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Mostrando postagens de agosto, 2014

Coisas do automobilismo

Há diversas razões pelas quais gosto do automobilismo. Entre outras, algumas histórias e situações insólitas, quase incríveis, que aparentemente, não ocorrem em nenhum outro esporte. Não há dúvidas que a Fórmula 1 é um esporte europeu. Sim, pilotos de outros continentes, exceto Ásia e Antártida, a última por razões quase óbvias, já ganharam títulos. Porém, uma grande parte dos pilotos, astros, equipes, personalidades, fabricantes e pistas se situam (ou situavam) no Velho Continente. Na F1 atual há pilotos de três países escandinavos. Entretanto, é notável que entre os grandes países da Europa Ocidental, somente a Noruega nunca tenha sido representada na categoria máxima do automobilismo mundial. E foi pouco representada em outras categorias. De cabeça só me vem o Martin Schanche, que fez algumas boas corridas no Mundial de Carros Esporte nos anos 80, embora recentemente alguns pilotos do país tenham se infiltrado em importantes categorias de monopostos (Pal Varhaug chegou na GP2),

A relativa inutilidade da GP2

Quando comecei a me interessar por automobilismo, era bastante clara a distinção entre as categorias internacionais de monopostos, a suposta escadinha de ascensão para a F1. A F3 tinha 1 litro, motores de mais ou menos 100 HP, a F2, 1,6 litros motores com uns 180 HP, e a F1, 3 litros, e motores com 465 HP. Passaram-se alguns anos, e a F3 passou para 1,6 litros, depois 2 litros, a F-2 para 2 litros e a F1 continuou na mesma. A diferença entre a F3 e F2 de dois litros estava na origem dos motores - na F3 usavam-se motores de carros de passeio preparados, na F2, motores de corrida. Porém, havia bastante separação entre essas classes. A F2 sobreviveu até 1984, e foi substituída pela F3000. Aqui começam a se complicar as coisas. Os motores de 2 litros da F2 foram substituídos por motores de 3 litros, um pouco menos bravos do que os motores de 3 litros normalmente aspirados da F1. Naquela época, os motores turbo já estavam mandando na F1, mas ainda sobrevivia um ou outro Cosworth. A difere

Só não enxerga quem não quer

Causou em alguns círculos muita surpresa a contratação do menor de idade Max Verstappen pela Toro Rosso para 2015. Para mim não causou muita surpresa. Não vou me repetir, quem quiser que leia meu post anterior sobre a mudança de paradigma na contratação de pilotos na F1, no seguinte endeereço http://carlosdepaula.blogspot.com/2013/11/magnussen-e-mudanca-de-paradigma.html Existe entretanto, um outro ângulo para lá de interessante, e só não vê quem não quer. O site oficial da F1 nos informa que as suas corridas são vistas em 187 países diferentes! Muito mercado, tá louco. Entretanto, a F1 ainda é, queiram ou não, uma categoria europeia, mais precisamente, do Oeste Europeu. Os interesses estão lá, os construtores basicamente lá, as equipes, a direção, muitos dos patrocinadores e a maioria dos pilotos. As corridas, entretanto, estão saindo dali, ponto importante. 187 países...será que interessa tanto, em termos de mercado, o pessoal que está assistindo as corridas no Burundi, Costa

A questão Stewart

Bom, chegou a minha vez. Já não foram poucas vezes que fui criticado por escrever sobre "coisas que não sei" porque nunca participei de uma corrida de automóveis. Como se o historiador, para ter posições historigráficas válidas, tivesse que ter sido rei um dia para escrever sobre os grandes reinados e impérios do passado! Mas vamos ao que interessa. Tem muita gente escrevendo sobre o que não sabe - com certeza, nunca tiveram a oportunidade de ver, ao vivo, uma corrida noturna de Sprint cars ou midgets nos EUA. E daí saem falando um monte de besteiras, com base em dois ou três vídeos no Youtube. A primeira vez que tive essa oportunidade foi no longínquo ano de 1983. A pista nem me lembro o nome, era próxima de Newark, Delaware, onde visitava um amigo. Sem dúvida, pouco, ou nada tinha a ver com o automobilismo que conhecemos. Primeiro, a dimensão das pistas. Se alguém acha uma pista de 1 milha, ou milha e meia pequena, que dizer de uma quarter-mile? Algumas são quase ovais

O dia dos não vencedores

Hoje em dia uma das reclamações dos fãs da Fórmula 1 é a previsibilidade de resultados nas provas. Num ano em que a Mercedes quase tudo domina, fica fácil prever que a pole-position ficará com um dos carros prateados, e a vitória provavelmente, também. Na realidade, em grande parte, existe grande possibilidade de o pole, os primeiros cinco colocados e o autor da volta mais rápida já ter ganho um GP na sua carreira, pois há muitos no grid (Hamilton, Rosberg, Vettel, Alonso, Massa, Raikkonen, Button, Maldonado, e agora, Ricciardo). Nos anos 70 essa possibilidade também era grande. Via de regra, somente um ou dois pilotos ganhavam seu primeiro GP numa temporada, e os primeiros colocados, o pole e o autor da volta mais rápida geralmente eram pilotos que já tinham obtido pelo menos um sucesso no passado. Outro dia, vendo um vídeo no youtube, me dei conta que houve um disputadíssimo GP em que a regra de foi pela janela. O ano foi 1971, e o palco, Monza, Itália. Não foi por falta de ex-