Porque François Cevert, e não Emerson Fittipaldi?
Fica aqui a pergunta, porque coloquei uma foto de François Cevert
num Tyrrell na capa do meu livro “Motor Racing in the 70’s” quando foi
justamente nesta década em que o automobilismo brasileiro adquiriu relevância
no automobilismo internacional? Não teria sido mais interessante colocar a foto
de um dos carros do nosso campeoníssimo Emerson Fittipaldi? Afinal de contas, o
livro contém um capítulo de mais de oitenta páginas sobre o desenvolvimento do
automobilismo nacional num curto espaço de três temporadas, 1970-1972, tirando
o país da irrelevância no esporte de uma vez por todas.
Primeiramente, minha intenção não era colocar um carro de
fórmula 1 na capa, até porque este não é um livro específico sobre a Fórmula 1.
A obra discute diversas categorias e campeonatos de monopostos, carros de
turismo, GTs e protótipos, além de conter informações sobre o automobilismo
local de mais de 70 países, listas de obscuríssimas marcas, análises de
questões financeiras, listas dos principais pilotos de diversas dezenas de
países, incluindo Islândia, Filipinas e Bulgária, pistas em locais inacreditáveis,
ou seja cobriria de tudo um pouco.
Por que não o carro do Emerson?
Na minha inocência, solicitei a duas montadoras fotos de excelente qualidade para a capa. Esqueci que vivemos no século XXI, onde a norma é simplesmente ignorar comunicações que não interessam. Já trabalhei com promoção na Embratur de Nova York, nos longíquos anos 1980s, e naquela época, respondia-se a tudo e a todos, mesmo as perguntas e solicitacões mais estúpidas, que fosse com um educado “NÃO”. Detalhe, pagando postagem ou telex, pois na época não havia a vantagem do email, sequer o fax. Pretendia ilustrar a capa com dois carros icônicos que correram em dezenas de locais em todos os continentes, durante a década inteira, um deles um carro de turismo, o outro um GT. Como não quero criar celeumas, muito menos dar publicidade de graça a mal-educados (fale mal, mas fale de mim), não vou mencionar nomes.
Na minha inocência, solicitei a duas montadoras fotos de excelente qualidade para a capa. Esqueci que vivemos no século XXI, onde a norma é simplesmente ignorar comunicações que não interessam. Já trabalhei com promoção na Embratur de Nova York, nos longíquos anos 1980s, e naquela época, respondia-se a tudo e a todos, mesmo as perguntas e solicitacões mais estúpidas, que fosse com um educado “NÃO”. Detalhe, pagando postagem ou telex, pois na época não havia a vantagem do email, sequer o fax. Pretendia ilustrar a capa com dois carros icônicos que correram em dezenas de locais em todos os continentes, durante a década inteira, um deles um carro de turismo, o outro um GT. Como não quero criar celeumas, muito menos dar publicidade de graça a mal-educados (fale mal, mas fale de mim), não vou mencionar nomes.
Sendo assim, lição aprendida, resolvi que não iria ilustrar
a capa do meu livro dando publicidade de graça para nenhuma montadora. Enfim,
dei uma de RGT, que insiste em chamar a Red Bull de RBR. Usaria um carro de
Fórmula 1.
Sendo assim, passei a explorar a opção de bólidos puro-sangue,
sem óbvia afiliação com montadora. O “short-list”
obviamente incluía o Lotus 72 e McLaren M23 de Emerson Fittipaldi. Porém,
surgiu um problema de ordem técnica. Para usar os dois carros, teria que “photoshopar”
a foto, ou usar uma foto “photoshopada”,
e eliminar o nome do principal patrocinador dos carros do brasileiro, John
Player Special e Marlboro, ambas marcas de cigarro. Isto porque em alguns
países da Europa, como França, é proibido aparecer o nome até em fotos
históricas. Que me desculpe o Emerson, cujos feitos são ampla e devidamente
comemorados e documentados no livro, tive que excluir as opções dos seus
carros. Tenho grande ojeriza por essa lei. Não sou defensor do tabagismo, fique
claro, porém, defendo a história. Retirar os nomes dos patrocinadores das fotos
é como estuprar a história. Sendo assim, desconsiderei as opções. Teria que
usar um carro com patrocinador que não fosse uma empresa de cigarros.
A opção de François Cevert caiu como luva. A tese do livro é
que houve uma transformação do esporte durante a década, passando do
automobilismo romântico para a organização excessiva, quase chata. Gostem ou
não de Cevert, representava o que havia de mais romântico. Bonitão a ponto de
fazer as mulheres desmaiarem, ainda por cima francês, com parente no esporte, Cevert
também era super rápido, talentoso e bastante versátil. Tido como futuro
campeão e herdeiro de Jackie Stewart. Seu trágico fim também foi emblemático da
década e o patrocinador da neutra Tyrrell era a petroleira Elf. Pronto, foi
achada a foto correta.
Para os interessados, o livro está disponível na versão
kindle na amazon Brasil, https://www.amazon.com.br/Motor-Racing-70s-Pivoting-Organized-ebook/dp/B07N7SS8NT
e a versão em papel pode ser comprada aqui: http://foreigndocumenttranslations.com/ENCOMENDA.php.
Não será feita versão em português.
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