenas equipes, como a Foyt, Sarah Fisher, Dale Coyne e Carpenter, não só conseguirem bons postos, como ganhar corridas. Já na F1, equipes como Toro Rosso, Caterham, Marussia e Sauber só podem sonhar com vitórias. A Force India parece bem próxima de realizar este sonho, nas corridas tem demonstrado bastante ritmo, além de ótima estratégia e contar com um bom carro. O fato de a McLaren estar indo para os lados da Honda pode ser extremamente positivo para a equipe, que se tornaria a Equipe B da Mercedes. Sei também que a Toro Rosso já ganhou uma corrida, há uns bons anos atrás, com o quase teenager Vettel, e que a Sauber esteve próxima de realizar seu sonho no ano passado. Estou falando, obviamente, dos tempos atuais.

A.J.Foyt já corre por conta própria há muito tempo, e ainda é o recordista de vitórias na Fórmula Indy e na Indy 500. Quando houve a cisão entre a CART e a USAC, em 1979, Foyt foi a única grande equipe a optar por lealdade com a USAC, que gerou um último campeonato para o texano. Quando ocorreu o inevitável - a rápida morte do campeonato USAC - Foyt passou para a CART, onde amargou anos de ostracismo. Eventualmente o grande - qualitativa e fisicamente - texano caiu na real que mal cabia nos monopostos, e passou a gerir sua equipe. Os anos de CART não foram bons para Foyt, sendo que a quase vitória de Eddie Cheever em Nazareth, em 1995, foi o auge.


 
Quando surgiu a IRL em 1996, Foyt fez o contrário de 1979, e foi um dos primeiros insurgentes a participar da nova categoria de Tony George. Isto lhe trouxe sucesso quase imediato, pois sua equipe ganhou os campeonatos de 1996-97 (com Scott Sharp) e 1998 (Com Kenny Brack), além das 500 Milhas de Indy, em grande parte por que seus concorrentes eram equipes fracas como a Scandia, Menard e Hemelgarn. No virar do milênio, quando a coconrrência acirrou com a chegada da Penske, Ganassi e Andretti, logo a Foyt voltou a ocupar as últimas filas e resultados intermediários. Nem o brasileiro Vitor Meira conseguiu mudar o destino da equipe do texano.

Agora, quem, diria, um piloto japonês volta a ganhar uma corrida para a equipe Foyt.

Esperamos que a vez da KV chegue logo.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador baseado em Miami

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O taxista de São Paulo, e muito disse não disse

RESULTADOS DE CORRIDAS BRASILEIRAS REMOVIDOS DO BLOG

DO CÉU AO INFERNO EM DUAS SEMANAS - A STOCK-CAR EM 1979