É para sorrir ou para chorar?

Convenhamos, será que o Emerson Fittipaldi teria sido campeão mundial de F1 em 1972 e 1974 se tivesse estreado na categoria com o sofrível De Tomaso? Sim, pois pouco antes de Colin Chapman abocanhar o piloto brasileiro e colocá-lo num vetusto Lotus 49 no GP da Inglaterra, Frank Williams havia pensado no brasileiro para substituir o finado Piers Courage. No fim das contas, valeu a paciência, o De Tomaso quase enterra a carreira de Tim Schenken na F1, certamente acabou com qualquer pretensão de Brian Redman na categoria, e com a morte de Jochen Rindt, Emerson se tornou número 1 da Lotus.

Falando em Lotus, uma atrapalhada inclusão de Roberto Moreno na equipe, em 1982, com certeza prejudicou a sua carreira. Depois disso, Moreno passou anos nas piores equipes da categoria, como AGS, EuroBrun e Coloni, até ter uma curta segunda chance na Benneton. Depois, voltou à fraquíssima Forti.

Os últimos quatro brasileiros a entrar, ou tentar entrar na F1 o fizeram pela porta dos fundos. Não digo isso para avacalhar ninguém. O último brasileiro a estrear numa equipe boa foi Nelson Angelo Piquet. Desde então, brasileiros só têm encontrado lugar nas equipes que povoam a traseira do grid.

Ok, admito que a Sauber, se não tem um passado glorioso na F1, pelo menos teve seus momentos bons, sempre foi midfielder até recentemente. Sem contar a curtíssima fase BMW, na realidade a equipe sobrevive na categoria desde 1993 sem ganhar sequer quma corrida. Porém, por ela passaram diversos pilotos bons, e nela, inclusive, estrearam Felipe Massa e Kimi Raikkonen.

Sim, também lembro que um dia Fernando Alonso, que muitos consideram "O CARA", pilotou uma humilde Minardi.

Porém, é importante lembrar duas coisas, em relação a esses dois pontos.

Número 1, a Sauber provavelmente vai passar o ano em branco. Não marcou nenhum ponto até agora, e pelo jeito que está indo, não vai marcar nenhum. É fortíssima candidata para ser a pior equipe da F1 2015, se a falência da Marussia e Caterham for permanente. Sim, lembro que a Williams passava por situação semelhante a pouquíssimo tempo, porém, convenhamos, não há como comparar Williams e Sauber.

Também é bom lembrar que os dias de Alonso na Minardi foram diversos verões atrás. A F1 mudou, as estruturas de ascensão mudaram, e sem me repetir pela milésima vez, hoje em dia os jovens pilotos das grandes equipes já são escolhidos nas categorias de base. Um piloto só consegue subir das equipes pequenas para grandes se for parte do esquema de uma grande, e só estiver na pequena para adquirir quilometragem. Seria o caso do infortunado Jules Bianchi.

Sendo assim, não vejo com bons olhos a entrada de Felipe Nasr na Sauber. Não seria muito diferente da abortada participação de Luiz Razia na Marussia, de Lucas di Grassi na Virgin e Bruno Senna na Hispania.

Torcer é bom, porém, pés no chão.

Quem sabe o Pietro Fittipaldi mude essa história, em alguns anos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O taxista de São Paulo, e muito disse não disse

RESULTADOS DE CORRIDAS BRASILEIRAS REMOVIDOS DO BLOG

DO CÉU AO INFERNO EM DUAS SEMANAS - A STOCK-CAR EM 1979