A grande oportunidade da carreira de Lucas di Grassi

Certamente não foi ter corrido uma temporada de F1 pela desastrada Virgin. Nem tampouco, ser por algum tempo um piloto do esquema Renault. Ou ser piloto de testes da Pirelli. Sequer seus vice-campeonatos na GP2.

Sua participação como piloto da Audi nas 6 Horas de Interlagos é a sua grande oportunidade.

Nem mesmo o Tom Kristensen devia dizer, quando pequenino, que seu sonho era ser um grande piloto de protótipos. Sejamos honestos. Todos queriam ser o novo Ayrton Senna, e nas gerações aneriores, o novo Fangio, o novo Clark, ou o novo Nuvolari. O sonho de todo jovem piloto é ser um dos grandes da F1, do mundo dos GPs. E não digo do GP de Baltimore... 

Kristensen sequer teve a oportunidade de pilotar para uma equipe de segundo escalão da F1. Nunca foi considerado, embora tenha pilotado monopostos quando jovem, e foi direto para os protótipos, ganhando no início da sua carreira.

Hoje, muitos anos depois, o dinamarquês tem o orgulho de ser o maior vencedor de Le Mans, com oito vitórias, além de pencas de vitórias em outras provas de protótipos, a grande maioria delas na Audi.

E é justamente como piloto da Audi, e companheiro de equipe de Kristensen, que está a grande oportunidade de di Grassi.

Dindo Capello, o terceiro piloto do trio Kristensen-McNish-Dindo, se aposentou neste ano, a terceira parte do trio experiente da Audi. Kristensen e McNish chegaram a correr sozinhos, depois da aposentadoria do italiano, e a equipe alemã, sem dúvida procura um novo integrante para a sua esquadra.

Não que seja um emprego de longuíssimo prazo. Kristensen e McNish estão próximos da aposentadoria, e a cada ano que passa, aumentam os rumores da saída da Audi da categoria endurance, provavelmente substituída pela irmã Porsche. Entretanto, se provar ter as qualidades para ser incorporado à venerável equipe alemã, Di Grassi terá um bom futuro na categoria protótipos.

Quais são estas qualidades? A Audi certamente busca um piloto ao mesmo tempo rápido (com certeza, deverá ser a lebre do trio), com bons conhecimentos técnicos e constante. Di Grassi não tem experiência em provas de longa distância, porém, é rápido, e tem trabalhado com acerto de carros e testes. Sua experiência em Interlagos pode contar, pois Lucas não foi um desses jovens pilotos brasileiros que iniciou sua carreira fora do país, correu em Interlagos na sua época de F3 e Fórmula Renault.

Torçamos por Lucas, porém, com os pés no chão. A breve carreira de Ricardo Zonta na Peugeot, alguns anos atrás, não rendeu os esperados frutos em longo prazo. E olha que Zonta tinha histórico nas provas de longa duração, na sua época de Mercedes.

Tem tudo para dar certo. A meu ver, Di Grassi foi um dos maiores talentos brasileiros desperdiçados em pequenas equipes. Uma possível volta à Fórmula 1 me parece muitíssimo improvável, portanto, seu futuro estaria mesmo com os protótipos.

Lucas é o único brasileiro com chances de vitória na geral. A maioria dos ouros brazucas na corrida estão nas categorias GT.

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