O que podemos esperar de Felipe Massa na Williams

Agora que quase chegamos ao ocaso da temporada de 2013, resta a pergunta - Felipe Massa continua ou não na F1 em 2014?

Depois de muito se falar em Massa na Lotus, parece que o segundo carro desta equipe será movido pelo talento de Hulkenberg ou pelos petrodólares de Maldonado. Nico já se recusou a assinar com a Sauber, portanto, é bem possível que vá para a Lotus, mesmo. Esta, entretanto, precisa de grana, diga-se de passagem, o fato que causou a saída de Raikkonen da equipe. Grana Maldonado ainda tem de monte. Quanto a talento...

Uma coisa também é certa. Maldonado não quer mais ficar na Williams. O lugar ficaria vago, e Massa seria um dos candidatos a ocupar um dos carros da tradicional equipe.

Se contarmos a partir de 69, quando usava carros Brabham, a Williams não só é uma das mais vitoriosas, como mais tradicionais equipes da F1. Os carros de Frank estiveram em todos os mundiais desde então, e no quesito antiguidade com continuidade, só é superado pela Ferrari e McLaren. O nome Lotus deixou de ser usado por diversos anos, e a centenária Mercedes ficou dezenas de anos longe dos GPs.

A Williams é uma grande empresa de engenharia, e é com isso que ganha dinheiro hoje em dia. Toca projetos os mais diversos, entre outros, para montadoras de automóveis. Estar no mundo da F1 traz prestígio para a empresa, e o prestígio, dinheiro. Por isso mesmo a Williams sempre procurou se manter independente, e não se vendeu para nenhuma montadora na época em que isso era moda.

A Williams ganhou diversos GPs e campeonatos nos anos 80 e 90, porém, desde a saída de Montoya e a partida da BMW, tem sido no máximo uma equipe mediana. Sim, no ano passado Maldonado ganhou um GP, mas francamente, não sei o que pensar daquele GP da Espanha até hoje. Sem entrar em detalhes do que penso, achei a zebra das zebras, uma coisa quase inexplicável, se considerarmos que no resto da temporada o carro não demonstrou muita competitividade, seja nas mãos de Maldonado ou de Bruno Senna. Diria então que essa vitória não conta muito, sob o ponto de vista prático.

A Williams de hoje nada lembra os tempos áureos de Alan Jones, Keke Rosberg, Nigel Mansell, Nelson Piquet, Alain Prost, Damon Hill, etc. De fato, ela lembra mais a Iso-Marlboro de 1973, quando Williams resolveu pela primeira vez, correr exclusivamente com carros de sua construção, na realidade, o pouco usado Polytoys do ano anterior revisado. Naquele ano, com Howden Ganley e uma série de segundos pilotos, que incluiram Jacky Ickx, na época ainda considerado piloto de primeira, a Williams conseguiu dois sextos lugares. Diga-se de passagem, a Williams nem chegou perto de terminar uma corrida em sexto lugar neste ano, porém, o sexto lugar de 1973 é o décimo de hoje, e a comparação faz sentido.

A temporada razoável de 2012 foi o recheio de duas temporadas horríveis, 2011 e 2013. Ou seja, nos últimos três anos, a Williams tem estado mais para péssima do que razoável.

A mudança de regulamento, no ano que vem, e mudança para uma nova marca de motor, Mercedes,  não deve melhorar muito a coisa para a Williams no curto prazo. De fato, os construtores dos motores deverão se esforçar com uma única equipe no primeiro ano, e estas equipes serão, obviamente a Ferrari e Mercedes, que fazem seus próprios motores, e a Red Bull, a cliente predileta da Renault. Como a McLaren vai passar a usar motores Honda em 2015, com certeza a Mercedes não se empenhará muito com a ex-parceira, e pode ser que isso beneficie a Williams, somente em 2015.

Dizem inclusive que Ross Brawn estaria de malas prontas, à caminho da Williams, mas Ross também não é mágico. Nos anos iniciais com a Honda não fez muita coisa, e a equipe só passou a andar bem em 2009, quando já era Brawn.

Sendo assim, contanto que Massa consiga trazer uns 20 milhões de euros de patrocínio (o valor supostamente pago pela PDVSA), o lugar deve ser seu. Entretanto, não se pode esperar muita coisa do seu primeiro ano na Williams. Dizem que para violar o contrato a PDVSA ainda tem que pagar uma multa substancial à Williams, sendo assim, quem sabe Massa consiga um lugar mesmo com menos patrocínio. Poderá pontuar algumas vezes, e caso se enturme bem na equipe, pode almejar alguma coisa de mais substancial em 2015.

Nada mais do que isso.

Agora chamar a Williams de equipe grande, nas atuais conjunturas, seria a mesma coisa que chamar a Cooper de equipe campeã em 1968!

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