Indycar e Haas na Fórmula 1

Primeiro, é preciso frisar a simbiose entre Ed Carpenter e Mike Conway. Ed, que já corre há algum tempo, era um piloto sofrível quando iniciou a carreira. Eventualmente melhorou nos ovais, e chegou a ganhar duas provas. Nos circuitos mistos e de rua sempre foi um desastre. Aí foi e contratou Mike Conway, um senhor piloto em circuitos de rua e mistos, mas que tem medo de ovais! E Conway fez um corridão, venceu após passar os primeiros momentos da corrida lá pelo 18o. lugar.

É bem verdade que Ryan Hunter-Reay se precipitou ao tentar passar Joseph Newgarden, e os dois, e mais alguns outros, terminaram abandonando a prova. Sem isto provavelmente Conway terminaria em sexto. Porém, o que vale é o resultado final, e na hora necessária, Conway estava lá.

A equipe de Ed Carpenter é pequena. O mesmo ocorre com a equipe de Sarah Fisher, na qual corre Newgarden. A equipe de Dale Coyne tem o excelente Justin Wilson, que batalhou pelos primeiros lugares na corrida até levar um totó. Cabe lembrar que a Coyne foi uma piada durante muitos anos, porém, persistiu. No final do campeonato, acaba sempre sendo um piloto das Big-3 a levar o título. Entretanto, nas corridas as pequenas podem ser competitivas, até mesmo ganhar corridas.

A Indycar não tem o mesmo nível de talento que a Fórmula 1. Pelo menos, em termos de carisma muitos pilotos são falhos. E bons pilotos, como Rafael Mattos e Tristan Vaultier, acabam a pé depois de uma ou duas temporadas, seus lugares frequentemente ocupados por pilotos de qualidade questionável. Não existe muito investimento em talentos, como existe na F1. Mesmo assim, fica a pergunta, como a Indycar não consegue entusiasmar o público, e de certa forma, competir com a F-1, pois certamente oferece um melhor espetáculo.

Na F-1 as pequenas equipes são fadadas ao ostracismo. Havia gente que achava que a Caterham e Marussia teriam momentos de glória no começo desta temporada. Não foi isso que aconteceu. O ganho das duas se dá mais pelo pífio desempenho da Lotus, do que qualquer outra coisa. É muito difícil uma equipe sair do zero e "chegar lá".

Alguns hão de dizer, "a Red Bull chegou". Primeiro, a Red Bull teve suas origens numa equipe desde o início apoiada por uma montadora (Stewart-Ford) e depois comprada e gerida pela mesma montadora (Jaguar). Não nasceu pequena. Além disso, conta com sacos de milhões de Dieter Mateschitz, e conseguiu contratar o mago Adrian Newey.

Salvo pela Force-India, que tem obtido resultados bons há anos, nenhuma outra equipe pequena de Fórmula 1 parece ser fadada ao sucesso.

A outra pergunta que fica no ar é, será que a Haas vai conseguir esse feito?

Não se trata de desconsiderar a tecnologia americana. Na F-1 não existem equipes de um país ou outro. Tudo é muito internacionalizado, desde o staff, até os pilotos, fornecedores, patrocinadores. Assim, se a Haas se calcar muito no ângulo nacionalista, melhor nem entrar. Há sinais de que não é esse o caso, afinal de contas, pretendem comprar chassis da Dallara, diga-se de passagem, o mais bem sucedido fabricante de carros de corrida do mundo.

Em suma, o que se pode esperar da 12a. equipe da F-1 é mais um concorrente para Marussia e Caterham, se é que ambas as equipes estarão vivas até o fim do ano. Não mais do que isso. Muito difícil reescrever a história nesta altura dos acontecimentos.

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