Tartarugas
Já contei aqui a história do Tartaruga, o segundo piloto com quem tive contato pessoal. O apelido obviamente não foi bem vindo. "Tartaruga" havia participado de uma corrida de estreantes com seu FNM JK cor de burro quando foge em Interlagos, e pelo jeito, não impressionou muito. Escreveram o apelido com o dedo na carroceria suja do carro.
Para nós, tartaruga é sinônimo de vagarosidade.
Imagino que para os europeus, não seja bem assim.
Entre outras coisas, havia uma equipe suíça chamada Squadra Tartaruga, frequente participante de corridas na década de 60 e 70.
Um outro personagem, nada vagaroso, também usava a tartaruga como símbolo na sua indumentária, papeis timbrados, etc. Os leitores mais assíduos já devem ter advinhado de quem falo.
A história é curiosa e vale a pena ser contada.
Gabriele D'Annunzio era um famoso, e um tanto excêntrico, poeta italiano. Certa feita, convidou Tazio para visitá-lo, em 1932. Durante a visita, a cozinheira levou Tazio para conhecer a maravilhosa Cheli. Cheli era uma tartaruga, bicho de estimação da família, que morreu de indigestão por comer quantidades copiosas de uma planta mexicana.
Uma vez morto o bicho, Gabriele resolveu eternizá-lo, enchendo o casco da tartaruga de bronze.
Assim, de bicho, virou decoração. D'Annunzio encomendou pequenas tartarugas de ouro, certamente em homenagem ao seu ex-pet, que dava às pessoas queridas. Tazio foi um dos recipientes de uma tartaruga de Gabriele. Esta passou a ser um pequeno amuleto de Tazio, sempre grudada à blusa do piloto durante as corridas.
O poeta decretou que Tazio deveria ganhar a sua próxima corrida, a Targa Florio. E assim foi feito. Tazio ganhou a prova, e daí por diante adotou a Tartaruga como seu símbolo.
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