Carlos de Paula, Autor do livro Motor Racing in the 70's

Há jogadores de futebol que nunca chutam a gol, porém, quando chutam, marcam. Já há atacantes que chutam dez vezes por jogo, e marcam uma vez a cada dois, três jogos. Na realidade, para marcar muitos gols é necessário chutar muito, e a maioria dos chutes não atinge o alvo, pelo menos no futebol. Nos últimos dias fiz alguns comentários sobre a Indycar. Num deles, disse que achei o Dario Franchitti murcho, e que não me surpreenderia se o escocês se aposentasse no final deste ano. Pois em Long Beach, o velho Dario renasceu. Num outro comentário, dei como exemplo de equipe "furada" a Foyt, e não é que a Foyt ganhou a segunda corrida mais prestigiosa da série? Qual será meu próximo comentário furado? A grande diferença entre a F1 e a Indycar, atualmente é o fato de pequenas equipes, como a Foyt, Sarah Fisher, Dale Coyne e Carpenter, não só conseguirem bons postos, como ganhar corridas. Já na F1, equipes como Toro Rosso, Caterham, Marussia e Sauber só podem sonhar com vitórias....

Confesso que quase infartei ao ver Sebastian Vettel comendo diversos segundos da vantagem de Lewis Hamilton nas últimas voltas do GP da China. Há muito tempo que não via uma performance assim, embora, com certeza, os pneus de Lewis já estivessem no bagaço. No final das contas, os cinco primeiros colocados foram os pilotos número 1 das melhores equipes, e também, cinco ex-campeões. Nada mais justo. Já acostumei com as performances de Jenson Button, que sem dúvidas, é o melhor conservador de pneus da F1 atual. Aparentemente, só ele consegue tirar 25 voltas de qualquer pneu nas atuais circunstâncias. Uma corrida com muitos líderes, verdade que por questões pneumáticas, e com excelente desempenho de Alonso. Massa esteve muito bem no começo, bastante competitivo. Depois fez uma corrida mais discreta, porém, já se vê, sem exageros, sombras de 2008. Que dizer de Nico Hulkenberg. Até hoje só pilotou carros razoáveis na F1, e já merece um lugar numa equipe de primeira. Nico não se intimid...

A maioria dos brasileiros não tem a mínima ideia do que seja Target. Pois bem, Target é uma cadeia com milhares de lojas nos EUA. Não tem o mesmo porte da Walmart, e tem um perfil diferente. Porém, é um colosso do varejo. Há muitos anos, que eu lembre desde 1994, a Target patrocina a equipe de Chip Ganassi na Fórmula Indy. Tem patrocinado também a equipe de Ganassi na Grand-Am e na NASCAR. Muitos sabem que coloeciono miniaturas. A Target também é uma das principais lojas de brinquedos nos EUA, e como de modo geral gosto da loja, a frequento com bastante assiduidade. E sempre dou uma passada na seção de brinquedos. Apesar de patrocinar a Ganassi há mais de 20 anos na Fórmula Indy, confesso que não lembro de ter visto até hoje qualquer merchandising deste patrocínio na loja, seja em formato de cartazes, videos, ou de miniaturas, a venda ou como brindes. Entretanto, há sempre miniaturas de carros da NASCAR, inclusive com patrocínios de concorrentes! Quando havia a corrida da Indycar...

Confesso que prefiro a Indycar em detrimento da NASCAR, porém, apesar da minha preferência, devo dizer que a Indycar ainda está em crise. Existem diversas razões, algumas relacionadas a liderança, outras relacionadas a questões administrativas e intestinas, mas a meu ver, o maior problema é de uma natureza mercadológica. Quando cheguei nos EUA, em 1976, a Fórmula Indy era gerida pela USAC. As corridas não eram tantas, porém, existiam três provas de 500 Milhas, incluindo a Indy 500. A USAC herdara o ex-campeonato nacional da AAA nos anos 50, e o campeonato de Indycar ainda era considerado um campeonato nacional americano de automobilismo. E havia muitos ídolos, populares veteranos que competiam na categoria há diversos anos - A.J. Foyt, Mario Andretti, Al Unser, Bobby Unser, Wally Dallenbach, Gary Bettenhausen, Johnny Rutherford, Gordon Johncock, Billy Vukovich, Roger McCluskey. Pouquíssimos estrangeiros. Hoje em dia, a Indycar tem poucos veteranos. Helio Castroneves, Tony Kanaan, S...