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Mostrando postagens de abril, 2017

Projetos-fantasma na Formula 1

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É muito fácil tirar onda com as equipes mais mal sucedidas da F1, como Life, Hispania, Andrea-Moda, Forti, Euro-Brun, Lyncar, Amon, Maki, Merzario...Entretanto, cabe-lhes mérito, pois, querendo ou não, um número imenso de “projetos” nunca  chegaram a participar de um GP. Já escrevi inclusive sobre alguns destes projetos. Por exemplo, o Berta F-1, que supostamente disputaria a temporada de 1975 com Garcia Veiga. Nesse ponto os platinos perderam a corrida para os rivais brasileiros, pois o Berta nunca disputou a F-1, embora tenha achado lar na F-5000 americana. A iniciativa não foi bem sucedida mesmo na F5000, algo que Oreste Berta não estava acostumado. Depois houve o projeto português Marinho,  planejado, senão propriamente construído. O desenho do bicho está à seguir. A ideia nasceu de uma "equipa" de protótipos 2 litros, patrocinada pelo banco BIP. Entre outras coisas, Carlos Santos e Carlos Mendonça ganharam a a categoria 2 litros dos 1000 km de SPA de 1973 com

O Grande Prêmio que não existiu

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Um número imenso de corridas cai no mais completo ostracismo no momento em que a bandeirada final é dada. Isto apesar do esforço e despesas dos participantes, muitas vezes com grande sacrifício. Tente por exemplo achar o resultado completo da maioria das provas da Stockcar brasileira, e saberão o que estou dizendo. Que dizer então de milhares de provas mais humildes. Ou seja, a omissão de reportagens de corridas não é incomum. O incomum é encontrar uma reportagem de uma corrida que não aconteceu! Somente um par poderia ser autor desta travessura, a revista Motor Sport, e o jornalista Denis Jenkinson, ambos ingleses. A Motor Sport é a mais antiga revista de automobilismo do mundo, editada desde 1924, e, de fato, existe até hoje. Já Jenkinson é um dos mais conhecidos, e alguns diriam, melhor e mais talentoso jornalista especializado em automobilismo da história. Autor de muitos livros, Jenkinson também ficou conhecido por ser o co-piloto de Stirling Moss, com Mercedes-Benz, na Mille

Como é bom quando todos te querem. Será?

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Jean Luc Lagardere, o chefão da Matra-Simca, chamou Chris Amon para uma conversa sincera no final da temporada de 1972.  Os neozelandeses são conhecidos pela sinceridade, e Amon tinha doses extras desta virtude. Não se intimidava em ser sincero nem com Enzo Ferrari, que intimidava a própria sombra. Lagardere foi direto ao ponto e perguntou a Amon se achava que a Matra devia ou não continuar na F1. Amon respondeu que certamente as coisas não iam bem, que não realizaram o que poderiam ter feito, e efetivamente disse que não, a Matra não deveria continuar. Sendo assim, praticamente fechou as portas para a continuação da aventura gálica na F1 e sem saber, acabava com sua carreira competitiva na F1. Quando se deu conta do que tinha feito, já era tarde. Entre o final de 1972 e de 1973 Amon esteve associado ou em tratativas concretas com mais da metade do paddock da F1 da época. A saga começou na Corrida da Vitória, a prova em Brands Hatch para comemorar o campeão da F1 daquele ano, onde

O piloto de Fórmula 1 mais rico do mundo

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Atualmente há muita controvérsia em torno do canadense Lance Stroll. Na opinião de muitos, seu bilionário pai seria o único azeite a alavancar a carreira do precoce piloto, que só se parece com Max Verstappen na tenra idade. A opinião parece prevalecer no Brasil. Esquecem-se os conterrâneos que o último brasileiro a estrear na Fórmula 1 o fez em grande parte devido a vultoso patrocínio de uma instituição financeira brasileira. Tanto é que quando murchou o patrocínio, perdeu o lugar. Sim, Nasr tem mais currículo do que Stroll, mas também não é nenhum Senna, Emerson ou Piquet (pai), convenhamos. Só fez duas corridas realmente notáveis na categoria, a primeira e a última. O tempo - quer dizer, a temporada de 2017 - dirá se Lance tem ou não algum talento. Mas este post não é sobre Lance. Afinal, o pai está vivinho da silva, e o post se intitula "O piloto de Fórmula 1 mais rico do mundo". Sim, sei que um certo Bernard Ecclestone tentou se classificar para o GP de Monaco de 1

Com tanto nome no mundo

Outro dia, andando na rua, me dei conta de que entre 1954 e 1960, todos os campeões de Fórmula 1 tinham o mesmo nome, João. Podem fazer as contas, Juan Fangio foi campeão de 54 a 57, seguido de J.M. Hawthorn (John Michael, para quem não sabe) e depois por Jack (sim, advinharam, John), Brabham. Os Joões campeões rarearam depois disso, apesar de John Surtees e Jackie (John) Stewart terem sido campeões entre 1964 e 1973. Da mesma forma que vieram, foram embora os Joões campeões. Entretanto, continuaram a vencer corridas, em diversas nacionalidades. Dois Jean-Pierre franceses (Beltoise e Jabouille), um francês sem Pierre (Alesi) os britânicos John Watson e Johnny Herbert, os italianos Giancarlos, Bachetti e Fisichella e o colombiano Juan Pablo Montoya. Até um dos vencedores de Indy entre 1950 e 1960 era João, o Johnnie Parsons. Curiosamente, nossos Joões nunca chegaram lá. Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo, e não tem João no nome.